Ciências Sociais

Enquanto houver racismo, não haverá Agroecologia!

O estudo apresentado analisa como a categoria raça/cor em intersecção com os feminismos é operacionalizada pelo movimento Agroecológico, em especial o GT de Mulheres da ANA- Articulação Nacional de Agroecologia e o GT de Mulheres da ABA=Associação Brasileira de Agroecologia, na construção dos discursos, pautas e ações de luta.

“Se tudo é abusivo, nada é”: fluxos, usos e mudanças de sensibilidades na produção da categoria “relações abusivas”

Esta tese se dedica ao estudo do surgimento e consolidação da categoria relações abusivas. Para tanto, parte dos pressupostos de que as convenções acerca do que é percebido como violento estão sempre se modificando e de que os movimentos feministas brasileiros contribuíram significativamente para o modo como casais homo e heteroafetivos passaram a significar situações de violência e/ou de abusos em seus relacionamentos. Ao abarcar essa discussão, toma como base a etnografia online e offline e se divide em três frentes etnográficas distintas.

Até tirar-lhes a vida: uma genealogia do "auto de resistência"

Este trabalho consiste em um estudo genealógico do "auto de resistência" (AR), uma peça administrativa fundamental nas práticas do Estado brasileiro. Sua característica distintiva reside na produção de uma narrativa oficial que alega que um agente estatal usou da violência contra outros indivíduos unicamente porque estes últimos "resistiram". O AR, portanto, desempenha um papel crucial na construção da chamada "verdade jurídica".

"Transplantando esperança": tecnobiopolítica em terapias experimentais com células-tronco para a cura do HIV

No curso dos últimos quinze anos, médicos e cientistas anunciaram os primeiros casos de “cura” ou “remissão de longo prazo” do HIV por meio de transplantes experimentais de células-tronco com a mutação genética CCR5Δ32/Δ32, que confere resistência à infecção pelo vírus. A presente tese de doutorado tem como objetivo central desenvolver uma cartografia dessas experimentações tecnobiocientíficas com células-tronco para a cura do HIV, a partir de uma perspectiva socioantropológica.

Mulheres mudam o mundo": uma etnografia de políticas corporativas e pedagogias do empoderamento

A tese parte da recente profusão discursiva que determina as mulheres como “nova” frente de combate à pobreza, crises econômicas e desigualdades entre nações. O foco em promover o empoderamento de mulheres tem sido motor para o protagonismo corporativo por meio de investimentos privados em projetos de organizações não-governamentais e da sociedade civil sob formas de voluntariado.

Feminismos, Sexualidade e Trabalho: as controvérsias em torno do reconhecimento da prostituição como atividade profissional no Brasil

No Brasil, tem ocorrido a radicalização de posicionamentos contrários à legalização e a possibilidade da regulamentação da prostituição enquanto atividade profissional reconhecida pelo Estado. Nesta pesquisa analiso a disputa instaurada na esfera pública em torno da controvérsia sobre a proibição da prostituição e criminalização do cliente versus a regulamentação laboral do trabalho sexual.

As Práticas Empreendedoras e Constituição da Vida Business: Ideologia e o Novo Sentido da Precarização do Trabalho

O presente trabalho pretende a apresentação e problematização do discurso e práticas do empreendedorismo no contexto do capitalismo atual, a partir da observação da dinâmica de trabalho dos chamados “empreendedores” do Marketing Multinível (MMN). Buscamos, nessa pesquisa, analisar e problematizar a retórica e práticas propostas pela empresa que aqui chamaremos GH, que fomenta e maximiza o comportamento empreendedor em seus associados, causando rebatimentos diretos e profundos nos espaços mais privados e íntimos de seu cotidiano.