Explicar fenômenos mentais tem sido um desafio permanente tanto para filósofos quanto para cientistas. Esta tese oferece razões para considerar o Enativismo, especialmente em suas variantes radicais, como uma abordagem que enquadra fenômenos mentais de maneira frutífera. Para enativistas, não somente o cérebro, como também o corpo inteiro, o ambiente e sua história biológica, tanto no nível filogenético como ontogenético, além de aspectos sociais e culturais, são necessários para a compreensão da cognição. O principal ponto defendido por enativistas é a possibilidade de prover uma abordagem não-representacionalista para a cognição. Além de apresentar os principais princípios do Enativismo (capítulos 1 e 2), argumento que as maneiras tradicionais de entender a fenomenalidade enfrentam deficiências que derivam de pressuposições filosóficas errôneas. Mais especificamente, as dificuldades profundas em explicar cientificamente a fenomenalidade surgem de expectativas redutivistas implícitas na pesquisa filosófica e científica sobre a mente (capítulo 3) e de uma concepção distorcida de experiência (capítulo 4). Argumento que uma visão inspirada pelo enativismo é não somente possível como, de fato, uma abordagem promissora para a mente e a cognição.