Filosofia

A constituição entitativo-modal do existente finito em João Duns Scotus

O conceito de existente, em Duns Scotus, resulta de um complexo de objetos formais ou formalidades, que se determinam em sua relação com o intelecto que conhece. Em si mesmo tal conceito não é inteligível senão abstratamente, não como existe, uma vez que o intelecto se divide num conhecimento abstrativo da essência e intuitivo da existência, este ainda restrito à simples presença do objeto.

Metaontologia Meinongiana e o Paradoxo dos Existenciais Negativos

O Paradoxo dos Existencias Negativos é um paradoxo da referência semântica com interessantes implicações metafísicas. Como é possível negar a existência de um objeto se, para negá-la, é preciso que nos refiramos ao objeto cuja existência é negada? Se o Papai Noel não existe de verdade, como é possível falar sobre ele?

Investigação sobre a Dualidade de Processamento na Cognição e as Implicações para os Sistemas de IA Modernos

Esta dissertação consiste em uma investigação de uma divisão pervasiva na cognição entre dois tipos de processamento de informação e a aplicação dos conceitos investigados na análise de sistemas modernos de Inteligência Artificial (IA), especificamente Large Language Models (LLMs). A dissertação explora dois tipos de processos cognitivos, comumente contrastados como associativo versus analítico, ou preditivo versus reflexivo - uma divisão que se estende da cognição natural à artificial.

Towards Ontological Heterogeneity: Splicing Logic and Ontology

Lógica e Ontologia são áreas da Filosofia unidas como gêmeas em termos de suas origens, mas separadas por suas motivações e abordagens. A Ontologia Aplicada é um ramo da Ontologia que descende da prática analítica iniciada por Frege e Russell e que se propõe a fornecer métodos, ferramentas e conceitos para se praticar Ontologia de modo pragmático, com um viés computacional e que muito se relaciona com Lógica.

A ideia de finalidade da natureza na de Fundamentação da Metafísica dos Costumes Kant

A Fundamentação da metafísica dos costumes é a obra na qual Kant faz sua primeira tentativa de estabelecer o princípio da moral fundamentado, principalmente, na autonomia da razão. Em seu desenvolvimento argumentativo, o autor faz uso da ideia de uma ordenação conforme a fins da natureza – isto é, de uma teleologia –, em dois momentos específicos: no argumento teleológico e nas fórmulas do imperativo categórico. A presença da teleologia no processo de investigação da moral kantiana recebeu pesadas críticas da literatura.

Comunidade ética e história na filosofia de Kant

A presente tese visa traçar a relação entre os âmbitos individual e coletivo no que diz respeito à moral kantiana, a partir de uma análise do conceito de comunidade ética, apresentado por Kant em 1793, com a publicação da Religião nos limites da simples razão. Assim, em um primeiro momento busca-se reconstruir e examinar a dualidade a partir da qual Kant pensa o problema do mal: por um lado, uma predisposição (Anlage) para o bem, por outro, uma propensão (Hang) para o mal.

O realismo político de Hegel na seção “A religião da arte” da Fenomenologia do espírito: “é fundamentada a desconfiança” frente à exigência da conformidade da política à moral

Neste trabalho, tentaremos mostrar que, na seção “A religião da arte” do sétimo capítulo da Fenomenologia do espírito (VII, B), Hegel não descreve somente o contraste da religião grega com a religião natural, mas, antes, a consciência de seu tempo. Na abertura da subseção “A obra-de-arte espiritual” (VII, B, c), lemos que os “belos espíritos-dos-povos” reúnem-se “em um único Panteão” (PhG, 529, § 727), entretanto, “esses estão sob a hegemonia de um, mais que sob sua soberania” (530, § 728).