Próximas Defesas

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Dinâmicas ecológicas, sociais e econômicas do uso de um recurso da biodiversidade: Manejo do pirarucu no Amazonas
Aluno(a): Cristina Isis Buck Silva
Programa: Ambiente e Sociedade
Data: 18/11/2024 - 14:00
Local: Auditório Daniel Hogan - Nepam
Membros da Banca:
  • Lucia da Costa Ferreira - Presidente
  • Henrique dos Santos Pereira – Universidade Federal do Amazonas - UFAM (Titular)
  • Marko Synesio Alves Monteiro - Universidade Estadual de Campinas - Unicamp (Titular)
  • João Vitor Campos e Silva – Instituto Juruá (Titular)
  • Edna Maria Ramos de Castro – Universidade Federal do Pará - UFPA (Titular)
  • Amanda Sousa Silvino - Instituto Nacional Pesquisas Espaciais - INPE (Suplente)
  • Jorge Calvimontes Ugarte - Nepam - Unicamp - (Suplente)
  • Oriana Trindade de Almeida - Universidade Federal do Pará - UFPA (Suplente)
Descrição da Defesa:

Esta pesquisa analisa como um recurso da biodiversidade é capaz de mobilizar um conjunto de pessoas e instituições visando sua proteção, recuperação e manutenção. E quais as consequências desse processo para a proteção e uso sustentável do recurso e para a gestão ambiental compartilhada. O manejo do pirarucu (Arapaima spp.) no estado do Amazonas iniciou em 1999 como uma tentativa comunitária de recuperação dos estoques pesqueiros que estavam extremamente empobrecidos pela alta exploração. Desde seu início até hoje novas iniciativas de manejo em diferentes categorias de áreas protegidas (Umidades de conservação de usos sustentável, Terras Indígenas e Áreas de Acordo de Pesca) e novas organizações governamentais e não governamentais foram se inserindo à atividade formando a estrutura atual do manejo que engloba mais de 63 iniciativas de manejo e 60 organizações. Este trabalho pretende contextualizar a formação e expansão do manejo no estado do Amazonas, sua história de transformação regional da relação dos usuários com o recurso natural e a evolução da governança ambiental compartilhada entre comunidades e governo. Pretende analisar como as práticas de proteção comunitárias adotadas para proteger os ambientes de pesca auxiliaram na recuperação dos estoques pesqueiros locais. E como ao longo de sua história, diferentes atores se inseriram no processo, formando arranjos institucionais que influenciam os processos de gestão e governança do manejo. Esse trabalho também discute os principais desafios que envolvem o manejo do pirarucu no Amazonas. Para isto foram utilizados dados oriundos da análise das documentações técnicas das iniciativas de manejo, entrevistas com atores chaves e análise de dados de estoque e captura do peixe. Os documentos técnicos analisados foram produzidos de 1999 a 2022 pelas assessorias técnicas e pelos órgãos de governo de monitoramento e controle. As entrevistas semiestruturadas com atores chave do processo foram realizadas com manejadores, assessorias técnicas e de comercialização, órgãos governamentais e comerciantes de pescado. As análises desse trabalho combinaram os arcabouços teóricometodológicos dos Sistemas socioecológicos – SES e Análise Institucional, ambos desenvolvidos por Elinor Ostrom a fim de tentar compreender a complexidade do manejo. Os resultados do trabalho demonstram que a expansão do manejo entre grupos sociais e localidades diferentes foi possível pois o modelo inicialmente desenvolvido pela junção do conhecimento tradicional dos pescadores com o conhecimento científico é formado por etapas que são passiveis de replicação: organização social, zoneamento dos ambientes aquáticos, proteção desses ambientes, contagem e pesca. O principal resultado ambiental dessa replicação é o aumento dos estoques pesqueiros na maioria das iniciativas devido as características biológicas e ecológicas do recurso, de sua distribuição nas áreas manejadas, do grupo de atores que protege e acessa o recurso e da governança compartilhada do processo. A gestão compartilhada do manejo mudou ao longo do tempo, inserindo diferentes centros de governança policêntrica para incluir novos atores que buscam apoiar no fortalecimento das iniciativas de manejo e no enfrentamento dos desafios regionais e nacionais que ameaçam o manejo e a governança das áreas que o praticam. 

"Pase nomás, mamita": Uma etnografia sobre a economia popular aymaras das caseras alteñas
Aluno(a): Chryslen Mayra Barbosa Gonçalves
Programa: Antropologia Social
Data: 19/11/2024 - 13:00
Local: Teses I
Membros da Banca:
  • Profa. Dra. Artionka Manuela Góes Capiberibe - Presidente
  • Prof. Dr. Antonio Roberto Guerreiro Junior - Titular
  • Prof. Dr. Salvador Andres Schavelzon - Titular
  • Profa. Dra. Gemma Orobitg - Titular
  • Profa. Dra. Marisol de La Cadena - Titular
  • Prof. Dr. Marco Alejandro Tobón Ocampo - Suplente
  • Profa. Dra. Karen Gomes Shiratori - Suplente
  • Prof. Dr. Cauê Gomes Flor - Suplente
Descrição da Defesa:

As experiências de deslocamento que constituíram a cidade de El Alto (Bolívia) a partir das comunidades indígenas demonstram uma inter-relação atual entre urbanidade e comunidades de origem. Esses vínculos são mantidos por famílias aymaras das terras altas que se deslocam entre o campo e a cidade por diversos motivos: vínculos festivos, relações políticas, produção da terra e diversas relacionalidades com o território comunitário. As principais protagonistas destes deslocamentos são as mulheres aymaras. As aymaras tiveram um papel decisivo na formação da urbanidade de El Alto e, portanto, nas suas relações econômicas. El Alto é a cidade boliviana com maior índice de informalidade na Bolívia. É também uma cidade majoritariamente indígena, mas o sentido de “informalidade” não explica as diversas mutualidades presentes nos mercados, feiras, calçadas e postos de venda alteños. Com mais de 400 feiras semanais, a população de El Alto não depende dos monopólios dos supermercados para a sua alimentação diária; seus vínculos de compra e venda respeitam relações de compromisso com as pequenas vendedoras, vínculos que são caracterizados nesta tese como caseridad e as pessoas na relação como caseras. A etnografia presente nesta tese de doutorado foi realizada entre os anos de 2018 e 2024 com vendedoras e compradoras de alimentos da zona sul de El Alto (distrito 3 da cidade). Com base em relações intensas e cotidianas – a partir das quais passei a fazer parte de uma família aymara, me tornei casera vendedora de churros e casera compradora– pude construir laços de caseridad com diferentes vendedoras e compradoras, compreendendo o seu saber fazer na economia: laços afetivos, reclamações, cariño (que também se apresenta como iraqa e yapa), redes de cuidado (unjaña), memória e voltar, elementos presentes na visualidade que possibilita a caseridad. Esses laços me mostraram que as fronteiras impostas pelo sentido de humanidade não são uma realidade nos Andes bolivianos, há uma diversidade de sujeitas na economia da caseridad que estão além desses limites: as outras-que-humanas, a Pachamama, os mortos; além disso, a experiência onírica desempenha um papel importante nestas relações de venda, assumindo um estatuto ontológico e coletivo. Essas economias afetivas da caseridad alteña enriquecem nossas análises sobre as economias populares da América Latina, ampliando nossa visão sobre as transações econômicas e seus sujeitos, economias que não são apenas espaços de produção, circulação e consumo de produtos, mas se mostram como uma rede de mutualidades.

Construir-se Universitário e Indígena: Processos de Identificação Étnica no Ensino Superior
Aluno(a): Iandra Moretti
Programa: Antropologia Social
Data: 21/11/2024 - 09:00
Local: Congregação
Membros da Banca:
  • Profa. Dra. Chantal Victoria Medaets - Presidente
  • Prof. Dr. Jose Mauricio Paiva Andion Arruti - Titular
  • Prof. Dr. Florêncio Almeida Vaz Filho - Titular
  • Prof. Dr. Antonio Carlos Dias Júnior - Suplente
  • Profa. Dra. Silvia Lopes da Silva Macedo - Suplente
Descrição da Defesa:

O objetivo deste estudo é investigar como a identidade étnica é mobilizada, reelaborada e negociada no campo das relações construídas na universidade, partindo, principalmente, do caso dos estudantes indígenas da Unicamp. Entende-se que o movimento de reelaboração identitária não é unívoco ou homogêneo, mas depende tanto de repertórios, redes de contatos e desejos de diferentes estudantes, assim como dos distintos convites e oportunidades que as universidades oferecem. Através da pesquisa etnográfica e entrevistas procurou-se compreender as histórias de vida de estudantes indígenas, suas vivências anteriores à entrada na Unicamp, a adaptação à universidade, construção de relações nesse ambiente e como essas experiências afetam suas maneiras de expressar, ou não expressar, seu pertencimento étnico.

Apologia da História em tempo digitais: Ou redes americanistas nos Congressos Internacionais de História da América
Aluno(a): Alesson Ramon Rota
Programa: História
Data: 27/11/2024 - 09:00
Local: Sala de Defesa de Teses
Membros da Banca:
  • Thiago Lima Nicodemo - Orientador (UNICAMP)
  • Josianne Frância Cerasoli (UNICAMP)
  • José Alves de Freitas Neto (UNICAMP)
  • Stefan Rinke (Universidade Livre de Berlim)
  • Rogerio Rosa Rodrigues (UFSC)
Descrição da Defesa:

O presente projeto propõe-se a pesquisar uma rede de intelectuais americanistas com ramificações entre Brasil, Argentina e Chile que atuou na organização de congressos de história, publicação de livros, fundação de institutos de pesquisa e cátedras universitárias, entre os anos de 1922 e 1940. O foco são as relações e trocas entre os intelectuais em escala transnacional, de modo a perceber as mediações e práticas entre eles e outros setores da sociedade. Para tal, os principais documentos elegidos foram correspondências, atas de congressos, publicações em revistas e os livros de história organizados pela rede. Esses documentos serão analisados a luz da história intelectual, renovada pelas discussões da nova história política e da história cultural

AS MULHERES NO TEMPO DOS FLAMENGOS: ATUAÇÃO FEMININA DURANTE A GUERRA LUSO-HOLANDESA (1624 - 1654)
Aluno(a): Elisielly Falasqui da Silva
Programa: História
Data: 27/11/2024 - 14:00
Local: Sala de Defesa de Teses - IFCH/UNICAMP
Membros da Banca:
  • Leila Mezan Algranti - Orientadora (UNICAMP)
  • Aldair Carlos Rodrigues (UNICAMP)
  • Suzana do Nascimento Veiga (UFSM)
  • Susani Silveira Lemos França (UNESP)
  • Ana Silvia Volpi Scott (UNICAMP)
Descrição da Defesa:

Partindo da análise da guerra luso-holandesa e da ocupação holandesa da região setentrional do Brasil, especialmente a região entre Recife e Porto Calvo entre os anos de 1630 e 1654, pretendo discutir os impactos deste contexto nas dinâmicas sociais e de gênero do período. A hipótese a partir da qual a pesquisa se desenvolve é a de que tais impactos foram vivenciados de forma particular pelas mulheres, tanto em seus efeitos negativos, quanto no delineamento de novas possibilidades de atuação. Analisando diversas fontes disponíveis sobre o período, tais como relatos de viagem, diários de soldados, cartas, relatórios oficiais, crônicas e documentos judiciais ou de caráter administrativo, pretendo investigar os espaços ocupados pelas mulheres dentro dessa conjuntura instável, suas possibilidades de ação e seu grau de envolvimento, direto ou indireto, com a guerra.