História

DIREITO DE APRENDER: A EDUCAÇÃO NAS LUTAS NEGRAS POR EMANCIPAÇÃO (PARANÁ, 1853-1910)

O presente trabalho pretende discutir o processo de construção do direito à educação através de experiências escolares envolvendo a população negra, da escravidão ao pós-abolição. Desde a implantação do sistema público de ensino no país, estes sujeitos se empenharam para o acesso às escolas, contornando as restrições impostas pelas legislações, contextos de racialização e projetos de governo excludentes voltados à preservação das hierarquias características do escravismo.

Sobre letras e leis: indianismo e justiça em Bernardo Guimarães

O indianismo emergiu como uma das principais vertentes da literatura nacional no século XIX. Mas, como já denunciavam juristas, a exemplo de Perdigão Malheiros em 1866, pode-se considerar que um dos pressupostos dessa vertente literária é a idealização do índio que, por sua vez, contrastava com a realidade que o marginaliza no Império. No entanto, em certos casos, os mesmos homens que lidavam com o cotidiano das políticas indigenistas também escreviam literatura indianista.

TEMPORALIDADES, ESCRITA E FEMININO: AS NARRATIVAS VIATICAS DE ADÉLE TOUSSAINT-SAMSON E SIMONE DE BEAUVOIR

Nesta tese proponho analisar a escrita viatica de duas autoras francesas significativamente distantes entre si, são elas, Adèle Toussaint-Samson (1826-1911) e Simone de Beauvoir (1908-1986). A primeira viajante esteve no país na segunda metade do século XIX e morou aqui por doze anos (1849/50-1872). Ao longo de sua estadia realizou diversas viagens pelos arredores do Rio de Janeiro assim como conheceu os costumes e as tradições locais; experiências que compõem o livro de sua autoria, Uma parisiense no Brasil, lançado em 1883 tanto na França quanto no Brasil.

Conhecimento ilustrado e ideário reformista nas Memórias Econômicas da Academia Real das Ciências de Lisboa

As Memórias Econômicas constituem uma coletânea de cerca de oitenta textos publicados em cinco volumes pela Academia Real das Ciências de Lisboa entre 1789 e 1815. Dedicadas à análise do conjunto multifacetado de aspectos que caracterizavam o reino de Portugal e suas conquistas atlânticas em finais do século XVIII e inícios da centúria seguinte, elas realizam um diagnóstico detalhado de seus territórios e avançam projetos de reforma a fim de fazê-los progredir.

Temporada de caça: recepções e adaptações de cenas de caça ao leão no repertório helenístico (séculos IV - III a.C.)

Este estudo visa à análise da recepção de imagens de caça ao leão no repertório helenístico durante os séculos IV e III a.C. Sua principal tese advoga que esse tema figurativo, presente em sociedades como a assíria e a persa, retornou à arte grega após as conquistas de Alexandre Magno. Ademais, a partir do cruzamento entre dois motivos centrais desse repertório - caça e guerra - é argumentado que a arte do período confere alguma senciência aos animais retratados, graças ao emprego de uma Pathosformel específica – o pescoço retorcido de homens e feras.

ECI ACETUKO” UM PROTESTANTISMO NA CONTRAMÃO HISTÓRICA NO SUL ANGOLANO: O CASO DA IGREJA EVANGÉLICA SINODAL DE ANGOLA - IESA (1943 – 1979)

Nosso trabalho se insere no campo da história social, com ele procuramos descortinar o papel do protestantismo - de forma geral- , e em particular da Igreja Evangélica Sinodal de Angola - IESA, na formação da subjetividade dos Ovimbundu, situados a Sul de Angola entre 1943 à 1979. Conforme veremos ao longo da nossa dissertação, há nos ovimbundu do sul angolano, um imaginário de pertencimento construído ao redor desta instituição e de seus membros que os difere das demais instituições protestantes.

O TRIUNFO DAS ÁGUAS: A ornamentação de lavabos e chafarizes em Minas Gerais (séculos XVIII e XIX)

O triunfo das águas na Capitania das Minas foi marcado pelo ritmo do vai e volta às bicas d’água. Tanto as/os negras/os escravizadas/os e pessoas pobres que abasteciam seus barris e bilhas nos chafarizes públicos quanto os padres que lavavam suas mãos nos lavabos das sacristias encaravam de frente as monstruosas carrancas que lhe adornavam. Essas máscaras animadas foram lavradas e entalhadas como adornos aprendidos dos cortejos de divindades marinhas e fluviais, entronizadas por delfins e acompanhadas pelo murmulhar de Deuses-Rios, Ninfas e Cupidos.