O estudo apresentado analisa como a categoria raça/cor em intersecção com os feminismos é operacionalizada pelo movimento Agroecológico, em especial o GT de Mulheres da ANA- Articulação Nacional de Agroecologia e o GT de Mulheres da ABA=Associação Brasileira de Agroecologia, na construção dos discursos, pautas e ações de luta. Compartilho e intelectualizo a minha vivência de anos de atuação nesses espaços a partir da presença e da ausência do meu corpo negro, feminino, feminista e militante das Agroecologias no projeto utópico de materialização de uma sociedade baseada nas premissas do Bem-Viver.
A tese apresenta as perspectivas de como os lemas do movimento agroecológico ABA/ANA, são trabalhados para alcançar políticas públicas, visibilidade, poder, dinheiro e dentre outras pautas compreendo que o “SEM FEMINISNO NÃO HÁ AGROECOLOGIA” não está em horizontalidade de importância quando observo as ações antirracistas vinculadas ao lema “SE TEM RACISMO, NÃO TEM AGROECOLOGIA”. Para esse debate aciono dados, conceitos e teorias elaboradas por mim em dialogo com autoras e autores que veem na decolonialidade o caminho para o enfrentamento das desigualdades que atravessam o território Latinoamericano visando a erradicação do racismo e da branquitude que está ativa em toda sociedade, inclusive nos espaços que se comprometem com um processo anticapitalista a partir de discursos de erradicação das violências.