Próximas Defesas

Para agendar a Defesa de Tese:

 

A Defesa de Tese deve ser agendada no sistema SIGA (DAC/UNICAMP), através de uma série de procedimentos que podem ser observados no Manual de Defesa de Dissertação/Tese - clique aqui.

 

 

 

A Geografia da Mudança: Dinâmica Populacional e Espacial na Região Ecótono da Amazônia-Cerrado
Aluno(a): Karina Maria Berbert Bruno
Programa: Demografia
Data: 26/05/2025 - 10:00
Local: Sala de Defesas de Teses I
Membros da Banca:
  • Professores Titulares: Prof. Dr. Roberto Luiz do Carmo (Presidente) (Orientador) Instituição de Origem: IFCH/ UNICAMP
  • Dr. Antonio Augusto Rossoto Ioris Instituição de Origem: Cardiff University /Cardiff
  • Profa. Dra. Tathiane Mayumi Anazawa Instituição de Origem: IFCH/ UNICAMP
  • Prof. Dr. Ednelson Mariano Dota Instituição de Origem: IFCH/ UNICAMP
  • Dr. Felipe Ferraz Vazquez Instituição de Origem: Universidade do Estado de Mato Grosso /Sinop
Descrição da Defesa:

Este trabalho se concentra na população urbana e nos padrões de uso e cobertura da terra ao longo do tempo na fronteira agrícola entre os biomas Amazônia e Cerrado, conhecida como Região Ecótono Amazônia-Cerrado (ACER), limitada ao estado do Mato Grosso. Este estudo também traz dados e análises adicionais relacionados à migração e aos aspectos socioeconômicos (emprego e renda) para enriquecer a discussão dos efeitos da fronteira agrícola na ACER. Nas últimas três décadas, a ACER tem experimentado um crescimento constante tanto na população urbana quanto na extensão de suas áreas urbanizadas e terras agrícolas, resultando em uma correlação positiva entre essas variáveis. Esse aumento contrasta com o declínio significativo da cobertura vegetal natural, que tem forte correlação negativa com essas variáveis. Indicadores econômicos, como o coeficiente de Gini e a absorção ou parcela de empregos específicas dos setores econômicos, seguiram trajetórias mistas. A média de desigualdade de renda na ACER, medida pelo índice de Gini, caiu ligeiramente de 0,56 para 0,52, mas continua alta, indicando uma distribuição desigual de renda contínua, apesar de 30 anos de desenvolvimento econômico agrícola na região. Certos setores econômicos — Química, Petróleo e Gás, Comércio e Infraestrutura e Construção — expandiram sua participação no emprego, mostrando correlações positivas com o crescimento populacional urbano e a expansão de áreas urbanizadas. O indicador de consumo da área urbana por aumento populacional urbano (LCRPGR) destaca ainda o aumento da densidade populacional urbana ao longo do tempo, indicado pela diminuição dos valores do LCRPGR, que se correlacionam 
 

Resgatando o papel do Poder Legislativo no processo orçamentário brasileiro
Aluno(a): Raul Wesley Leal Bonfim
Programa: Ciência Política
Data: 30/05/2025 - 14:00
Local: Sala de Defesa de Teses I
Membros da Banca:
  • Andréa Marcondes de Freitas (presidente)
  • Oswaldo Martins Estanislau do Amaral (titular)
  • Nara Oliveira Salles (titutlar)
  • Danilo Buscatto Medeiros (titular)
  • Vitor Lacerda Vasquez (titular)
  • Rachel Meneguello (suplente)
  • Bruno de Castro Rubiatti (suplente)
  • Vítor Eduardo Veras de Sandes Freitas (suplente)
Descrição da Defesa:

  A Ciência Política nacional tem dado bastante atenção à atuação do Congresso Nacional durante a fase de apreciação da Lei Orçamentária Anual (LOA), com foco exclusivo em suas emendas orçamentárias individuais. Entretanto, ignora-se a participação do Legislativo nas outras etapas do ciclo orçamentário – Plano Plurianual (PPA) e a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) –, reduzindo o seu campo de atuação ao remanejamento de recursos entre programas e ações pré-estabelecidas com destino a estados, municípios e Organizações Não Governamentais (ONGs). Mas, afinal, qual a influência do Legislativo nas etapas anteriores à LOA? Seria ele capaz de definir e modificar os programas e ações presentes na proposta do governo? Ou mesmo influenciar as áreas estratégicas de investimento governamental? E, sendo capaz, qual é o impacto dessa atuação na política orçamentária para além da LOA? O objetivo desta tese é reexaminar o papel do Congresso Nacional no processo orçamentário brasileiro. Mais especificamente, buscamos analisar os padrões de atuação dos parlamentares brasileiros no processo de formatação dos programas orçamentários do Executivo federal presentes nos PPAs aprovados entre 1999 e 2019 e executados entre 2000 e 2023. Para tanto, foram examinados todos os programas finalísticos do governo federal vinculados ao Plano Avança Brasil, ao Programa Piloto de Investimentos (PPI), ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e aos Investimentos Plurianuais Prioritários (IPPs). Contabilizamos todas as modificações feitas pelos legisladores – por meio de emendas de texto e à despesa – as programações originais durante a sua passagem pelo Congresso Nacional. Os resultados da pesquisa indicam que o Legislativo promoveu alterações em 90% dos programas originais da amostra, sendo responsável por 22% das ações originais finais aprovadas. Esses achados apontam para dois caminhos: 1) o Poder Legislativo é um ator relevante no processo de planejamento do orçamento brasileiro e sua atuação não é restrita ao remanejamento de recursos no interior das propostas de orçamentos anuais. Isso indica, entre outras coisas, que durante o ciclo orçamentário esse ator institucional possui múltiplas motivações, e 2) que em sistemas políticos onde o Poder Executivo possui amplos poderes de agenda, especialmente orçamentários, o Poder Legislativo não é necessariamente submisso às preferências do primeiro. Por fim, esta tese revela uma consequência ainda pouco explorada pela Ciência Política sobre a obrigatoriedade de execução das emendas individuais e de bancada estadual pelo governo: a redução da atuação parlamentar nas etapas anteriores à LOA. Tal dinâmica pode, por sua vez, gerar impactos negativos na gestão da política orçamentária.

Outras Auroras: Nietzsche e a antropologia no horizonte do infinito
Aluno(a): Iara Velasco e Cruz Malbouisson
Programa: Filosofia
Data: 16/06/2025 - 08:00
Local: Sala de Defesas de Teses I
Membros da Banca:
  • Presidente Prof. Dr. Oswaldo Giacóia Junior Universidade Estadual de Campinas
  • Membros Titulares Dr. Henry Martin Burnett Junior Universidade Federal de São Paulo - Campus Guarulhos
  • Dr. Peter Pal Pelbart Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
  • Dr. Yolanda Glória Gamboa Munõz Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Dr. Ivan Risafi de Pontes Universidade Federal do Pará
  • Membros Suplentes Dr. Ricardo Bazilio Dalla Vecchia Universidade Federal de Goiás
  • Dr. Wander Andrade de Paula Universidade Federal do Espirito Santo
  • Profa. Dra. Fátima Regina Rodrigues Évora IFCH/ UNICAMP
Descrição da Defesa:

Provocadoras e controversas, as afirmações públicas e privadas de Nietzsche sobre o niilismo, assim como seu professado perspectivismo, continuam a inspirar debates filosóficos. O advento do niilismo é descrito por Nietzsche como uma catástrofe em direção a qual a cultura europeia está há muito tempo se movendo; a ascensão do niilismo denota um processo de exaustão, a perda de validade e força vinculante dos valores supremos da cultura europeia, dentre os quais a “verdade” aparece com destaque. Uma relação aguda conecta niilismo e perspectivismo no pensamento nietzschiano, uma vez que o surgimento do segundo depende do ocaso que se anuncia pelo primeiro: se estamos no horizonte do infinito, que é também o horizonte do perspectivismo, é porque se apagou aquela linha do horizonte que, sob o sinóptico nome de Deus, arrogava-se como incondicional, absoluta, universal. Nesta tese defendo uma interpretação da filosofia de Nietzsche segundo a qual o colapso da Europa, sendo também sua grande realização, sua Selbstaufhebung, traz consigo a impossibilidade de se recusar a existência e validade de infinitas outras interpretações ou perspectivas, diversas em relação àquela que, na Europa, firmara-se como única, seja ela dita humana ou apenas judaico-cristã. Assim, defendo que a filosofia, a partir de Nietzsche, passa a ser uma atividade necessariamente intercultural, isto é, passa a dar-se necessariamente a partir de um horizonte de interculturalidade. Experimentalmente, por meio de excursos, conecto esta interpretação da filosofia nietzschiana com reflexões teóricas advindas da antropologia (especialmente da obra de Eduardo Viveiros de Castro) e do pensamento indígena (especialmente pela mediação da obra A queda do céu de Davi Kopenawa e Bruce Albert), buscando mostrar como estas interlocuções iluminam e fazem frutificar o pensamento nietzschiano de modo inesperado e filosoficamente instigante, tanto mais quando se considera – e esta é a principal proposição defendida nesta tese – que a própria filosofia de Nietzsche tem como consequência essa abertura de horizontes, ou o descerramento de uma filosofia da interculturalidade.

Helios Seelinger na Primeira República
Aluno(a): João Victor Rossetti Brancato
Programa: História
Data: 18/06/2025 - 09:00
Local: Sala de Projeção - IFCH
Membros da Banca:
  • Jorge Sidney Coli Junior - Orientador (UNICAMP)
  • Rafael Cardoso Denis (UERJ)
  • Maraliz de Castro Vieira Christo (UFJF)
  • Domingos Tadeu Chiarelli (USP)
  • Sônia Gomes Pereira (UFRJ)
Descrição da Defesa:

A tese investiga a trajetória de Helios Aristides Seelinger (Rio de Janeiro, RJ, 1878 – Rio de Janeiro, RJ, 1965) ao longo da Primeira República (1889-1930), período de sua formação e consolidação como um pintor moderno no meio artístico brasileiro. A partir da análise de obras exibidas em circuitos artísticos, da recepção crítica na imprensa e de sua inserção em redes de sociabilidade, reconstitui-se sua atuação com base em pesquisas em coleções públicas e privadas, arquivos institucionais e pessoais, e periódicos da época. O foco em Seelinger permite compreender as estratégias individuais mobilizadas por artistas diante das ambivalências em torno do conceito de arte moderna no período. A tese propõe uma revisão crítica da historiografia da arte no Brasil, destacando a pluralidade de experiências modernas e os embates em torno da definição e do controle do valor moderno no campo artístico da Primeira República.

Alta Costura na globalização: estudo sobre um sindicato patronal de moda
Aluno(a): Bárbara Venturini Ábile
Programa: Sociologia
Data: 26/06/2025 - 09:00
Local: Sala de Defesa de Teses I
Membros da Banca:
  • Prof. Dr. Renato José Pinto Ortiz (Presidente) (Orientador) - IFCH/UNICAMP
  • Prof. Dr. Michel Nicolau Netto - IFCH/ UNICAMP
  • Profa. Dra. Miqueli Michetti - Universidade Federal da Paraíba
  • Profa. Dra. Maria Lucia Bueno Ramos - Instituto de Artes e Design da Universidade Federal de Juíz de Fora (UFJF)
  • Profa. Dra. Sabrina Marques Parracho Sant'Anna - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Descrição da Defesa:

A presente pesquisa tem como objetivo pensar a operação de um sindicato patronal de moda, a Chambre Syndicale de la Haute Couture (CSHC), no contexto de globalização. Existente desde 1868, atualmente a CSHC representa as maiores marcas de luxo do mundo, é gerida por representantes de conglomerados e coordena as semanas de desfiles na capital francesa. Primeiramente, será demonstrado que as fronteiras que envolveram a fundação do sindicato foram essenciais para a formação de uma produção de roupas sob medida específico nas primeiras décadas do século XX. Dialogando com as contribuições de Pierre Bourdieu, será visto que tal produção sob medida foi construído como distinto perante as outras formas de se produzir roupas, e distintivo para quem o utilizava. Após disso, será apresentado que, à medida em que o Estado francês atravessa a CSHC em vários momentos de sua história, e principalmente em meados do referido século, ele se revela como agente central no estabelecimento da nomenclatura Alta Costura e na legitimação do sindicato perante os outros agrupamentos do tipo. Considerando as contribuições de Valerie Steele e Diane Crane, também será explorado como a presença do Estado consolida a referência à França como uma característica da atividade. Pensando nas últimas décadas do século XX, levando em conta a multiplicação de centros de moda e outras formas de se produzir peças de roupas, será analisada a crise pela qual a CSHC e a Alta Costura passam. Destarte, se até então as ações do sindicato eram restritas ao espaço internacional, a partir das décadas finais do século XX, ele precisará atender um mercado global que, como demonstra Octavio Ianni e Renato Ortiz, se estabelece em tal período. Considerando isso, serão exploradas como as adaptações e redefinições da Alta Costura e CSHC visaram manter suas características de distinção em um mercado globalizado, na virada do século XX para o século XXI. Nessa mesma época, alguns conglomerados de luxo já haviam comprado algumas maisons, o que será interpretado a partir da ideia de economia do enriquecimento de Boltanski e Esquerre. Por fim, a atenção será voltada para o fato de que, mesmo em tal contexto, a referência à França continua sendo mobilizada pela CSHC falar da Alta Costura. Será defendido, a partir de Nicolau Netto e Saskia Sassen, que apesar de essa francesidade ser representada e/ou experimentada como algo nacional, ela deve ser interpretada menos como uma forma de denotar um vínculo geográfico e mais como um elemento que distingue a atividade, a partir de uma referência à França. Em seguida, será identificado, com base na atualização de Larissa Buchholz da teoria bourdiesiana, um campo global da moda. Reunindo as descobertas realizadas até então, bem como as contribuições mencionadas, concluir-se-á que, se em termos práticos, a CSHC tentou impor a Alta Costura como referência estética da indústria desde o início do século XX, em termos objetivos o sindicato seria um dos agentes dominantes na disputa pela definição de moda legítima no globo.