Linhas de Pesquisa
Estabelecida em 1985 com o nome de "Agricultura e Questão Agrária", e reformulada com o nome atual em 2001, esta área está voltada para o estudo dos processos sociais em curso no mundo rural, para as suas representações e para as raízes agrárias no pensamento social. Volta-se também para o estudo da questão agrária e da problemática das populações rurais e os povos tradicionais do campo, sua diversidade e suas transformações. O interesse da linha de pesquisa recai sobre as suas formas de sociabilidade, instituições, mobilizações, identidades, usos e modos de apropriação da terra e de outros recursos naturais. É importante mencionar que esta área mantém uma rica interlocução e parceria com centros e núcleos de pesquisa da universidade, em particular, com o Centro de Estudos Rurais (CERES), com o Núcleo de Estudos e Pesquisas Ambientais (NEPAM) e com o Centro de Estudos e Pesquisas em Etnologia indígena (CEPEI).
Os cursos e as pesquisas em andamento estão organizados em torno das seguintes temáticas :
- Processos identitários e territoriais
- Modos de produção e apropriação do território
- Produção social de demandas e direitos
- Estado e políticas públicas
- Movimentos sociais rurais
- Questão agrária e ciências sociais
- Migração e deslocamentos no mundo rural
- Questões ambientais e mundo rural
Centro de Estudos Rurais - CERES
Criada em 1993, como área de Família e Relações de Gênero e a partir de 2004 com a denominação de Estudos de Gênero, esta linha de pesquisa dedica-se à compreensão dos variados aspectos das relações envolvendo gênero na vida social. A linha procura fornecer instrumentos para o refinamento teórico e metodológico das pesquisas nesse campo, a partir de uma perspectiva interdisciplinar, visando à formação discente e à constituição de grupos de pesquisa. A linha tem concentrado esforços em dar inteligibilidade às articulações entre gênero e outras categorias de diferenciação, levando também em conta as interfaces entre gênero e variadas manifestações presentes no mundo social.
Os cursos e as pesquisas em andamento estão organizados em torno das seguintes temáticas:
- Corporalidades, Ciência & Tecnologia;
- Sexualidade: erotismo, pornografia, mercados do sexo, trabalho sexual, diversidade sexual, políticas sexuais, tecnologias reprodutivas;
- Curso da vida, gerações e cuidado;
- Produção Cultural: produção artística; mídia;
- Violência; práticas jurídicas; Instituições penitenciárias; tráfico de pessoas
- Relações familiares: conjugalidade; parentalidade; parentesco;
- Intimidade; relacionamentos amorosos;
- Feminismo, arenas de agenciamento e ação política;
- Relações de trabalho;
- Migração, mobilidades e transnacionalidade;
- Estado, Direitos Humanos, Comissão da Verdade e Desaparecidos Políticos.
Importante mencionar que essa linha mantém uma rica interlocução e parceria com centros e núcleos de pesquisa da universidade, em particular, com o Núcleo de Estudos de Gênero Pagu (PAGU/Unicamp).
Centro ou Núcleo associado:Núcleo de Estudos de Gênero - PAGU
A área de Trabalho, Política e Sociedade formou-se no ano de 2001, reunindo professores dos departamentos de antropologia, ciência política e sociologia. Ela se origina da ampliação e reformulação da antiga área de Trabalho e Sindicalismo, criada em 1988. Refletindo sua vocação pluralista e interdisciplinar, a área integra um espectro amplo de interesses teóricos e abordagens metodológicas oriundos das disciplinas antropologia, ciência política e sociologia, sem abrir mão do diálogo com outras disciplinas pertinentes. A área enfatiza a necessidade de uma articulação dinâmica entre pesquisa empírica e reflexão teórica, seja na forma de uma teoria ancorada na pesquisa ou na forma de uma pesquisa teoricamente informada.
A área contempla 4 eixos temáticos:
- Formas de ação coletiva
- Formas de manifestação do trabalho
- Trabalho e ordem social
- Eixos teóricos.
Importante mencionar que essa área mantém uma rica interlocução e parceria com centros e núcleos de pesquisa da universidade, em particular, com o Cemarx (Centro de Estudos Marxistas) e com o Pagu (Núcleo de Estudos de Gênero), cujos professores estão associados.
Centro ou Núcleo associado:Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho – CESIT
Criada em 1985 – então com o nome Itinerários Intelectuais e Etnografia do Saber-, esta linha de pesquisa tem se dedicado à formação e à pesquisa com conhecimentos científicos e não científicos, do ponto de vista de seus praticantes, da temporalidade das suas práticas, relações e concepções, e da configuração desses saberes como diferenças. Pioneira em pesquisas com etnografia da ciência e do conhecimento, trajetórias intelectuais, narrativas biográficas e etnográficas, esta linha tem como objetivo a invenção teórica e a experimentação metodológica, promovendo pesquisas não disciplinares com: 1) práticas e experiências que compõem diferentes modos de conhecimento; 2) procedimentos, técnicas, linguagens e materiais envolvidos em seus modos de expressão ou, em sentido amplo, suas grafias.
Eixos temáticos:
- Conhecimento, experiência e suas grafias: trata-se neste eixo temático de estimular pesquisas que se situem nos seguintes âmbitos: (1) o do estatuto da descrição e das narrativas em diferentes estéticas e combinadas grafias compreendendo (auto)biografias, etnografias, diários, relatos de viagem, coleções e acervos; (2) os dispositivos, narrações, estética e tecnologias de vida e morte.
- Conhecimentos e suas expressões: reflete sobre os modos de percepção, de compreensão e simbolização do mundo e da vida por meio das suas expressões narrativas, ficcionais, não-ficcionais e/ou híbridas, produções em imagem, em som e/ou em audiovisual, bem como realizações no âmbito de novas artemídias.
- Imagens, grafias e formas expressivas: este eixo temático incorpora pesquisas que combinam em seus temas experiências metodológicas capazes de potencializar os modos de conhecimentos. As proposições teóricas e de pesquisa deste eixo situam-se nos desafios conceituais de deslocamento das fronteiras entre a escrita, as imagens, o sonoro e os artefatos sob diversos suportes e/ou linguagens, e na criação de intersecções, montagens e combinações como potencialidades heurísticas e modos expressivos de conhecimento.
- Estudos socioantropológicos sobre as (tecno)ciências: incorpora pesquisas que tenham como enfoque os agenciamentos entre as ciências contemporâneas, suas áreas e temáticas diversas (tecnologias, comunicação, corpo, saúde, ambiente). Problematiza os paradigmas de desenvolvimento e inovação tecnológica no contexto do capitalismo, bem como as práticas sociais diversas que (re)produzem desigualdades sociais em articulação com o Estado e o mercado. As proposições teóricas e políticas desse eixo se inspiram em práticas de produção de um conhecimento situado e comprometido com a descolonização do pensamento e das formas de agir e existir no mundo.
- Artes de viver no Antropoceno: acolhe pesquisas engajadas com novas práticas de pensamento, processos contemporâneos de subjetivação, composições e modos de existência que se afirmam diante do esgotamento do antropocentrismo. Interessa-se pelas materialidades implicadas nas alianças cosmopolíticas e zonas críticas entre mundos humanos, animais, vegetais, minerais, sobrenaturais e digitais - entre artes, ciências, filosofias e tecnologias. Busca trabalhar com pesquisas que promovam encontros entre diferenças, e que exigem das Ciências Sociais a experimentação com novas maneiras de pesquisar, imaginar e escrever.
Centro ou Núcleo associado:
LA’GRIMA - Laboratório Antropológico de Grafia e Imagem
Labirinto - Laboratório de Estudos Socioantropológicos sobre Tecnologias da Vida – Labjor/Nudecri
LIC – Laboratório de Imagem Científica
Genecine – Grupo de estudos sobre gêneros cinematográficos e audiovisuais
Esta área foi criada no primeiro semestre de 2012 com a proposta de desenvolver uma abordagem interdisciplinar ao estudo das relações entre a China e o Brasil. De maneira imprevista, as relações com a China passaram a ocupar um lugar central no processo de alteração da posição do Brasil no mundo, e também hoje se fala cada vez mais no fenômeno BRICS. O Brasil se encontra despreparado para esta mudança e a fundação desta área, fruto do trabalho de seus docentes no grupo de estudos Brasil-China do Centro de Estudos Avançados da Unicamp visa contribuir a alterar esta situação. A área combina perspectivas desenvolvidas nas seguintes áreas de atuação: economia, sociologia, relações internacionais, estudos do meio ambiente e inovação.
Os docentes desta área se organizam a partir dos seguintes temas:
- Globalização cultural
- Globalização econômica
- Transformações de relações internacionais e supranacionais
- Meio Ambiente – política comparada
- Inovação – política e desenvolvimento em termos comparados
- Federalismo e formas de governo em perspectiva comparada
Ademais, já no ano de 2012, esta área contou com 5 projetos de pesquisa em temas intimamente associados às linhas de investigação elencadas acima.
- Sociologia da juventude nos países BRICS
- Valores, projetos e estilos de vida de jovens universitários chineses e brasileiros
- Dimensões da Política Ambiental China-Brasil
- Federalismo – ótica comparada
É importante frisar que essa área mantém uma rica interlocução e parceria com vários órgãos da Unicamp, como os Institutos de Ensino e Pesquisa de Economia (IE), de Geociências (IG) e de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH), destaca-se a interlocução com o Centro de Estudos Avançados (CEAv). Dentro do IFCH mantém uma interlocução permanente e parceria com o Centro de Estudos de Opinião Pública (CESOP) e com o Núcleo de Estudos e Pesquisas Ambientais (NEPAM). No plano internacional existem relações pessoais e/ou institucionais como: Centre for Advanced Studies in the Humanities – University of Fudan; Institute of Sociology -Chinese Academy of Social Sciences; Center for the Study of Contemporary China - University of Peking, entre outros.
Centro ou Núcleo associado:Criada em 2015, esta área tem por objetivo investigar a vida social nos meios urbanos contemporâneos. Para tanto, oferece como ensino da pesquisa em ciências sociais tanto temáticas atuais (território, desigualdade, migração, política, violência, religião, entre outros) como a possibilidade de conhecimento e articulação de metodologias de caráter quantitativo e qualitativo.
I Ementa das Disciplinas de Fundamento:
- A cidade e sua dinâmica sócio-demografica
A disciplina pretende desenvolver uma reflexão teórica-metodológica sobre aspectos relativos à produção das cidades, bem como suas contra partidas sócio-demográficas, particularmente o processo de redistribuição e diferenciação sócio espacial da população. Nesse sentido, pretende-se não apenas apresentar diferentes visões teóricas e metodológicas sobre o estudo do fenômeno urbano, mas também abordar questões sócio-demográficas decorrentes do processo de urbanização com atenção a elementos técnicas e fonte de dados.
- Etnografias Urbanas
A proposta desta disciplina tem duplo objetivo, um teórico e outro metodológico. Em primeiro lugar, oferecer ao aluno a trajetória do objeto cidade nas teorias das ciências sociais: da Escola de Chicago aos debates mais contemporâneos. Em segundo, aprofundar a reflexão teórica sobre o método etnográfico a partir de leituras de etnografias em meio urbanos.
Esta linha é dedicada à reflexão crítica sobre práticas sociais, políticas e profissionais relativas ao ‘patrimônio cultural’ e à ‘memória social’, contemplando questões de natureza teórica, metodológica e ética pertinentes a ambas e a cada uma dessas subáreas temáticas.
A proposta tem como foco disciplinar as Ciências Sociais. Reconhecendo a heterogeneidade de seus objetos de pesquisa, ela abarca temas transversais, entre os quais se destacam as articulações entre patrimônio, memória e assuntos como os seguintes, entre outros:
- construção, reconfiguração ou consolidação de socialidades, identidades, territorialidades, sentimentos de pertencimento e cidadania
- processos socioculturais associados a situações de pobreza, conflito, guerra, impactos ambientais e à sua superação
- implementação e avaliação de políticas culturais e socioambientais
Os estudos sobre Patrimônio Cultural e Memória ressurgem contemporaneamente como matéria de controvérsia política e debate acadêmico inovador, em um ambiente em que a reflexão é enriquecida pelas sólidas contribuições tradicionalmente oferecidas pela história, arquitetura e urbanismo, arqueologia, artes, museologia, educação e estudos jurídicos que passam, elas também, por importante mudança.
Esta é uma linha de atuação profissional e política bastante consolidada, envolvendo a elaboração de laudos, assim como trabalhos de consultoria junto a organizações da sociedade civil ou em agências responsáveis pela criação e implementação de políticas públicas. Desta forma, são acolhidos projetos de orientação prática da mesma forma que estudos de cunho acadêmico sobre preservação e salvaguarda de patrimônio material e imaterial, relação entre direitos culturais e territoriais, entre vários outros.
Disciplinas de Fundamento.
I. Formação da área de estudos sobre patrimônio e memória nas ciências sociais e disciplinas afins.
II. Debates contemporâneos, onde serão focalizadas questões conceituais, metodológicas e éticas de interesse para a problemática atualmente pesquisada e para a inovação na área.