Filosofia

Tantos sóis, tantos mundos, tantas hipóteses: a história das teorias de formação do sistema solar e os progressos da ciência

As teorias de formação do sistema solar têm uma longa história. A partir de Descartes, passando por Kant e Laplace, vários filósofos naturais e cientistas propuseram teorias que partiam de um estado inicial primitivo e chegavam às características do sistema solar atualmente observadas. Na segunda metade do século XX, o problema passa a ser investigado por uma crescente comunidade científica especializada.

Reflexão e experiência política em 1790: Estudo sobre a função política do sensus communis na Crítica da Faculdade de Julgar de Immanuel Kant

Há cinquenta anos atrás, Hannah Arendt lecionou uma série de lições sobre a filosofia política de Immanuel Kant na New School for Social Research em New York; um curso que entrou para a história da filosofia política contemporânea pela perspicácia da sua interpretação de um clássico até então praticamente inacessado nas suas reflexões sobre política, e, em especial, pela sua polêmica proposta de que a obra de Kant possuía dois modelos claramente distinguíveis de filosofia política.

A história e as coisas: crítica da história, coleção e história da arte no materialismo de Walter Benjamin

A presente pesquisa trata-se de uma investigação sobre elementos constitutivos da teoria materialista da arte no âmbito do pensamento de Walter Benjamin da década de 1930. O dois aspectos abordados foram a crítica ao conceito de história vigente desde o século XIX, ancorado no historicismo, e a importância de conferir a primazia do olhar para a materialidade dos objetos em seus detalhes particulares.

Da crise das formas à forma da crise: a estética de Adorno em três tempos

O presente trabalho pretende analisar o núcleo conceitual e as questões mobilizadas por Theodor W. Adorno em sua reflexão sobre as diferentes crises da arte autônoma e moderna, notadamente da chamada nova música. Assim, parte-se da crise das formas tradicionais (musicais) e da formulação da forma musical autêntica sem o recurso à tradição para, a partir daí, analisar o desenvolvimento imanente da linguagem musical desde a emergência da música moderna até seu envelhecimento.

Como é ser um enativista

Explicar fenômenos mentais tem sido um desafio permanente tanto para filósofos quanto para cientistas. Esta tese oferece razões para considerar o Enativismo, especialmente em suas variantes radicais, como uma abordagem que enquadra fenômenos mentais de maneira frutífera. Para enativistas, não somente o cérebro, como também o corpo inteiro, o ambiente e sua história biológica, tanto no nível filogenético como ontogenético, além de aspectos sociais e culturais, são necessários para a compreensão da cognição.

Os empiristas vão à missa: compromissos ontológicos e frameworks linguísticos

Entender o caráter das teorias científicas foi um desafio perene da filosofia da ciência e particularmente dos empiristas lógicos. Parte significativa dos trabalhos tardios de Rudolf Carnap foram reservados a arregimentar formas de expressar as teorias científicas, analisar os limites de sua aplicação, e sedimentar um tratamento formalizado de seus termos de modo a bloquear potenciais abusos na forma de infusão de teses metafísicas.

Probabilidade do condicional e probabilidade condicional: leis do excesso e resultados de trivialização na lógica LFI1

esde cedo nas investigações da viabilidade da incorporação da teoria da probabilidade à Lógica, percebeu-se que expressões da linguagem natural condicionais têm duas formalizações intuitivas. Sejam a, b proposições e 0 <= x <= 1 um valor de probabilidade. Considere-se, então, a sentença "a probabilidade de a dada b é x". Por um lado, ela parece denotar uma proposição condicional; por outro, parece formalizável como uma proposição expressando uma probabilidade condicional.

O âmbito de investigação da filosofia primeira e sua relação com as demais ciências no comentário de Alberto Magno à Metafísica de Aristóteles

sta tese tem por escopo analisar a definição do âmbito de investigação da filosofia primeira em Alberto Magno. Para tanto, investigaremos a definição do sujeito nas três digressões iniciais do comentário à Metafísica I, 1, 1-3. Nesse texto, Alberto estabelece que o sujeito da metafísica é o ser enquanto ser. Esta seria a ciência que trata do ser simples, mais comum e geral, e que precede no nível de princípios qualquer substância em qualquer ciência.

A recepção de Heráclito na filosofia de Nietzsche

A proposta de pesquisa tem como objetivo principal investigar a retomada do pensamento de Heráclito na filosofia de Nietzsche. Para isso, buscamos três aspectos de convergência entre Nietzsche e Heráclito, apontados pelo próprio filósofo alemão em Ecce homo. O primeiro aspecto é a concepção de uma filosofia dionisíaca em Nietzsche que pode ser remetido a Heráclito por conta da tese de que tudo flui (πάντα ῥεῖ), e que, portanto, afirma o devir.

A MORALIDADE SOBERANA: O MODELO POLÍTICO-MORAL DE JEAN-JACQUES ROUSSEAU

Esta dissertação tem como objetivo apresentar, em oposição às leituras contemporâneas de Hannah Arendt e Seyla Benhabib, uma interpretação do modelo político-moral proposto por Rousseau no Contrato Social que, ao invés de solucionar a tensão entre indivíduo e comunidade, a traz para o primeiro plano.