Filosofia

Tomás de Aquino e as características necessárias dos transcendentais

Esta dissertação tem por objetivo investigar e elucidar as características necessárias de uma das teorias mais importantes e originais da filosofia medieval no século XIII: a teoria dos transcendentais assumida por Tomás de Aquino. Um transcendental é uma noção que, na linguagem filosófica da escolástica, se diz de certas propriedades do ser que ultrapassam as categorias aristotélicas e que convém a todo ente. Tomás de Aquino elencou, em De veritate q. 1, a. 1, o que até então é tido como o rol definitivo de tais noções, as quais são: ente, coisa, uno, algo, bem e verdadeiro.

Niilismo e modernismo: o diagnóstico de Ernst Jünger e o informe na pintura francesa do segundo pós-guerra

O niilismo tornou-se problema na história da filosofia desde a modernidade e, sobretudo a partir da segunda metade do século XIX, com Friedrich Nietzsche (1844-1900) e sua crítica aos fundamentos da cultura ocidental e seu diagnóstico da “morte de Deus”, fez-se perspectiva relevante de interpretação da modernidade e de nossa contemporaneidade. Como perspectiva interpretativa desse período histórico, o niilismo faz-se relevante também como perspectiva de análise dos fundamentos da produção artística moderna e contemporânea.

A constituição da paridade de participação como princípio normativo na teoria bidimensional da justiça em Nancy Fraser

Esta dissertação investiga como a noção de paridade de participação pode ser identificada progressivamente ao longo do percurso intelectual de Nancy Fraser de modo a constituir o princípio normativo de sua teoria bidimensional da justiça social. Para isso, propomos uma retomada dos escritos da autora dos anos oitenta com o intuito de entender de que modo a paridade de participação, elaborada no contexto da teoria da justiça, parece encontrar sua base germinal especialmente no contexto de formulação da política de interpretação das necessidades.

A função da deliberação (βούλευσις) no engendramento do caráter virtuoso: um percurso pelos livros I, II, III e VI da Ethica Nicomachea de Aristóteles

O objetivo desta Dissertação é examinar de modo pormenorizado qual é a função exata que Aristóteles atribui à deliberação (βούλευσις) na Ethica Nicomachea (EN). Meu propósito é avaliar como e por que a deliberação desempenha um papel importante na consecução de ações virtuosas e, sobretudo, na aquisição, na consolidação e na manutenção do caráter virtuoso. Para tanto, examinarei passagens selecionadas dos livros I, II, III e VI.

Walter Benjamin: uma conjuntura da tatilidade

O trabalho trata da tatilidade em Walter Benjamin, conceito empregado aqui para caracterizar a experiência do cinema como uma relação psicofísica entre o coletivo e o mundo através da percepção tecnicamente mediada. O ponto de partida é o diagnóstico da transformação histórica da percepção e experiência ensejada pela tecnicização das condições urbanas de existência, que estabelece o choque como forma da percepção corporificada e exteriorizada.

Montaigne e a questão da fortuna: condição humana e dimensão prática nos Ensaios

O objetivo da presente pesquisa é empreender um estudo acerca da noção de fortuna nos Ensaios de Michel de Montaigne. Trata-se de um tema bastante recorrente na obra, e que parece interligar muitas das concepções apresentadas pelo autor, o que justifica a pertinência de um estudo aprofundado a respeito. Pretendemos mostrar que a ideia de fortuna possui implicações e desdobramentos teóricos importantes no pensamento montaigniano, sobretudo no plano prático.

PSEUDODEMOCRACIA NO ESTADO DE DIREITO

Agamben caracteriza o estado moderno como lugar de ‘gestação’ da biopolítica, ou melhor, de seu ‘parto’. Os direitos e garantias fundamentais do cidadão, o livre-arbítrio e a adesão a um contrato social são o verniz que torna opaco a real base de constituição do Estado Moderno: a vida nua.

Hegel e a representação política corporativa: uma alternativa ao princípio liberal do atomismo. (1817-1831)

O estudo pretende apresentar a concepção hegeliana de representação política, a representação corporativa, em contraposição e como alternativa à concepção liberal que surge efetivamente com a Revolução Francesa. Hegel é o primeiro pensador a sistematizar a representação política de tipo corporativa, muito embora ela já estivesse, de alguma forma, entranhada nas estruturas sociais e políticas da Alemanha de sua época e fosse acolhida pelos reformadores liberais como Hardenberg e Stein.