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Para agendar a Defesa de Tese:

 

A Defesa de Tese deve ser agendada no sistema SIGA (DAC/UNICAMP), através de uma série de procedimentos que podem ser observados no Manual de Defesa de Dissertação/Tese - clique aqui.

 

 

 

OS MATIS E A CIDADE: EXPERIÊNCIAS INDÍGENAS EM ATALAIA DO NORTE (AM)
Aluno(a): May Anyely Moura da Costa
Programa: Antropologia Social
Data: 31/07/2025 - 14:00
Local: Projeção
Membros da Banca:
  • Prof. Dr. Antonio Roberto Guerreiro Junior - Presidente
  • Prof. Dr. João Roberto Bort Júnior - Titular
  • Profa. Dra. Joana Cabral de Oliveira - Titular
  • Profa. Dra. Amanda Horta - Titular
  • Profa. Dra. Maria Audirene de Souza Cordeiro - Titular
  • Profa. Dra. Artionka Manuela Góes Capiberibe - Suplente
  • Prof. Dr. Walison Vasconcelos Pascoal - Suplente
  • Profa. Dra. Marina Denise Cardoso - Suplente
Descrição da Defesa:

Esta pesquisa de doutorado tem como foco as experiências urbanas do povo Matis na cidade de Atalaia do Norte, no estado do Amazonas. Partindo de uma abordagem etnográfica prolongada e sensível à escuta, o trabalho investiga como os Matis habitam o espaço urbano, enfrentando desafios impostos por estruturas institucionais que pouco os reconhecem, e ativando estratégias próprias de presença, invisibilidade e resistência. Longe de interpretar a cidade como um simples local de deslocamento ou adaptação, a tese entende o urbano como território de confronto de mundos, onde cosmologias se tocam, tensionam-se e, por vezes, se anulam. O objetivo central é compreender como os Matis traduzem sua existência indígena na cidade, mobilizando saberes tradicionais, práticas de parentesco e narrativas de pertencimento frente às dinâmicas excludentes e à violência estrutural. A pesquisa se organiza em três capítulos principais: o primeiro examina os modos como os Matis narram seu passado, reconstituem suas travessias históricas e reorganizam suas presenças no território a partir das memórias coletivas e intergeracionais. O segundo capítulo adentra o cotidiano urbano, explorando desde os conflitos simbólicos entre o “ser matis” e o “olhar nawa”, até os fluxos materiais e afetivos entre cidade e aldeia, articulados por encomendas, redes e práticas de parentesco. Já o terceiro capítulo se debruça sobre as formas de denúncia e crítica social expressas nas falas Matis, abordando o racismo ambiental, os entraves burocráticos, as lacunas nas políticas públicas e os deslocamentos silenciosos provocados pela cidade. Ao final, a tese destaca como a palavra (falada, cantada ou silenciada) atua como abrigo e arma, revelando uma territorialidade simbólica que insiste em existir mesmo em contextos adversos. Este trabalho busca contribuir para os debates contemporâneos da antropologia urbana e indígena, ao oferecer uma escuta ampliada às vozes Matis e à sua complexa relação com a cidade. A partir da experiência singular desse povo, o texto questiona categorias analíticas engessadas e propõe uma abertura epistemológica que reconheça os múltiplos modos de ser, habitar e resistir no urbano.