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A TELEOLOGIA PSICOSSOCIAL DE CASSIRER: SOBRE A FENOMENOLOGIA DA COGNIÇÃO
Aluno(a): Ítalo Santos Clemente
Programa: Filosofia
Data: 21/05/2025 - 09:00
Local: Sala de Defesas de Teses I
Membros da Banca:
  • Professores Titulares: Prof. Dr. Rafael Rodrigues Garcia (Presidente) (Orientador) Instituição de Origem: IFCH/ UNICAMP
  • Dr. Ivânio Lopes de Azevedo Júnior Instituição de Origem: Universidade Federal do Ceará /Fortaleza
  • Dr. Mario Ariel González Porta Instituição de Origem: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo /São Paulo
  • Professores Suplentes: Dr. Fernando Costa Mattos Instituição de Origem: Universidade Federal do ABC /Santo André
  • Profa. Dra. Monique Hulshof Instituição de Origem: IFCH/ UNICAMP
Descrição da Defesa:

Esta dissertação apresenta uma possível chave de leitura para a fenomenologia de Ernst Cassirer. Em sua obra Philosophie der symbolischen Formen: Phänomenologie der Erkenntnis, Cassirer esquematiza três funções simbólicas da consciência que abarcam o todo da experiência: expressão, apresentação e significação pura. Nenhuma dessas funções é suprimida pela outra, cada uma possui um índice de refração diferente, interpelando criticamente a cognição de maneira qualitativamente distinta e com níveis dessemelhantes. Toda cognição conceitual está fundamentada em uma cognição intuitiva que, por sua vez, é fundamentada em uma cognição perceptiva. Nessa fenomenologia da cognição, as formas simbólicas da cultura, como o mito, a linguagem e a ciência, são dispostas segundo um “plano geral de orientação ideal” e comparadas, cada uma em sua irredutibilidade, mediante respectivas modalidades. No entanto, mesmo que os estratos da formação cultural possam ser estratificados de acordo com o processo de “objetivação”, não se atribui ao propósito da humanidade uma fórmula universal expressando a natureza absoluta do espírito, muito menos a prescrição do curso futuro da história da cultura, mas simplesmente uma meta de progressão da consciência de liberdade. Portanto, através desse telos do espírito humano, a diversidade de formas simbólicas da cultura, os produtos do espírito “objetivo”, para Cassirer, confirmam a unidade de seu processo produtivo e permitem uma reconstrução da “subjetividade”. Em suma, a literatura especializada discute se há uma teleologia na filosofia de Cassirer. Nesta dissertação defendemos que, se caso houver uma teleologia, ela será uma teleologia psicossocial, e não biológica.
 

Outras Auroras: Nietzsche e a antropologia no horizonte do infinito
Aluno(a): Iara Velasco e Cruz Malbouisson
Programa: Filosofia
Data: 16/06/2025 - 08:00
Local: Sala de Defesas de Teses I
Membros da Banca:
  • Presidente Prof. Dr. Oswaldo Giacóia Junior Universidade Estadual de Campinas
  • Membros Titulares Dr. Henry Martin Burnett Junior Universidade Federal de São Paulo - Campus Guarulhos
  • Dr. Peter Pal Pelbart Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
  • Dr. Yolanda Glória Gamboa Munõz Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Dr. Ivan Risafi de Pontes Universidade Federal do Pará
  • Membros Suplentes Dr. Ricardo Bazilio Dalla Vecchia Universidade Federal de Goiás
  • Dr. Wander Andrade de Paula Universidade Federal do Espirito Santo
  • Profa. Dra. Fátima Regina Rodrigues Évora IFCH/ UNICAMP
Descrição da Defesa:

Provocadoras e controversas, as afirmações públicas e privadas de Nietzsche sobre o niilismo, assim como seu professado perspectivismo, continuam a inspirar debates filosóficos. O advento do niilismo é descrito por Nietzsche como uma catástrofe em direção a qual a cultura europeia está há muito tempo se movendo; a ascensão do niilismo denota um processo de exaustão, a perda de validade e força vinculante dos valores supremos da cultura europeia, dentre os quais a “verdade” aparece com destaque. Uma relação aguda conecta niilismo e perspectivismo no pensamento nietzschiano, uma vez que o surgimento do segundo depende do ocaso que se anuncia pelo primeiro: se estamos no horizonte do infinito, que é também o horizonte do perspectivismo, é porque se apagou aquela linha do horizonte que, sob o sinóptico nome de Deus, arrogava-se como incondicional, absoluta, universal. Nesta tese defendo uma interpretação da filosofia de Nietzsche segundo a qual o colapso da Europa, sendo também sua grande realização, sua Selbstaufhebung, traz consigo a impossibilidade de se recusar a existência e validade de infinitas outras interpretações ou perspectivas, diversas em relação àquela que, na Europa, firmara-se como única, seja ela dita humana ou apenas judaico-cristã. Assim, defendo que a filosofia, a partir de Nietzsche, passa a ser uma atividade necessariamente intercultural, isto é, passa a dar-se necessariamente a partir de um horizonte de interculturalidade. Experimentalmente, por meio de excursos, conecto esta interpretação da filosofia nietzschiana com reflexões teóricas advindas da antropologia (especialmente da obra de Eduardo Viveiros de Castro) e do pensamento indígena (especialmente pela mediação da obra A queda do céu de Davi Kopenawa e Bruce Albert), buscando mostrar como estas interlocuções iluminam e fazem frutificar o pensamento nietzschiano de modo inesperado e filosoficamente instigante, tanto mais quando se considera – e esta é a principal proposição defendida nesta tese – que a própria filosofia de Nietzsche tem como consequência essa abertura de horizontes, ou o descerramento de uma filosofia da interculturalidade.