Próximas Defesas

Para agendar a Defesa de Tese:   A Defesa de Tese deve ser agendada no sistema SIGA (DAC/UNICAMP), através de uma série de procedimentos que podem ser observados no Manual de Defesa de Dissertação/Tese - clique aqui.    

 

ESTADO-NAÇÃO E PUREZA RACIAL: as legislações anti-miscigenação dos Estados Unidos e da Alemanha
Aluno(a): Sara Antunes de Oliveira e Souza
Programa: Sociologia
Data: 23/05/2024 - 14:00
Local: Sala de Defesa de Teses I
Membros da Banca:
  • Prof. Dr. Matheus Gato de Jesus (Presidente) - IFCH/ UNICAMP
  • Prof. Dr. Luiz Gustavo Freitas Rossi - IFCH/ UNICAMP
  • Prof. Dr. Michel Gherman - Universidade Federal do Rio de Janeiro
Descrição da Defesa:

W. E. B. Du Bois afirmou em 1935 que os Estados Unidos e a Alemanha eram os países mais investidos nas legislações anti-miscigenação, ordenamentos proibitivos dos casamentos entre brancos e não brancos. Naquele ano estavam em vigor o Ato de Integridade Racial do estado da Virgínia e a Lei da Proteção do Sangue Alemão e da Honra Alemã, dois exemplos da extensão a que chegavam as políticas estatais a fim de produzir e de circunscrever a brancura. A presente dissertação aponta as relações entre os dois contextos extrapolando a perspectiva de um intercâmbio de práticas eugênicas, tampouco argumentando exclusivamente em favor dos paralelos entre as populações preferencialmente tornadas não brancas nos países, a exemplo dos negros e os judeus. Partindo de um diferente posicionamento, o das respostas comuns dos teóricos e políticos raciais aos eventos disruptivos das ordens hierárquicas do Oitocentos, a exemplo das emancipações negra e judaica, investiga-se comparativamente os processos de instauração das duas legislações destacadas. Pretende-se fazer apontamentos sobre as construções da brancura a partir do significante da pureza racial, um imaginário sendo progressivamente alçado ao patamar de política nacional ao longo dos séculos XVIII e XIX. A hipótese é a de que a anti-miscigenação fornecia o conteúdo simbólico-moral, além das práticas legislativas e jurídicas, para a estruturação da branquidade nestas nações nos anos 1930. O objetivo é o de demonstrar como seu deu esta estruturação aos níveis nacionais, indicando na análise o quanto eram pervasivas a um construto transnacional de brancura, ao mundo branco.

MANCHANDO: (O QUE) FAZER (COM) A MENSTRUAÇÃO. ESTRATÉGIAS E EXPERIMENTOS PARA VAZAR QUESTÕES FEMINISTAS ATRAVÉS DAS TECNOCIÊNCIAS
Aluno(a): Clarissa Reche Nunes da Costa
Programa: Ciências Sociais
Data: 27/05/2024 - 14:00
Local:
Membros da Banca:
  • Profa. Dra. Daniela Tonelli Manica - Presidente ( Unicamp )
  • Dra. Marilia Mello Pisani ( UFABC )
  • Dr. Henrique Zoqui Martins Parra ( Unifesp )
  • Dra. Fabiana Bruno ( Unicamp )
  • Prof. Dr. Marko Synesio Alves Monteiro ( Unicamp )
Descrição da Defesa:

Partindo do alerta de antropólogas indígenas sobre a falta de respeito da academia com cuidados necessários para se ter uma menstruação digna, a primeira questão de pesquisa que animou esta tese foi: “se e como a experiência de menstruar durante encontros etnográficos é expressa no modo como se produz conhecimento antropológico?”. Ao iniciar os trabalhos, lidei com as armadilhas colocadas por essa pergunta, em especial com o fato de saber, desde o começo, que essas experiências não são expressas. Assim, eu teria que utilizar metodologias capazes de evocá-las. Foi então que uma pergunta anterior revelou-se escondida dentro da primeira: “se e como é possível manifestar as marcas que os corpos possuem e, de forma segura, insistir em produzir conhecimento acadêmico/ institucional?”. Para seguir com esta questão, aliei-me com teóricas feministas dos estudos sociais da ciência e tecnologia e trabalhei com a hipótese de insistir em permanecer produzindo conhecimento, confeccionando conversas que não vão ferir os sentimentos estabelecidos da comunidade científica. A pesquisa etnográfica consistiu no planejamento, realização e análise de alguns experimentos. Para tanto, foram projetadas e utilizadas três estratégias metodológicas baseadas em ferramentas: de “des.enfeitiçamento”, para evocar os materiais de pesquisa; de “cestaria”, para coletar e transportar os dados; e de “figurações”, para imaginar e pensar junto com o que foi produzido. Com base nessas estratégias metodológicas, foram realizados cincos experimentos: no primeiro, “As antropólogas e suas menstruações”, experiências de menstruações (e suas ausências) vivenciadas por antropólogas foram dramatizadas em formato de caminhada por uma trilha ficcional; no segundo, “Manchas”, visualizações gráficas do sangue menstrual foram produzidas a partir do envolvimento com a consciência e o controle dos músculos vaginais; no terceiro, “Miçangas”, as propriedades de coagulação e cristalização do sangue menstrual foram tensionadas na construção de pequenos objetos, em uma aproximação material com teorias ameríndias; no quarto, “Caleidoscópio”, foi projetado um dispositivo digital de captura não-ofensiva da atenção, o qual foi apresentado à comunidade científica; no quinto, um conto de ficção científica foi composto a partir dos experimentos anteriores. Como resultado dos experimentos, é apresentada a figuração “armadilha” como estratégia de insistência para nós, corpos marcados. Esta estratégia nos permite experimentar formas de pesquisar que, ao mesmo tempo, são capazes de realizar as denúncias necessárias e colocam em prática modos possíveis de produção de conhecimentos tecnocientíficos que nos interessam. Por fim, conclui-se que a utilização das menstruações como material de pesquisa mostrou-se fértil, com bastante capacidade de provocar perturbações e deslocamentos. O potencial de encantamento estético do sangue menstrual funcionou como (contra)armadilha para fazer com que questões feministas pudessem vazar de forma segura. A lógica de produtividade, que faz com que as experiências de menstruação sejam ocultadas, perdeu espaço, temporariamente, para uma lógica de vida e de prazer dos sentidos.

Quando o essencial é invisível aos autos: Informalização da justiça e o nascimento do Direito Sistêmico no Brasil
Aluno(a): Elizabete Pelegrini Garcia
Programa: Ciência Política
Data: 29/05/2024 - 08:00
Local: Sala de defesa de Teses I
Membros da Banca:
  • Prof. Dr. Frederico Normanha Ribeiro de Almeida - IFCH/UNICAMP
  • Profa. Dra. Ana Lúcia Pastore Schritzmeyer - USP
  • Profa. Dra. Natália Corazza Padovani - IFCH/UNICAMP
  • Prof. Dr. Andrei Koerner - IFCH/UNICAMP
  • Profa. Dra. Ana Carolina da Matta Chasin - UNIFESP
Descrição da Defesa:

A última década testemunhou a crescente adoção da "constelação familiar" como um método de resolução de conflitos nos tribunais brasileiros, originado da terapia breve desenvolvida por Bert Hellinger. Este estudo investigou as interações dos "juristas sistêmicos", que promoveram essa abordagem entre 2018 e 2023, mesmo durante a pandemia de Covid-19, e observou um aumento nas atividades e projetos de constelação familiar no Brasil. Os objetivos incluíram mapear os argumentos dos juristas para justificar sua implementação no serviço público, analisar como esses argumentos foram mobilizados para construir narrativas de apoio e compreender as crenças e visões de mundo compartilhadas entre os adeptos da constelação familiar e do Direito Sistêmico. Utilizando uma abordagem etnográfica para coletar dados, o estudo considerou o Direito como um campo de relações permeado por diversas lógicas, influenciando disputas e práticas judiciais. Conclui-se que o Direito Sistêmico surge como consequência das políticas judiciais atuariais e neoliberais adotadas pelo Judiciário brasileiro desde os anos 1990, enquanto o crescimento dos juristas adeptos sugere a formação de um subcampo comprometido em consolidá-lo como uma reação legal aos avanços de pautas progressistas de inclusão de minorias no Brasil.

“São Paulo é essa locomotiva”: interfaces entre agricultura e indústria e a afirmação hegemônica de frações dirigentes do agronegócio paulista
Aluno(a): Felipe Ferrari da Costa
Programa: Ciências Sociais
Data: 29/05/2024 - 14:00
Local: Sala de Teses
Membros da Banca:
  • Profa. Dra. Marilda Aparecida de Menezes - Presidente (Unicamp)
  • Profa. Dra. Thais Tartalha do Nascimento Lombardi (Unicamp)
  • Dr. Marcos Botton Piccin ( UFSM )
  • Dra. Regina Angela Landim Bruno (UFRRJ)
  • Dr. Caio Pompeia Ribeiro Neto (USP)
Descrição da Defesa:

Desde o encontro com uma representação que visa projetar imagem de protagonismo e de vanguarda do agronegócio paulista em nível nacional e atestando que os números econômicos de fato comprovam tal centralidade da agropecuária e da agroindústria deste estado no arranjo produtivo do agronegócio brasileiro, este trabalho analisa a ação política das elites rurais e agroindustriais paulistas, buscando compreender como suas frações dominantes buscam construir hegemonia internamente ao projeto do agronegócio no Brasil, projetando-se, neste sentido, como direção moral e intelectual da classe ao longo do tempo

A ESPIRAL INSACIÁVEL DO CAPITAL E O MOVIMENTO DA SUPERPOPULAÇÃO RELATIVA (BRASIL - 2012 A 2022)
Aluno(a): Renata Falavina Cardoso de Oliveira
Programa: Sociologia
Data: 04/06/2024 - 14:00
Local: Sala de Defesa de Teses I
Membros da Banca:
  • Prof. Dr. Ricardo Luiz Coltro Antunes (Presidente) (Orientador) - IFCH/ UNICAMP
  • Prof. Dr. Jose Dari Krein - IE/ UNICAMP
  • Prof. Dr. Davisson Charles Cangussu de Souza - Universidade Federal de São Paulo
Descrição da Defesa:

O objetivo da presente Dissertação é apresentar a potencialidade analítica da categoria marxiana de superpopulação relativa e apresentar dados quantitativos sobre o volume e a composição do excedente estrutural de força de trabalho no Brasil de 2012 a 2022. Para tanto, será apresentado um instrumento teórico-metodológico de mensuração da superpopulação relativa. Os resultados apontam para um aumento do excedente de força de trabalho durante o período de 2012 a 2022 e para a predominância da forma estagnada da superpopulação relativa. Assim, pretende-se contribuir para uma melhor e mais profunda compreensão acerca da problemática social que envolve a impossibilidade estrutural de que uma parte da classe trabalhadora venda sua força de trabalho.