Filosofia

Fazer ficção como um ato de fala

Neste trabalho proponho uma defesa da tese de que escrever uma obra de ficção consiste na performance de um ato de fala sui generis. Inspirado em Grice, caracterizo esse ato de fala em um modelo expressivista de força ilocucionária. De acordo com essa proposta, realizar um ato de fala consiste na expressão de uma intenção comunicativa explícita, racionalmente restrita, e auto-referencial, que é direcionada a uma audiência. Neste modelo, proponho que no processo de escrever uma obra de ficção, o autor realiza um ato de fala sui generis que consiste na expressão de sua imaginação.

SOBRE O ASCETISMO NA FILOSOFIA DE SCHOPENHAUER

A presente dissertação examina o que o filósofo Arthur Schopenhauer denominou ascese e como essa noção se desenvolveu no decorrer de suas obras. Fundamentado sobre a noção de que a coisa-em-si de Kant é uma Vontade cega, e cuja existência é o cerne de todo o sofrimento do mundo, uma necessidade soteriológica emerge. O caminho para que o erro da existência possa ser corrigido e para que o sofrimento deixe de existir constitui o aspecto seminal da teoria ascética do filósofo de Frankfurt.

Um Estudo sobre Símbolo e Mito em Ernst Cassirer

Este trabalho segue uma lógica de reconstrução conceitual sobre os temas do símbolo e do mito em obras selecionadas de Ernst Cassirer. Entendemos que símbolo e mito estão em convergência no projeto filosófico de Cassirer e, para apresentar nosso ponto de vista, visamos explicar as bases desses conceitos e suas problemáticas em comum. Buscamos apresentar reflexões sobre os termos, para aprofundar as exposições do autor, bem como sintetizar argumentos, visando analisá-los em conjunto.

Um estudo sobre a interseção entre dilemas morais e a responsabilidade moral

O objetivo desta dissertação de mestrado é explorar uma possível interseção entre dilemas morais e responsabilidade moral. Nessa interseção, o princípio de que "deve" implica "pode" (DIP) desempenha um papel crucial. O princípio, que estabelece que uma agente só é moralmente obrigada a executar uma ação que ela é capaz de executar, é uma premissa em um argumento importante que visa demonstrar a inconsistência lógica da tese da existência de dilemas morais.

A léxis da forma jurídica

Nossa dissertação pretende realizar uma análise dialética da forma jurídica a partir do recorte estabelecido pelo jurista soviético Evgeni Pachukanis em Teoria geral do direito e o marxismo. Em linhas gerais, procuraremos aproximar a noção de forma em Pachukanis daquela presente nos Diálogos de Platão, para apresentar uma léxis da forma jurídica.

A constituição entitativo-modal do existente finito em João Duns Scotus

O conceito de existente, em Duns Scotus, resulta de um complexo de objetos formais ou formalidades, que se determinam em sua relação com o intelecto que conhece. Em si mesmo tal conceito não é inteligível senão abstratamente, não como existe, uma vez que o intelecto se divide num conhecimento abstrativo da essência e intuitivo da existência, este ainda restrito à simples presença do objeto.

Metaontologia Meinongiana e o Paradoxo dos Existenciais Negativos

O Paradoxo dos Existencias Negativos é um paradoxo da referência semântica com interessantes implicações metafísicas. Como é possível negar a existência de um objeto se, para negá-la, é preciso que nos refiramos ao objeto cuja existência é negada? Se o Papai Noel não existe de verdade, como é possível falar sobre ele?

Investigação sobre a Dualidade de Processamento na Cognição e as Implicações para os Sistemas de IA Modernos

Esta dissertação consiste em uma investigação de uma divisão pervasiva na cognição entre dois tipos de processamento de informação e a aplicação dos conceitos investigados na análise de sistemas modernos de Inteligência Artificial (IA), especificamente Large Language Models (LLMs). A dissertação explora dois tipos de processos cognitivos, comumente contrastados como associativo versus analítico, ou preditivo versus reflexivo - uma divisão que se estende da cognição natural à artificial.

Towards Ontological Heterogeneity: Splicing Logic and Ontology

Lógica e Ontologia são áreas da Filosofia unidas como gêmeas em termos de suas origens, mas separadas por suas motivações e abordagens. A Ontologia Aplicada é um ramo da Ontologia que descende da prática analítica iniciada por Frege e Russell e que se propõe a fornecer métodos, ferramentas e conceitos para se praticar Ontologia de modo pragmático, com um viés computacional e que muito se relaciona com Lógica.