A antropóloga Verena Stolcke (1938-) possui uma trajetória singular. Nascida em Dessau, Alemanha, às vésperas da Segunda Guerra Mundial, ela imigrou com a família, dez anos depois, à Argentina, onde cresceu em uma colônia alemã. Mais tarde, retornou ao seu país natal, e em seguida, doutorou-se na Universidade de Oxford, sob a orientação de Peter Rivière, com uma tese inovadora de antropologia histórica que discute raça e sexualidade na Cuba colonial. Em 1970, logo após seu doutoramento, Verena foi convidada pela Unicamp, junto com Antonio Augusto Arantes e Peter Fry, a fundar e desenvolver seu curso de antropologia social. Na década de 1980, ela obteve uma posição na Universitat Autònoma de Barcelona, instituição da qual é atualmente professora emérita. Essa trajetória transnacional e cosmopolita, da qual uma das principais etapas ocorreu na Unicamp, oferece uma oportunidade rara ao estudo da produção intelectual individual em uma variedade de condições sociais, culturais, históricas e institucionais; em outros termos, trata-se da produção do conhecimento antropológico em movimento. Dessa maneira, tal trajetória desafia alguns enquadramentos analíticos estanques da historiografia da antropologia, que tendem a privilegiar o estudo das tradições nacionais, ignorando assim a circulação de pessoas e ideias que, na verdade, são vitais para se compreender essas mesmas tradições.
A trajetória transatlântica de Verena Stolcke: circulação transnacional e produção do conhecimento
Data da defesa:
quinta-feira, 3 Outubro, 2024 - 14:00
Membros da Banca:
Prof. Dr. Luís Felipe Bueno Sobral - Presidente
Profa. Dra. Fernanda Arêas Peixoto - Titular
Prof. Dr. Luiz Gustavo Freitas Rossi - Titular
Profa. Dra. Taniele Cristina Rui - Suplente
Prof. Dr. Rodrigo Martins Ramassote - Suplente
Programa:
Nome do Aluno:
Luísa Registro Fonseca
Sala da defesa:
Teses I