Antropologia Social

A trajetória transatlântica de Verena Stolcke: circulação transnacional e produção do conhecimento

A antropóloga Verena Stolcke (1938-) possui uma trajetória singular. Nascida em Dessau, Alemanha, às vésperas da Segunda Guerra Mundial, ela imigrou com a família, dez anos depois, à Argentina, onde cresceu em uma colônia alemã. Mais tarde, retornou ao seu país natal, e em seguida, doutorou-se na Universidade de Oxford, sob a orientação de Peter Rivière, com uma tese inovadora de antropologia histórica que discute raça e sexualidade na Cuba colonial.

Manejos vitais: a materialidade da respiração e as zonas cinzentas de vida e morte

Esta etnografia examina como a respiração é manejada em um hospital. Mais especificamente, trata-se de um estudo sobre os modos pelos quais a biomedicina produz esse fenômeno corporal difuso, volátil e vital como um objeto de intervenção por meio de práticas, técnicas, tecnologias, procedimentos e relações. A pesquisa valeu-se do extenso trabalho de campo realizado em um grande Hospital Escola do Sistema Único de Saúde (SUS), localizado no interior do Estado de São Paulo.

NAS DOBRAS DO RECONHECIMENTO. Uma etnografia sobre dinâmicas de reconhecimento da arte e dos artistas haitianos na contemporaneidade

Pensar sobre a arte haitiana – uma gama vasta e diversa de expressões, mas que, não sem controvérsias, adquire notoriedade sobretudo através de designações como naïf, popular ou “arte vodu” – implica adentrar em um terreno de múltiplas vozes e práticas, em uma dobra na qual estão permanentemente tensionados contornos identitários e olhares externos.

A outra margem do Rio Verde: etnografia da violência ambiental no território tradicional caiçara da Jureia

Este trabalho trata da história de um povo posto à deriva: os caiçaras da Jureia que vivem na região do Vale do Ribeira, entre os estados de São Paulo (SP) e Paraná (PR). Trata também de suas resistências à violência ambiental, conceito que proponho para compreender o circuíto de dispositivos de poder enredados à realidade caiçara após a criação da Estação Ecológica Jureia-Itatins, no ano de 1986.