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Alta Costura na globalização: estudo sobre um sindicato patronal de moda
Aluno(a): Bárbara Venturini Ábile
Programa: Sociologia
Data: 26/06/2025 - 09:00
Local: Sala de Defesa de Teses I
Membros da Banca:
  • Prof. Dr. Renato José Pinto Ortiz (Presidente) (Orientador) - IFCH/UNICAMP
  • Prof. Dr. Michel Nicolau Netto - IFCH/ UNICAMP
  • Profa. Dra. Miqueli Michetti - Universidade Federal da Paraíba
  • Profa. Dra. Maria Lucia Bueno Ramos - Instituto de Artes e Design da Universidade Federal de Juíz de Fora (UFJF)
  • Profa. Dra. Sabrina Marques Parracho Sant'Anna - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Descrição da Defesa:

A presente pesquisa tem como objetivo pensar a operação de um sindicato patronal de moda, a Chambre Syndicale de la Haute Couture (CSHC), no contexto de globalização. Existente desde 1868, atualmente a CSHC representa as maiores marcas de luxo do mundo, é gerida por representantes de conglomerados e coordena as semanas de desfiles na capital francesa. Primeiramente, será demonstrado que as fronteiras que envolveram a fundação do sindicato foram essenciais para a formação de uma produção de roupas sob medida específico nas primeiras décadas do século XX. Dialogando com as contribuições de Pierre Bourdieu, será visto que tal produção sob medida foi construído como distinto perante as outras formas de se produzir roupas, e distintivo para quem o utilizava. Após disso, será apresentado que, à medida em que o Estado francês atravessa a CSHC em vários momentos de sua história, e principalmente em meados do referido século, ele se revela como agente central no estabelecimento da nomenclatura Alta Costura e na legitimação do sindicato perante os outros agrupamentos do tipo. Considerando as contribuições de Valerie Steele e Diane Crane, também será explorado como a presença do Estado consolida a referência à França como uma característica da atividade. Pensando nas últimas décadas do século XX, levando em conta a multiplicação de centros de moda e outras formas de se produzir peças de roupas, será analisada a crise pela qual a CSHC e a Alta Costura passam. Destarte, se até então as ações do sindicato eram restritas ao espaço internacional, a partir das décadas finais do século XX, ele precisará atender um mercado global que, como demonstra Octavio Ianni e Renato Ortiz, se estabelece em tal período. Considerando isso, serão exploradas como as adaptações e redefinições da Alta Costura e CSHC visaram manter suas características de distinção em um mercado globalizado, na virada do século XX para o século XXI. Nessa mesma época, alguns conglomerados de luxo já haviam comprado algumas maisons, o que será interpretado a partir da ideia de economia do enriquecimento de Boltanski e Esquerre. Por fim, a atenção será voltada para o fato de que, mesmo em tal contexto, a referência à França continua sendo mobilizada pela CSHC falar da Alta Costura. Será defendido, a partir de Nicolau Netto e Saskia Sassen, que apesar de essa francesidade ser representada e/ou experimentada como algo nacional, ela deve ser interpretada menos como uma forma de denotar um vínculo geográfico e mais como um elemento que distingue a atividade, a partir de uma referência à França. Em seguida, será identificado, com base na atualização de Larissa Buchholz da teoria bourdiesiana, um campo global da moda. Reunindo as descobertas realizadas até então, bem como as contribuições mencionadas, concluir-se-á que, se em termos práticos, a CSHC tentou impor a Alta Costura como referência estética da indústria desde o início do século XX, em termos objetivos o sindicato seria um dos agentes dominantes na disputa pela definição de moda legítima no globo.