Arquitetônica da alma em O ego e o Id, de Sigmund Freud e no Livro IV de A República, de Platão: elementos para uma base epistemológica para a antropologia da segunda tópica freudiana

Neste trabalho tentaremos retomar a discussão que se estabeleceu em torno da proximidade e dos distanciamentos entre o discurso psicanalíticos e filosófico, no que se refere à estruturação do psiquismo. Os pontos de referência dos quais partimos são, à luz dos textos, de Freud, O Ego e o Id, de 1923, e, de Platão, A República, sobretudo o livro IV, onde os autores delimitam o tema. Nosso objetivo será, então, oferecer vias de releitura da epistemologia da segunda topologia da psicanálise de Freud, distanciando-a de alguns modelos de leitura que os limitaram, e aproximando-a de outros. Examinaremos aspectos da arquitetura e do dinamismo psíquico nos autores, assim como enfrentaremos, a partir de alguns comentadores da história da psicologia, da psiquiatria, leituras filosóficas. Confrontaremos os modelos para encontrarmos aproximações e distanciamentos a partir do modo de elaboração, das dimensões de seus componentes, das alianças possíveis e da racionalidade que os circunscreve. A questão, ainda delicada, nos impõe trilhar nos limites do comentário, acompanhando autores por caminhos que eles mesmos evitaram recomendar percorrer ou mesmo vetaram, e sofrer com eles todas as vicissitudes a tais condutas reservadas.