Próximas Defesas

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MANCHANDO: (O QUE) FAZER (COM) A MENSTRUAÇÃO. ESTRATÉGIAS E EXPERIMENTOS PARA VAZAR QUESTÕES FEMINISTAS ATRAVÉS DAS TECNOCIÊNCIAS
Aluno(a): Clarissa Reche Nunes da Costa
Programa: Ciências Sociais
Data: 27/05/2024 - 14:00
Local:
Membros da Banca:
  • Profa. Dra. Daniela Tonelli Manica - Presidente ( Unicamp )
  • Dra. Marilia Mello Pisani ( UFABC )
  • Dr. Henrique Zoqui Martins Parra ( Unifesp )
  • Dra. Fabiana Bruno ( Unicamp )
  • Prof. Dr. Marko Synesio Alves Monteiro ( Unicamp )
Descrição da Defesa:

Partindo do alerta de antropólogas indígenas sobre a falta de respeito da academia com cuidados necessários para se ter uma menstruação digna, a primeira questão de pesquisa que animou esta tese foi: “se e como a experiência de menstruar durante encontros etnográficos é expressa no modo como se produz conhecimento antropológico?”. Ao iniciar os trabalhos, lidei com as armadilhas colocadas por essa pergunta, em especial com o fato de saber, desde o começo, que essas experiências não são expressas. Assim, eu teria que utilizar metodologias capazes de evocá-las. Foi então que uma pergunta anterior revelou-se escondida dentro da primeira: “se e como é possível manifestar as marcas que os corpos possuem e, de forma segura, insistir em produzir conhecimento acadêmico/ institucional?”. Para seguir com esta questão, aliei-me com teóricas feministas dos estudos sociais da ciência e tecnologia e trabalhei com a hipótese de insistir em permanecer produzindo conhecimento, confeccionando conversas que não vão ferir os sentimentos estabelecidos da comunidade científica. A pesquisa etnográfica consistiu no planejamento, realização e análise de alguns experimentos. Para tanto, foram projetadas e utilizadas três estratégias metodológicas baseadas em ferramentas: de “des.enfeitiçamento”, para evocar os materiais de pesquisa; de “cestaria”, para coletar e transportar os dados; e de “figurações”, para imaginar e pensar junto com o que foi produzido. Com base nessas estratégias metodológicas, foram realizados cincos experimentos: no primeiro, “As antropólogas e suas menstruações”, experiências de menstruações (e suas ausências) vivenciadas por antropólogas foram dramatizadas em formato de caminhada por uma trilha ficcional; no segundo, “Manchas”, visualizações gráficas do sangue menstrual foram produzidas a partir do envolvimento com a consciência e o controle dos músculos vaginais; no terceiro, “Miçangas”, as propriedades de coagulação e cristalização do sangue menstrual foram tensionadas na construção de pequenos objetos, em uma aproximação material com teorias ameríndias; no quarto, “Caleidoscópio”, foi projetado um dispositivo digital de captura não-ofensiva da atenção, o qual foi apresentado à comunidade científica; no quinto, um conto de ficção científica foi composto a partir dos experimentos anteriores. Como resultado dos experimentos, é apresentada a figuração “armadilha” como estratégia de insistência para nós, corpos marcados. Esta estratégia nos permite experimentar formas de pesquisar que, ao mesmo tempo, são capazes de realizar as denúncias necessárias e colocam em prática modos possíveis de produção de conhecimentos tecnocientíficos que nos interessam. Por fim, conclui-se que a utilização das menstruações como material de pesquisa mostrou-se fértil, com bastante capacidade de provocar perturbações e deslocamentos. O potencial de encantamento estético do sangue menstrual funcionou como (contra)armadilha para fazer com que questões feministas pudessem vazar de forma segura. A lógica de produtividade, que faz com que as experiências de menstruação sejam ocultadas, perdeu espaço, temporariamente, para uma lógica de vida e de prazer dos sentidos.

“São Paulo é essa locomotiva”: interfaces entre agricultura e indústria e a afirmação hegemônica de frações dirigentes do agronegócio paulista
Aluno(a): Felipe Ferrari da Costa
Programa: Ciências Sociais
Data: 29/05/2024 - 14:00
Local: Sala de Teses
Membros da Banca:
  • Profa. Dra. Marilda Aparecida de Menezes - Presidente (Unicamp)
  • Profa. Dra. Thais Tartalha do Nascimento Lombardi (Unicamp)
  • Dr. Marcos Botton Piccin ( UFSM )
  • Dra. Regina Angela Landim Bruno (UFRRJ)
  • Dr. Caio Pompeia Ribeiro Neto (USP)
Descrição da Defesa:

Desde o encontro com uma representação que visa projetar imagem de protagonismo e de vanguarda do agronegócio paulista em nível nacional e atestando que os números econômicos de fato comprovam tal centralidade da agropecuária e da agroindústria deste estado no arranjo produtivo do agronegócio brasileiro, este trabalho analisa a ação política das elites rurais e agroindustriais paulistas, buscando compreender como suas frações dominantes buscam construir hegemonia internamente ao projeto do agronegócio no Brasil, projetando-se, neste sentido, como direção moral e intelectual da classe ao longo do tempo