Articulações Pan-Americanas: a história em pauta nos Congressos Pan-Americanos de Arquitetos no Entreguerras

Esta tese de doutorado analisa as cinco primeiras edições dos Congressos Pan-Americanos de Arquitetos (Montevidéu, 1920; Santiago do Chile, 1923; Buenos Aires, 1927; Rio de Janeiro, 1930; Montevidéu, 1940) com o objetivo de compreender os efeitos das articulações operadas entre os debates profissionais e políticos colocados em disputa nesses eventos. As diferentes defesas e polêmicas sobre a formação acadêmica, as esferas de representação e associação profissional, a elaboração de planos urbanos, o problema da habitação e a dimensão simbólica da produção arquitetônica são analisadas em sua implicação mútua com uma geopolítica acentuada pelas relações do entreguerras na América. Por meio da análise das atas e trabalhos produzidos em cada edição, das revistas editadas pelas associações profissionais nacionais e de textos publicados pela União Pan-Americana, em estreito diálogo com abordagens da historiografia, problematiza-se a estruturação do campo profissional organizado a partir do pan-americanismo em suas múltiplas mobilizações. Argumenta-se serem as correspondências entre os projetos para o futuro das cidades americanas e para a profissão de arquiteto estabelecidas com base nessas práticas políticas que, por meio de interpretações sobre a história da América, legitimam o exercício da profissão no continente americano