Filosofia

Utopia e Pessimismo na República de Platão

Este trabalho se insere na polêmica a respeito do caráter utópico da República de Platão. A tese é que só é legítimo considerar a República a utopia fundadora da literatura ocidental, se a obra for considerada, ao mesmo tempo, a primeira crítica da utopia da literatura ocidental. Diremos que os diversos paradigmas ali expostos são contestados por gestos dramáticos e teorias filosóficas abertamente pessimistas, e que este é o cerne da crítica em questão.

AMOR COMO CONDIÇÃO DE LIBERDADE DE SI E DO OUTRO: REPENSANDO RECONHECIMENTO, DOMINAÇÃO E ALTERIDADE A PARTIR DE UMA LEITURA DE JESSICA BENJAMIN

É sabido que o tema do reconhecimento aparece como central na retomada do vínculo entre psicanálise e Teoria Crítica. É o nome de Axel Honneth, principalmente do livro Luta por reconhecimento (1992), que vem à mente quando essa temática é levantada.

Uma abordagem axiomática à teodiceia via sistemas formais aplicados

Edward Nieznański desenvolveu dois sistemas lógicos a fim de lidar com uma versão do problema do mal associada a duas formulações de determinismo religioso. O objetivo desta pesquisa foi revisitar esses sistemas, proporcionando-lhes uma formalização mais adequada. Os novos sistemas resultantes, denominados N1 e N2, foram reformulados em lógica modal de primeira ordem; eles têm muito da estrutura básica original, mas alguns resultados adicionais são obtidos. Além disso, nossa pesquisa descobriu que um conjunto mínimo de axiomas subjacentes é suficiente para resolver as questões propostas.

Origens do ponto genérico em geometria algébrica e na prática matemática

O presente trabalho explora o fenômeno da genericidade e suas conexões em três eixos centrais: histórico, filosófico e lógico. No capítulo histórico desta pesquisa, é apresentado o desenvolvimento da noção de genericidade desde suas origens no pensamento ocidental até a emergência do conceito de ponto genérico em geometria algébrica. No capítulo filosófico, partindo da crítica fregeana aos objetos variáveis na matemática, é avaliada a relação entre genericidade e arbitrariedade.

Essência e Arbitrariedade

Nesse trabalho nós traçamos uma história dos objetos arbitrários, explicitando argumentos que filósofos ofereceram a favor ou contra sua existência, e tentamos conectá-los à essência de uma forma sugerida por Locke: a essência de um F é um F arbitrário. No entanto, o conceito de objetos arbitrários parece estar entrelaçado com outros com os quais ele foi conflacionado: universais e tipos. Dessa forma, nós apresentamos uma introdução aos conceitos de tipos, universais, objetos arbitrários e essência, e tentamos argumentar que a conflação de alguns deles é inadequada.

Teoria de Modelos num Ambiente Paraconsistente

O propósito desta tese é desenvolver uma Teoria de Modelos paraconsistente a partir das bases lançadas por Walter Carnielli, Marcelo Esteban Coniglio, Rodrigo Podiack e Tarcísio Rodrigues no artigo ‘On the Way to a Wider Model Theory: Completeness Theorems for First-Order Logics of Formal Inconsistency’ de 2014. A busca por uma compreensão mais profunda do fenômeno da paraconsistência de um ponto de vista epistemológico leva a um sistema de raciocínio baseado nas ”Lógicas de Inconsistência Formal” (LFI’s).

A natureza formal da matéria a partir da filosofia de Charles Sanders Peirce

O objetivo desta tese é discutir a natureza formal da matéria a partir da filosofia de Charles Sanders Peirce, sobretudo com relação a sua famosa frase “[...] matéria é mente exaurida, hábitos inveterados tornando-se leis físicas” (CP, 6.25, tradução nossa). Nossa hipótese central consiste em considerar a matéria como uma classe natural, resultado de um processo teleológico de causação final e, como tal, é uma terceiridade esperando por atualização.

Arquitetônica da alma em O ego e o Id, de Sigmund Freud e no Livro IV de A República, de Platão: elementos para uma base epistemológica para a antropologia da segunda tópica freudiana

Neste trabalho tentaremos retomar a discussão que se estabeleceu em torno da proximidade e dos distanciamentos entre o discurso psicanalíticos e filosófico, no que se refere à estruturação do psiquismo. Os pontos de referência dos quais partimos são, à luz dos textos, de Freud, O Ego e o Id, de 1923, e, de Platão, A República, sobretudo o livro IV, onde os autores delimitam o tema. Nosso objetivo será, então, oferecer vias de releitura da epistemologia da segunda topologia da psicanálise de Freud, distanciando-a de alguns modelos de leitura que os limitaram, e aproximando-a de outros.

A TEORIA ARISTOTÉLICA DA DEMONSTRAÇÃO CIENTÍFICA

O objetivo deste trabalho é compreender a noção de “demonstração científica” (apodeixis) tal como Aristóteles a concebe nos Segundos Analíticos, bem como sua relação com a noção de “conhecimento científico” (episteme) e com a silogística aristotélica. Esta abordagem compara as duas grandes linhas de interpretação encontradas na literatura secundária, às quais chamo de paradigma dedutivo axiomatizado e paradigma explicativo causal.