Próximas Defesas
- Rodrigo Camargo de Godoi - Orientador (UNICAMP)
- Claudio Henrique de Moraes Batalha (UNICAMP)
- Denilson Botelho de Deus (UNIFESP)
- Valéria dos Santos Guimarães (UNESP)
- Thiago Mio Salla (USP)
Esta pesquisa trata do surgimento das primeiras empresas jornalísticas no Rio de Janeiro e da profissionalização de repórteres e jornalistas neste contexto. Para tanto, foi analisada parte dos principais veículos de imprensa da capital entre as décadas de 1870 e 1920, juntamente com as associações dos trabalhadores do período. O processo de especialização, formação de categorias e proletarização do trabalho se desenvolveu em meio à mercantilização dos diários cariocas, e foi investigado através de diversas fontes, como estatutos, legislações, obras literárias, correspondências, relatórios e atas de assembleia. Desta análise, emergiu a importância do associativismo e da mercantilização da imprensa em perspectiva local e transnacional. A pesquisa também enfatiza trajetórias de figuras como Gustavo de Lacerda, repórter negro e socialista, idealizador da Associação Brasileira de Imprensa. Assim, ficou evidenciado como a formação das empresas jornalísticas e o associativismo foram centrais nas transformações da imprensa carioca, moldando as dinâmicas socioprofissionais que marcaram o jornalismo na transição para o século XX, e a formação da classe dos trabalhadores de jornal.
- Profa. Dra. Joana Cabral de Oliveira - Presidente
- Profa. Dra. Lília Katri Moritz Schwarcz - Titular
- Profa. Dra. Ilana Seltzer Goldstein - Titular
- Profa. Dra. Carolina Cantarino Rodrigues - Titular
- Prof. Dr. Renato Sztutman - Titular
- Prof. Dr. André Secchieri Bailão - Suplente
- Profa. Dra. Fabiana Bruno - Suplente
- Profa. Dra. Nina Vincent Lannes - Suplente
Esta tese propõe um diálogo entre uma antropologia – da natureza, dos objetos e da tradução – e alguns objetos de arte. Percebe-se, na produção contemporânea de ambas, uma guinada ecológica, algo que remete à história das duas disciplinas (da separação, na antropologia, entre biológico e social; e, na arte, dos gêneros da natureza-morta e paisagem às artes vivas contemporâneas, em síntese), mas que parece se explicitar e se deslocar teórica e materialmente nos últimos anos. Essa conexão entre arte e antropologia, pressuposto para a escrita deste texto, é percebida também em diversos projetos, como exposições e curadorias recentes, além de leituras e interesses dos próprios artistas. A partir desse sintoma, busca-se compreender inovações nas formas de compreensão e materialização do que se concebe como natureza em contraposição ao que seria próprio do campo da arte e seu personagem central, o objeto artístico. Propõe-se construir analogias entre conceitos produzidos pela antropologia (especialmente dos campos da ciência e da etnologia contemporâneas) – como a agência das obras-objeto e da possibilidade de ler e traduzir este outro sujeito etnográfico – para se produzir uma antropologia da arte; e, simetricamente, questionar se e como a experiência com o campo artístico pode iluminar e deslocar práticas, leituras e conceitos antropológicos. Para tanto, procura-se emular um procedimento do próprio mundo estudado, a prática curatorial de escolher obras para exposição, trazidas para o espaço bidimensional do texto. Esses trabalhos de arte são os personagens principais com os quais se dialoga na tese, procurando escutá-los, percebê-los, com toda a ambiguidade própria desses objetos-sujeito, para produzir certas conexões parciais com a teoria antropológica escolhida para esse diálogo. Busca-se, assim, apresentar e produzir relações entre arte e antropologia, as quais parecem juntar-se na tarefa de deslocar divisões ontológicas supostamente estabilizadas entre os modernos, como representação e representado, objeto e sujeito, humano e não-humano, natureza e arte, a morte e a vida do e no objeto de arte.
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