História

Política, Paisagem e Cidade: criações, disputas e diálogos a partir de Saturnino de Brito

Esta tese examina a obra de Saturnino de Brito, profissional reconhecido no campo das engenharias ao longo da Primeira República no Brasil. Sua atuação o fez viajar por quase todo o território nacional elaborando planos de saneamento associados às obras urbanas naquele contexto de modernização do país.

“Um ato digno de louvores”: assistência e beneficência na Santa Casa de Misericórdia de Campinas (1876-1889).

A Santa Casa de Misericórdia de Campinas foi capaz de envolver diferentes setores sociais em seu entorno. Esse vínculo com a população campineira se moldou a partir de diferentes funções que a instituição exerceu na sociedade, definidas, neste trabalho, pelo seu papel nos setores na assistência, na beneficência, na saúde pública, na religião e na sociabilidade.

Afrikkan's wake: discursos para administração do caos em nome da ordem em territórios Sul-Africanos, 1894-1919

O monopólio da violência exercido pelo Colonialismo britânico e, posteriormente, pelo Estado sul-africano está muito além da violência física ou simbólica empregadas em sua construção. Ele aparece em quase todas as formas e estratos da sociedade sul-africana, simbolizando um tipo de Estado que não precisa de rosto ou uma única forma de policiamento para levar seus inimigos ao completo aniquilamento.

DIREITO DE APRENDER: A EDUCAÇÃO NAS LUTAS NEGRAS POR EMANCIPAÇÃO (PARANÁ, 1853-1910)

O presente trabalho pretende discutir o processo de construção do direito à educação através de experiências escolares envolvendo a população negra, da escravidão ao pós-abolição. Desde a implantação do sistema público de ensino no país, estes sujeitos se empenharam para o acesso às escolas, contornando as restrições impostas pelas legislações, contextos de racialização e projetos de governo excludentes voltados à preservação das hierarquias características do escravismo.

Sobre letras e leis: indianismo e justiça em Bernardo Guimarães

O indianismo emergiu como uma das principais vertentes da literatura nacional no século XIX. Mas, como já denunciavam juristas, a exemplo de Perdigão Malheiros em 1866, pode-se considerar que um dos pressupostos dessa vertente literária é a idealização do índio que, por sua vez, contrastava com a realidade que o marginaliza no Império. No entanto, em certos casos, os mesmos homens que lidavam com o cotidiano das políticas indigenistas também escreviam literatura indianista.

TEMPORALIDADES, ESCRITA E FEMININO: AS NARRATIVAS VIATICAS DE ADÉLE TOUSSAINT-SAMSON E SIMONE DE BEAUVOIR

Nesta tese proponho analisar a escrita viatica de duas autoras francesas significativamente distantes entre si, são elas, Adèle Toussaint-Samson (1826-1911) e Simone de Beauvoir (1908-1986). A primeira viajante esteve no país na segunda metade do século XIX e morou aqui por doze anos (1849/50-1872). Ao longo de sua estadia realizou diversas viagens pelos arredores do Rio de Janeiro assim como conheceu os costumes e as tradições locais; experiências que compõem o livro de sua autoria, Uma parisiense no Brasil, lançado em 1883 tanto na França quanto no Brasil.

Conhecimento ilustrado e ideário reformista nas Memórias Econômicas da Academia Real das Ciências de Lisboa

As Memórias Econômicas constituem uma coletânea de cerca de oitenta textos publicados em cinco volumes pela Academia Real das Ciências de Lisboa entre 1789 e 1815. Dedicadas à análise do conjunto multifacetado de aspectos que caracterizavam o reino de Portugal e suas conquistas atlânticas em finais do século XVIII e inícios da centúria seguinte, elas realizam um diagnóstico detalhado de seus territórios e avançam projetos de reforma a fim de fazê-los progredir.

Temporada de caça: recepções e adaptações de cenas de caça ao leão no repertório helenístico (séculos IV - III a.C.)

Este estudo visa à análise da recepção de imagens de caça ao leão no repertório helenístico durante os séculos IV e III a.C. Sua principal tese advoga que esse tema figurativo, presente em sociedades como a assíria e a persa, retornou à arte grega após as conquistas de Alexandre Magno. Ademais, a partir do cruzamento entre dois motivos centrais desse repertório - caça e guerra - é argumentado que a arte do período confere alguma senciência aos animais retratados, graças ao emprego de uma Pathosformel específica – o pescoço retorcido de homens e feras.