Linhas de Pesquisa

Linhas de pesquisa

Cobrindo um leque amplo de objetos e campos de investigação, existem 4 grandes linhas de ensino e pesquisa no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social. As linhas e suas sub-linhas refletem a diversidade temática das pesquisas desenvolvidas por docentes e discentes, e a participação de pesquisadores em mais de uma linha é um reflexo dos diálogos entre as mesmas estimulado pelo PPGAS. São elas:

  • TRANSFORMAÇÕES E CONFLITOS CONTEMPORÂNEOS

  • ANTROPOLOGIA E ETNOGRAFIA DO CONHECIMENTO

  • ETNOLOGIAS

  • GÊNERO, DIFERENÇAS, CORPORALIDADES

1.1) História da Arte e Estudos Visuais

A História da Arte tem passado por diversas transformações que ampliaram seu campo de ação, seja no que é considerado Arte, seja nas abordagens aplicadas ao objeto artístico e ao sistema das artes. Temas como estudos da imagem, materialidade e circulação de objetos, reprodutibilidade, gênero, história das exposições, mídias e antropologia visual enriquecem o arcabouço teórico do campo e apresentam novos objetos, bem como novos olhares para temas tradicionais. Esta linha de pesquisa, portanto, tem como intuito formar alunos nos novos campos de conhecimento da História da Arte, sem se restringir a espaços geográficos ou recortes temporais pré-estabelecidos, e debater questões teóricas referentes ao desenvolvimento de novos métodos e instrumentos em perspectiva transnacional, como é caso das tradições artísticas não-europeias.

1.2) Crítica, Curadoria e Preservação

Os estudos articulados às obras de arte e de arquitetura, nos seus contextos originais ou atuais, têm sido um dos grandes desafios teóricos e metodológicos para os especialistas e conservadores, mas também para o grande público que frequenta museus, exposições, sítios e centros históricos. Tais desafios visam fomentar uma complexa compreensão dos valores sociais e culturais, visuais e técnicos, antropológicos e mesmo filosóficos inerentes ou atribuídos à obra de arte, à arquitetura, aos contextos urbanos e rurais preservados. Assim, esta linha de pesquisa prioriza os estudos de obras, acervos e coleções, a literatura artística e a produção crítica e estética, os espaços edificados e os sítios históricos, visando uma abordagem complexa na compreensão dos mais diversos valores sociais, culturais e artísticos das Artes, seus protagonistas e suas instituições. Contempla ainda a história intelectual na produção da historiografia e da crítica da arte brasileira e internacional, contando com acervos de referência importantes disponibilizados na Unicamp, como a coleção especial “Biblioteca Cicognara”, o acervo Alexandre Eulálio e as coleções bibliográficas presentes no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp. 

1. Biodiversidade, serviços ecossistêmicos e bem-estar humano

Temas de pesquisa:

 • Levantamento, monitoramento e manejo de fauna e flora

• Efetividade e manejo de áreas protegidas

• Uso e cobertura da terra: ecologia da paisagem

• Modelagem ambiental

• Agropecuária, segurança alimentar e sustentabilidade

• Provisão, uso e valoração de serviços ecossistêmicos e contribuições da natureza às pessoas

• Saúde humana e meio ambiente

• Sinergias entre biodiversidade e mudanças ambientais globais

1- Teoria e Pensamento Sociológico

Descrição: Esta linha de pesquisa se fundamenta no processo de formação histórica da sociologia como campo do saber, balizada pelos processos de ensino e investigação de autores clássicos e contemporâneos, tanto estrangeiros quanto brasileiros. A linha contempla o estudo de autores e temas amplamente consolidados pela tradição sociológica e pela teoria social, bem como temas e autores emergentes, que têm problematizado e dado continuidade a tal tradição. Em constante conexão com as demais linhas de pesquisa e a multiplicidade de projetos que são desenvolvidos no programa, esta linha visa assegurar a reflexão, crítica e investigação sistemática e aprofundada de diferentes correntes teóricas e expressões do pensamento social, com suas contradições, desafios e conexões com os processos históricos e as metodologias do campo sociológico. Visa, assim, estimular e fomentar a elaboração teórica em sociologia.

2.1) Historiografia, Espacialidades e Representações

Explorar as diversas formas pelas quais as linguagens políticas se definem e se exteriorizam constitui objetivo central dos temas e campos de pesquisas inscritos na historiografia, nas espacialidades e nas formas de representação discursivas em suas diferentes vertentes teóricas e métodos de tratamento da documentação. Interessa-nos investigar as dimensões políticas, sociais e culturais de diferentes disciplinas, em diversas temporalidades, aqui percebidas no entrecruzamento com as espacialidades, contemplando formas, linguagens e dinâmicas urbanas, literárias e editoriais. Soma-se a essas preocupações um entendimento da importância das transformações do discurso histórico e da disciplina História na esfera pública hodierna. Por conseguinte, também interessa à linha o estudo das diferentes modalidades de publicização do conhecimento histórico por intermédio das mídias e humanidades digitais, entre outras possibilidades, nelas incluídos a formação de redes e os debates intelectuais em escala global. 

2.2) Deslocamentos, Desigualdades e Direitos

A linha congrega pesquisas voltadas ao estudo das desigualdades na África e nas Américas em contextos coloniais e pós-coloniais, com enfoque na constituição de categorias de exclusão e pertencimento no âmbito das relações sociais, culturais, econômicas, políticas e étnico-raciais. O desenvolvimento desta problemática implica o estudo das culturas políticas de sujeitos em situação de exclusão e o modo como elas informam a percepção de seus lugares nas relações sociais e as suas lutas por prerrogativas e direitos políticos frente aos aparatos institucionais dos estados coloniais e do estado-nação. Para tanto, mobiliza-se um referencial bibliográfico que questiona os cânones historiográficos etnocêntricos estritamente atrelados aos marcos do estado-nação, colocando em evidência as dinâmicas políticas constituídas a partir dos trânsitos de pessoas e ideias, particularmente suas diferentes formas de identificação coletiva.

2- Cultura

Descrição: Esta linha recobre uma ampla área de interesse quanto à problemática cultural em suas acepções histórica, teórica e empírica. Os interesses que envolvem as pesquisas sobre cultura podem se correlacionar com a investigação de temas e transformações da sociedade contemporânea. Nesta linha estão contemplados estudos que podemos considerar mais clássicos, como sociologia da literatura e da arte, ao lado de uma ampla gama de outros temas e problemas tais como: cultura brasileira, identidade, indústria cultural, cultura e política, e trajetórias intelectuais e artísticas. Contempla ainda estudos sobre educação e outras intersecções entre cultura e processos sociais contemporâneos. Acrescem-se investigações e reflexões transversais sobre a produção e circulação de ideias e bens culturais, a diversidade, periferias, gênero, memória social, direitos humanos (memórias coletivas, colonialismo e pós colonialismo, violência de Estado, desaparecidos políticos, processos de reparação e justiça de transição, Comissões de Verdade) subjetividades e capitalismo. O espectro de temas fornece a possibilidade de estudos teóricos e empíricos quanto à acepção do termo cultura e ao mesmo tempo visa estimular reflexões quanto aos processos sociais característicos da contemporaneidade.

2. Mudanças climáticas e conflitos ambientais

Temas de pesquisa:

• Riscos e vulnerabilidade às mudanças climáticas e eventos extremos

• Mitigação e adaptação às mudanças climáticas

• Impactos da produção mineral e energética

• Uso e cobertura da terra: relações com mudanças do clima

• Justiça social e ambiental

• Igualdade e meio ambiente

• Política climática e ambiental

• Dinâmica demográfica

3.1) Mundos do Trabalho na Escravidão e na Liberdade

A linha tem como tema principal a experiência dos trabalhadores na escravidão e na liberdade, problematizando as fronteiras entre as várias formas de compulsão ao trabalho. As pesquisas analisam as relações entre os trabalhadores e outros sujeitos sociais (senhores, patrões, autoridades), suas formas de organização e atuação (irmandades, associações, clubes, sindicatos, partidos), lutas e movimentos sociais (quilombos, revoltas, insurreições, paralisações), modos de vida e cotidiano (habitação, saúde, lazer, religião, instrução, alimentação), valores e concepções (tradições, costumes, crenças, ideologias, utopias), embates nas arenas legais e judiciais, produção cultural e intelectual (imprensa, teatro, literatura, memórias).

3.2) África e Diáspora Africana

Esta linha estuda a formação de sociedades, culturas e identidades na África e na diáspora africana nas Américas, suas transformações e as conexões estabelecidas no mundo atlântico. As pesquisas conduzidas pelos integrantes da linha englobam o estudo da religiosidade de africanos e afro-descendentes (cultos africanos de aflição, cristianismo, candomblé, umbanda); das identidades africanas e diaspóricas (sociais, políticas, de gênero); das diferentes formas de exploração do trabalho africano (escravizado, forçado, assalariado); da construção de representações da África e dos africanos na diáspora (em relatos de viagens, memórias, literatura); das variadas formas de lutas na África e nas Américas (fuga, quilombo, insurreição, movimentos de independência); da análise do direito consuetudinário e positivo (costumes, leis coloniais, constituições); e da construção do racismo e da racialização nas sociedades africanas e diaspóricas. Interessa ainda o estudo da formação de redes políticas e intelectuais de contestação aos estados coloniais, suas relações com os movimentos de libertação nacional e com as lutas sociais pós-independência.

3.2) História Social do Trabalho

 

Esta linha tem como tema principal a experiência dos trabalhadores urbanos e rurais em sua diversidade, enfocando os diferentes aspectos que compõem o mundo do trabalho: os processos produtivos e as relações de produção no local de trabalho; a organização dos trabalhadores e os movimentos sociais; os movimentos migratórios; os espaços do cotidiano, com suas condições e práticas específicas de lazer, moradia e saúde; a cultura, os valores e concepções que informam as relações de classe; os diferentes projetos e as disputas políticas em torno das relações de trabalho; as relações dos trabalhadores com as instituições e os espaços públicos e sua atuação frente às instâncias do legislativo e do judiciário.

Bilbiografia:

ARAÚJO, Angela. A Construção do Consentimento. Corporativismo e trabalhadores nos anos trinta. São Paulo: Scritta, 1998. 

BATALHA, Cláudio et al (orgs). Culturas de classe: identidade e diversidade na formação do operariado. Campinas, Editora da Unicamp, 2005. 

BATALHA, Cláudio. O movimento operário na Primeira República. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2000. 

CASTORIADIS, Cornelius. A Experiência do Movimento Operário. São Paulo: Brasiliense, 1984. CHAUí, Marilena. "Apontamentos para uma Crítica da Ação Integralista Brasileira". In: Ideologia e 

Mobilização Popular. São Paulo, CEDEC/Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1978.
COSTA, Hélio da. Em Busca da Memória. Comissão de fábrica, partido e sindicato no pós-guerra. São Paulo: Scritta, 1995.

DE DECCA, Maria Auxiliadora. A Vida Fora das Fábricas. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1987. 

FERREIRA, Jorge (org.). O populismo e sua história: debate e crítica. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001. 

GOMES, Angela M. Castro. Burguesia e Trabalho: Política e Legislação Social no Brasil 1917/37. Rio de Janeiro: Ed. Campus, 1979. 

________. A Invenção do Trabalhismo.São Paulo: Vértice/IUPERJ, 1988. 

HALL, Michael. "O movimento operário na cidade de São Paulo, 1890-1954". In: PORTA, Paula (org.). História da cidade de São Paulo. A cidade na primeira metade do século XX, 1890-1954. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2004, v. 3. 

HALL, Michael. "A imigração na cidade de São Paulo", in: PORTA, Paula (org.). História da cidade de São Paulo. A cidade na primeira metade do século XX, 1890-1954. São Paulo: Paz e Terra, 2004, v. 3. 

HARDMAN, Francisco Foot. Nem pátria, nem patrão: memória operária, cultura e literatura no Brasil. São Paulo: Ed. da Unesp, 2002. 

HAUPT, Georges. Por Que a História do Movimento Operário? Revista Brasileira de História, n. 10, 1986. 

HOBSBAWM, Eric. Mundos do Trabalho. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. 

LENHARO, Alcir. Sacralização da Política. Campinas: Papirus, 1986. 

PERROT, Michelle. Os Excluídos da História. São Paulo: Paz e Terra 1989. 

PINHEIRO, P. Sérgio e HALL, M.. A Classe Operária no Brasil. vol. 1, Alfa Omega, vol. 2, São Paulo: Brasiliense, 1981. 

SILVA, Fernando Teixeira da e NEGRO, Antonio Luigi. "Trabalhadores, sindicatos e política (1945-1964)”. In: FERREIRA, Jorge e Delgado, Lucília de Almeida N. O Brasil republicano. O tempo da experiência democrática: da democratização de 1945 ao golpe civil-militar de 1964. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003, vol. 3. 

SILVA, Fernando Teixeira da. Operários sem patrões: os trabalhadores da cidade de Santos no entreguerras. Campinas, Editora da Unicamp, 2003. 

STOLCKE, Verena. Cafeicultura, Homens, Mulheres e Capital (1850-1980). São Paulo: Brasiliense, 1986. 

TOLEDO, Edilene T. Anarquismo e sindicalismo revolucionário: trabalhadores e militantes em São Paulo na Primeira República. São Paulo: Ed. Fundação Perseu Abramo, 2004. 

THOMPSON, E. P.. A Formação da Classe Operária Inglesa. 3 vols., Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. 

Docentes da linha

3- Ambiente e Tecnologia

Descrição: Esta linha aborda as relações entre tecnologia e ambiente de uma perspectiva sociológica, considerando as mútuas implicações das transformações ambientais e tecnológicas em diferentes contextos sociais. Se muitas vezes o progresso técnico encontrou no meio natural seu limite ou sua inspiração para superar-se, ele atualmente aparece muito mais como determinante de mudanças ambientais do que como consequência delas. Nesse sentido, a consciência dos problemas ambientais e de suas relações com a tecnologia tem direcionado muitos debates nas ciências sociais contemporâneas. Por outro lado, a tecnologia, ao propiciar novos arranjos sociais, culturais e mudanças ambientais, é também direcionada social, ambiental e culturalmente. Estimula-se a reflexão teórica e a pesquisa empírica, bem como a conexão com temas contemporâneos correlativamente emergentes como movimentos sociais, territorialidade e formas de sociabilidade associadas às novas tecnologias de informação e comunicação.

3. Ciência transformativa para sustentabilidade

Temas de pesquisa:

• Soluções baseadas na natureza

• Infraestrutura e planejamento urbano e rural

• Poluição e saneamento

• Turismo sustentável

• Energias limpas

• Consumo e produção responsáveis

• Bioeconomia

• Cultura, patrimônio e meio ambiente

• Uso e acesso aos recursos naturais

• Governança transformativa.

4.1) Cultura e Cidade

Esta linha compõe um campo de trabalho sobre a produção do universo urbano na sociedade moderna pela construção da história da cidade em várias linguagens e áreas de conhecimento. A cidade é pensada como o lugar simbólico e político da formação do cidadão – o sujeito jurídico de direitos – e o modo pelo qual desenvolve diferentes formas de sensibilidade e de percepção e apropriação do espaço edificado, público e privado, a partir de diversos pontos de vista (conhecimentos especializados e vivências cotidianas). Dedica especial atenção ao estudo da representação da cidade pela produção técnica e artística – os meios de comunicação de massa (fotografia, cinema e outras mídias) – e pelas memórias/esquecimentos presentes na configuração das camadas temporais que a constituem. Estuda ainda, as idealizações do espaço urbano e de seu planejamento bem como as diferentes estratégias de intervenção que fazem da cidade um laboratório experimental de diversos saberes (medicina, higiene, arquitetura e instituições sociais) no intuito de transformá-la em ambiente normatizado e previsível. Desse modo, a cidade e seus componentes, visualizados a partir da perspectiva histórica em toda a sua complexidade, configura seu núcleo de atenção.

Bibliografia

ANDERSON, Benedict. Nação e Consciência Nacional. São Paulo: Ática, 1983.
ARANTES, Antonio (org.). Produzindo o Passado. São Paulo: Brasiliense, 1984.
ARENAS, Luis. Fantasmas de la vida moderna: ampliaciones y quiebras del sujeto en la ciudad contemporanea. Madrid: Editora Trotta, 2011.
ANSAY, Pierre, SCHOONBRODT, René. Penser la Ville. Choix de textes philosophiques. Bruxelles: Aux Archives d’Architecture Moderne, 1989.
BONDUKI, Nabil. Origens da habitação social no Brasil. Arquitetura moderna, lei do inquilinato e difusão da casa própria. São Paulo: Estação Liberdade, 1998.
BOYER, Christine. The City of Collective Memory. Cambridge, Massachusetts, Londres: MIT Press, [1994] 1996.
BRESCIANI, Stella. As sete portas da cidade. In Espaço e Debates n.34, Cidade e História, NERU, 1991.
BRESCIANI, Stella. A construção da cidade e do urbanismo: ideias têm lugar? In FREITAS, José Francisco B.; MENDONÇA, Eneida Maria (org.). A construção da cidade e do urbanismo: ideias têm lugar? Vitória: EDUFES, 2012, pp. 141-159.
CALABI, Donatella. História do Urbanismo europeu. Questões, instrumentos, casos exemplares. Trad. Marisa Barda, Anita di Marco. São Paulo: Perspectiva, 2012.
CARDOSO, S.P., PINHEIRO, E.P. e CORRÊA, E.L. (org.) Arte e Cidades. Imagens, Discursos e Representações. Salvador-BA: EDUFBA, 2008.
CARPINTÉRO, Marisa Varanda T. A construção de um sonho. Os engenheiros arquitetos e a formulação da política habitacional no Brasil. Campinas-SP: Ed. Unicamp, 1997.
CAUQUELIN, Anne. Essai de philosophie urbaine. Paris: PUF, 1982. CHALHOUB, Sidney. Cidade Febril. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.
CHOAY, Françoise. Urbanismo. Utopias e Realidades. Uma antologia. Trad. Dafne Nascimento Rodrigues, São Paulo: Perspectiva, 1997.

Bibliografia

ANDERSON, Benedict. Nação e Consciência Nacional. São Paulo: Ática, 1983.
ARANTES, Antonio (org.). Produzindo o Passado. São Paulo: Brasiliense, 1984.
ARENAS, Luis. Fantasmas de la vida moderna: ampliaciones y quiebras del sujeto en la ciudad contemporanea. Madrid: Editora Trotta, 2011.
ANSAY, Pierre, SCHOONBRODT, René. Penser la Ville. Choix de textes philosophiques. Bruxelles: Aux Archives d’Architecture Moderne, 1989.
BONDUKI, Nabil. Origens da habitação social no Brasil. Arquitetura moderna, lei do inquilinato e difusão da casa própria. São Paulo: Estação Liberdade, 1998.
BOYER, Christine. The City of Collective Memory. Cambridge, Massachusetts, Londres: MIT Press, [1994] 1996.
BRESCIANI, Stella. As sete portas da cidade. In Espaço e Debates n.34, Cidade e História, NERU, 1991.
BRESCIANI, Stella. A construção da cidade e do urbanismo: ideias têm lugar? In FREITAS, José Francisco B.; MENDONÇA, Eneida Maria (org.).

A construção da cidade e do urbanismo: ideias têm lugar? Vitória: EDUFES, 2012, pp. 141-159.

CALABI, Donatella. História do Urbanismo europeu. Questões, instrumentos, casos exemplares. Trad. Marisa Barda, Anita di Marco. São Paulo: Perspectiva, 2012.
CARDOSO, S.P., PINHEIRO, E.P. e CORRÊA, E.L. (org.) Arte e Cidades. Imagens, Discursos e Representações. Salvador-BA: EDUFBA, 2008.
CARPINTÉRO, Marisa Varanda T. A construção de um sonho. Os engenheiros arquitetos e a formulação da política habitacional no Brasil. Campinas-SP: Ed. Unicamp, 1997.
CAUQUELIN, Anne. Essai de philosophie urbaine. Paris: PUF, 1982. CHALHOUB, Sidney. Cidade Febril. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.
CHOAY, Françoise. Urbanismo. Utopias e Realidades. Uma antologia. Trad. Dafne Nascimento Rodrigues, São Paulo: Perspectiva, 1997.

CHOAY, Françoise. Urbanismo. Utopias e Realidades. Uma antologia. Trad. Dafne Nascimento Rodrigues, São Paulo: Perspectiva, 1997.
CHOAY, Françoise. L'Allégorie du Patrimoine. Paris: Seuil, 1992.
CORREIA, Telma de Barros. Pedra: plano e cotidiano operário no sertão. Campinas-SP: Papirus,1998.
FONSECA, Maria Cecília Loudes. O Patrimônio em processo. Rio de Janeiro: UFRJ, 1997.
GONÇALVES, José Reginaldo. A Retórica da Perda: os discursos do patrimônio cultural no Brasil. Rio de Janeiro: UFRJ, 1998.
GORELIK, Adrian. Das vanguardas a Brasília: cultura urbana e arquitetura na América Latina. Trad. Maria Antonieta Pereira. Belo Horizonte, MG: Editora UFMG, c2005.
GUERRA, Abílio org. Textos fundamentais sobre história da arquitetura moderna brasileira, 2 vols., Romano-Guerra, 2010.
LE GOFF, Jacques. Por amor às cidades. Conversações com Jean Lebrun. Trad. Reginaldo Carmello Corrêa de Moraes. São Paulo: Ed. Unesp, 1998.
LEFEBVRE, Henri. A cidade do capital. Rio de Janeiro: PB&A Editora, 1998.
LEME, Maria Cristina da Silva (coord.). Urbanismo no Brasil, 1895-1965. São Paulo: FUPAM/Studio Nobel, 1999.
LENIAUD, Jean-Michel. L'Utopie Française - essay sur patrimoine. Menges, 1992.
LOWENTHAL, David. The past is a foreign country. Cambridge University Press, 1985.
MENEGUELLO, Cristina. Da Ruína ao Edifício, Neogótico, reinterpretação e preservação do passado na Inglaterra Vitoriana. São Paulo: Annablume/Fapesp, 2008.
PADILHA, Nino (org.). Cidade e Urbanismo. História, teorias e práticas, Mestrado em Arquitetura/UFBA, 1998.
PONTUAL, V., LORETTO, R.P. Cidade, Território e Urbanismo. Um campo conceitual em construção. Olinda-PE: CECI, 2009.
O direito à memória: patrimônio histórico e cidadania. São Paulo: Prefeitura Municipal de São Paulo, Secretaria Municipal de Cultura-DPH, 1992.
RIBEIRO, Luiz C. Q. e PECHMAN, Robert (org.). Cidade, povo e nação. Gênese do urbanismo moderno. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1996.
Rodrigo de Melo Franco e o SPHAN, SPHAN/Pró-Memória, 1987.
ROLNIK, Raquel. A cidade e a lei. Legislação, política urbana e territórios na cidade de São Paulo. São Paulo: FAPESP/Studio Nobel, 1997.
RUBINO, Silvana e GRINOVER, Marina (org.). Lina por escrito. Textos escolhidos de Lina Bo Bardi. São Paulo: Cosacnaify, 2010.
SASSEN, Saskia. As cidades na economia mundial. Trad. Carlos Eugenio Marcondes de Moura. São Paulo: Studio Nobel, 1998.
SANT’ANNA, Denise B. de. Cidade das águas. Usos de rios, córregos, bicas e chafarizes em São Paulo (1822-1901). São Paulo: Senac, 2007.
SEGAWA, Hugo. Prelúdio da Metrópole. Arquitetura e Urbanismo em São Paulo do séc. XIX ao XX. São Paulo: Ateliê Editorial, 2000.
SENNETT, Richard. Carne e pedra: o corpo e a cidade na civilização ocidental. Tradução de Marcos Aarão Reis. 5. ed. Rio de Janeiro, RJ: Record, 2008.

SEVCENKO, Nicolau. Orfeu estático na Metrópole. São Paulo, sociedade e cultura nos frementes anos 20. São Paulo: Companhia da Letras, 1992.
SIMMEL, Georg. As grandes cidades e a vida do espírito (1903). Mana [online]. 2005, vol.11, n.2, pp. 577-591. ISSN 0104-9313. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-93132005000200010
SOUZA, Célia F. de e PESAVENTO, Sandra J. (org.). Imagens Urbanas. Os diversos olhares na formação do imaginário urbano, Porto Alegre: Ed. UFRGS, 1997.
Revista do Patrimônio - IPHAN, nº 22 e 26, 1987 e 1997.

 

4.1) Gênero, Subjetividade e Cultura Material

Esta linha de pesquisa aborda temas e problematiza questões ligadas à produção da subjetividade, à sexualidade, aos feminismos e ao meio ambiente, na perspectiva da História Cultural, da expressão artística e da cultura material. Investiga as formas históricas de manifestação do poder e dos contrapoderes, articulando-as aos conceitos de classe, gênero, etnia e raça como construções sociais. Promove reflexões sobre a historicidade das culturas e de nosso próprio presente, em suas múltiplas camadas temporais e espaciais, como nas análises críticas do neoliberalismo, dos colapsos e crises socioambientais, assim como na investigação das rupturas, insurgências e contracondutas nas práticas coletivas e individuais. Trabalha com a Cultura Material, considerada como um novo campo de investigação histórica, útil para os estudos sobre a Antiguidade Clássica, assim como para os relativos à Modernidade e à Pós-Modernidade. Propõe reflexões sobre a contemporaneidade, entendida como fase de crise do capitalismo, incorporando, por um lado, a crítica da representação e da função mediadora das imagens, e por outro, a crítica do trabalho e da socialização do valor. Desenvolve e incentiva pesquisas históricas sobre cultura material, movimentos sociais, culturais e políticos radicais dos séculos XX e XXI, poéticas e práticas feministas, estudos sobre contracultura e também sobre os processos históricos de degradação e regressão socioambiental que vêm se acelerando notadamente no último meio século.

4.2) Politica, Cultura e Memória

A história e a cultura políticas podem ser compreendidas levando-se em conta as motivações, a um só tempo conscientes e inconscientes, das ações humanas, individuais e coletivas. As pesquisas desenvolvidas destacam a reverberação dos sentimentos, sensibilidades e paixões nas ações políticas, nas práticas culturais e na produção de memórias. Nesse sentido, a linha define uma ampla área de trabalho em quatro campos de reflexão. 1) manifestações do pensamento político moderno (sécs. XVII - XXI): suas matrizes teóricas; os temas imbricados em sua argumentação (indivíduo, liberdade, poder, trabalho, riqueza, pobreza, doença social, revolução, cidadania, jogo partidário, Estado); sua dimensão Estética nas diversas formas de produção literárias e artística; suas relações entre saber, memória e poder. 2) pensamento político em situações históricas específicas nas quais se exterioriza temporalmente na modernidade euro-americana; 3) práticas políticas (linguagens, governabilidades, jogos de representação, dimensões simbólicas e utópicas das experiências moderna e contemporânea), e práticas culturais (literatura, alimentação, fotografia, cinema e ilustrações) vivenciadas nestes espaços; 4) análise da Historiografia brasileira e internacional sobre esses campos e temas, os vínculos entre a memória e a história e as relações tecidas entre os conceitos, representações e imaginário.

Bibliografia

ALGRANTI, Leila Mezan. Livros de Devoção, Atos de Censura - ensaios de história do livro e da leitura na América portuguesa. São Paulo: Hucitec, 2004.
ARENDT, Hannah. Da Revolução. Tradução: Fernando Didimo Vieira ; revisão de tradução: Caio Navarro de Toledo. São Paulo: Ática, 1988.
_________________ A Condição Humana. Tradução de: Roberto Raposo; revisão técnica Adriano Correia. 11a ed. rev. Rio de Janeiro: Forense Universitário, 2010.
BORGES, Vavy P. Tenentismo e Revolução Brasileira. S.P. Brasiliense, 1992.
_______________ História e Política: laços permanentes. Revista Brasileira de História, n. 23-24. ANPUH/Marco Zero, 1995, p. 7-18.
BRESCIANI, e BORGES (org.). Reforma e Revolução. Revista Brasileira de História, n. 20, São Paulo: ANPUH/Marco Zero, 1991.
BRESCIANI, M. Stella (org.). Jogos da Política. Imagens, Representações e Práticas. São Paulo: ANPUH/Marco Zero/Fapesp, 1992.
BRESCIANI, S. NAXARA, M.(org.). Memória e (res)sentimento. Indagações sobre uma questão sensível. Campinas-SP: Ed. da UNICAMP, 2000.
BRESCIANI, Stella. O charme da ciência e a sedução da objetividade. Oliveira Vianna entre intérpretes do Brasil. São Paulo: Ed. UNESP, 2005.
CANCLINI, Néstor García. Culturas híbridas. Estratégias para entrar e sair da modernidade. Tradução Ana Regina Lessa, Heloísa Pezza Cintrão. S. Paulo: Edusp, 1997.
CANETTI, Elias. Massa e Poder. São Paulo: Melhoramentos/EUB, 1983.
CARVALHO, José Murilo de. Formação das Almas. Imaginário da República no Brasil. São Paulo: Cia. Das Letras, 1991.
CASTORIADIS, Cornelius. A Instituição Imaginária da Sociedade. Trad. Guy Reynaud. São Paulo: Paz e Terra, 1982.
CASTORIADIS, Cornelius. Feito a ser feito. As encruzilhadas do Labirinto.Trad. Lílian do Valle. R. de Janeiro: DP&A ed., 1999.
CERTEAU, Michel de. A Escrita da História. Trad. Maria de Lourdes Menezes. Rio de Janeiro: Forense, 1982.
CHARTIER, Roger. A História Cultural: entre práticas e representações. Trad. Maria Manuela Galhardo. Lisboa: Difel, 1990.
CHIARAMONTE, José Carlos. Ciudades, províncias, estados: orígenes de la nación argentina. (1800-1846). Buenos Aires; Emecé, 2007.
DE DECCA, Edgar. O Silêncio dos Vencidos. São Paulo: Brasiliense, 1981.
FOUCAULT, Michel. A Arqueologia do Saber. Trad. Luiz Felipe Baeta Neves. Rio de Janeiro: Forense, 1986.
___________________ Microfísica do Poder. Organização introdução e revisão tecnica de Roberto Machado. Rio de Janeiro: Graal, 1979.
FUNES, Patrícia. Salvar la nación: Intelectuales, cultura y política en los años veinte latinoamericanos. Buenos Aires: Prometeo Libros, 2007.
GAY, Peter. Freud para historiadores. Trad. Osmyr Faria Gabbi Júnior. São Paulo: Paz e 

Terra, 1989.
____________O Estilo na História. São Paulo: Cia das Letras, 1990.
GUERRA, François Xavier. Modernidad e Independencias: ensayos sobre las revoluciones hispánicas. Madrid: Ed. Mapfre, 1992.
GUERRA, F. X.; ANINO, A. (org.) Inventando la nación: Iberoamérica. Siglo XIX. México: FCE, 2003.
GUINZBURG, Carlo. Mitos, Emblemas e Sinais. Trad. Frederico Carotti. São Paulo: Cia das Letras, 1989.
HABERMAS, Jurgen. Mudança Estrutural da Esfera Pública. Trad. Flávio Kothe. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1984.
HALBWACHS, Maurice. A Memória Coletiva. Trad. Beatriz Sidou. São Paulo: Ed. Vértice, 1990.
HOBSBAWM, Eric; RANGER, Terence (org). A Invenção das Tradições. Trad. Celina Cardim Cavalcante. São Paulo: Paz e Terra, 1984.
HOLANDA, Sérgio Buarque de – O Brasil Monárquico. T. II “Declínio e queda do Império” in História Geral da Civilização Brasileira. São Paulo: Difel, 1974.
KOSELLECK, R. Futuro Passado. Contribuição à semântica dos tempos hitóricos. Tradução do original alemão Wilma Patrícia Maas, Carlos Almeida Pereira; revisão da tradução: César Benjamin. Rio de Janeiro: Contraponto, 2006.
LEFORT, Claude – A Invenção Democrática. Os limites do Totalitarismo. São Paulo: Brasiliense, 1983.
LE GOFF, Jacques – História e Memória. Campinas, Ed. da UNICAMP, 1990.
LE GOFF, J. NORA, Pierre (org.). Histórias: novos problemas, novas abordagens, novos objetos. Trad. Théo Santiago. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1976.
LIMA, Luiz C. O controle do imaginário. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1989.
MACPHERSON, C. B. A Teoria Política do Individualismo Possessivo de Hobbes a Locke. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979.
MAGALHÃES, Marion Brepohl de. Imaginação literária e política: os alemães e o imperialismo - 1880-1945. Uberlândia-MG: EDUFU, 2010.
MARSON, Izabel A . O Imperio do Progresso: a Revolução Praieira em Pernambuco (1842-1855). S.P. Brasiliense, 1987.
MARSON, Izabel A.; NAXARA, Márcia (org.) – Sobre a Humilhação. Sentimentos, Gestos, Palavras. Uberlândia-MG: EDUFU, 2005.
MARSON,Izabel A.; NAXARA, Márcia; BREPOHL, Marion (org.). Figurações do Outro.Uberlândia-MG: EDUFU, 2009.
PALTI, E.J. El tiempo de la política: el siglo XIX reconsiderado. Buenos Aires: Siglo XXI editores, 2007.
SARLO, Beatriz. Paisagens Imaginárias: Intelectuais, Arte e Meio de Comunicação. Trad. Rúbia Prates Goldoni; Sérgio Molina. São Paulo: EDUSP, 1997. São Paulo: EDUSP, 2005.
________. Tempo Presente: notas sobre a mudança de uma cultura. Tradução de Luis Carlos Cabral. Rio de Janeiro: José Olímpio, 2005.

________. Tempo Passado: cultura da memória e guinada subjetiva. Tradução de Rosa Freire de Aguiar. S. Paulo: Companhia das Letras, 2007.
SABATO, H. (coord.). Ciudadanía política y formación de las naciones: perspectivas históricas de América Latina. México: FCE/Colegio de México, 1999.
SEIXAS, Jacy; BRESCIANI, Stella; BREPOHL, Marion (org.). Razão e Paixão na Política. Brasilia:Ed. da UnB, 2002.
MARX, Karl. O 18 Brumário de Luís Bonaparte. In: Manuscritos Econômico-filosóficos e outros textos escolhidos. São Paulo: Abril Cultural, 1978 (Col. Os Pensadores).
RICOEUR, Paul. A memoria, a história, o esquecimento. Tradução de Alain Fraçois. Campinas-SP: Ed. da UNICAMP, 2008.
SKINNER, Q. Liberdade antes do liberalismo. Trad. Raul Fiker. S. Paulo: Ed. UNESP, 1999 (UNESP/Cambridge).
SOUZA, Iara Lis Carvalho. Pátria Coroada. O Brasil como corpo político autônomo (1780-1831). S.P. Ed. UNESP, 1999.
VEYNE, Paul. Como se escreve a História. Trad. Antônio José da Silva Moreira. Lisboa, Edições 70, 1983.
____________. O Inventário das diferenças: história e sociologia. Trad. Sonia Salzstein. São Paulo: Brasiliense, 1983.
WHITE, Hayden. Meta-História: a imaginação histórica no século XIX. Trad. José Laurenio de Melo. São Paulo: Edusp, 1992.

4.2) Visualidades, Políticas de Memória e Questões do Contemporâneo

A linha, em sua multiplicidade, propõe abordagens historiográficas a partir de temáticas que expressem as mobilidades representacionais da história contemporânea e do tempo presente. As pesquisas históricas têm incorporado discussões, procedimentos e proposições que reafirmam a função política, social e cultural da escrita da História e seu potencial crítico no debate público. Desnaturalizar discursos, questionar legitimações e institucionalidades, compreender e criticar dinâmicas de silenciamentos e invisibilidades, indagar sobre sujeitos, vozes e perspectivas são princípios básicos do conhecimento histórico praticado nesta linha. Dentre seus campos de atuação, investiga as relações entre políticas de memória, os esquecimentos, apagamentos  e ressignificações, buscando compreender o ato da preservação -  e da destruição - como ligados a práticas, instituições, atores, usos e embates sobre as materialidades e as dimensões intangíveis dos bens culturais, seja no campo dos estudos sobre o patrimônio, seja no campo dos estudos visuais, na dimensão da história intelectual e cultural, nos estudos sobre as paisagens e na conformação sobre os espaços públicos e a domesticidade. Tais procedimentos são configurados por governabilidades, perpassadas por instituições, comunidades, construção de subjetividades, debates intelectuais, protocolos e sanções de valores e significados, desejos e convencimentos. Essa condensação de sentidos nas imagens, nas políticas de memória, nos patrimônios e debates intelectuais instiga a história e enreda-se a um jogo de temporalidades e de dinâmicas locais, regionais e globais. As questões do contemporâneo ultrapassam o marco cronológico e remetem à compreensão de temas e lógicas espaço-temporais que incluem o tempo presente, os fluxos e interconexões que envolvem temas clássicos, assimetrias, homogeneizações e desdobramentos de experiências singulares e coletivas em escalas múltiplas. Trata-se de observar como se articulam relações temporais, das quais o presente deriva e participa, propiciando o estudo das temporalidades históricas e seus agenciamentos. Os temas desta linha de pesquisa envolvem a dimensão social das práticas intelectuais, das representações visuais historicamente constituídas e a reflexão sobre as plurais manifestações dos patrimônios. Busca-se compreender as estratégias de memória, a historicidade dos conceitos e a construção da paisagem e percursos intelectuais, visuais, sociais, políticos e culturais.

4.3) Cultura Visual, História Intelectual e Patrimônios

A linha de pesquisa Cultura Visual, História Intelectual e Patrimônios, em sua multiplicidade, propõe abordagens historiográficas a partir de temáticas que expressem as mobilidades representacionais do período contemporâneo. No diálogo entre a dimensão social das práticas intelectuais, das representações visuais historicamente constituídas e a reflexão sobre as plurais manifestações dos patrimônios, busca-se compreender as estratégias de memória, a historicidade dos conceitos e a construção da paisagem e percursos intelectuais, visuais, sociais, políticos e culturais.

Na perspectiva do diálogo em que campos diferentes dialoguem sem excluir suas especificidades, as pesquisas em desenvolvimento contemplam alguns eixos principais:

  • a cultura visual problematiza o processo de desnaturalização do objeto artístico e da imagem e indaga-se sobre formas de rememoração e esquecimento, as operações de cristalização da memória em suas diferentes representações, materialidades, hábitos, percepções e perpetuações imagéticas;
  • a história intelectual aborda as formas discursivas do pensamento, a dimensão social das práticas intelectuais, a historicidade dos conceitos, a trajetória de pensamentos, autores e grupos sociais e suas intervenções políticas, culturais e sociais no domínio do espaço público;
  • os patrimônios remetem à própria constituição do campo, refletindo sobre suas origens políticas e institucionais, sua refração junto às práticas sociais e a investigação dos patrimônios histórico, artístico, industrial, moderno, intangível, assim como para a reflexão sobre os modos de constituição dos acervos, de valorização e criação de passados possíveis.
  • Bibliografia

    ALPERS,Svetlana. A Arte de Descrever. A arte holandesa no século XVII. São Paulo EDUSP, 1999.
    ALTAMIRANO, Carlos e MYERS, Jorge. Historia de los intelectuales en América Latina. Buenos Aires: Katz Editores, 2008.
    ARGAN, Giulio Carlo. El pasado en el presente. Barcelona, Gustavo Gili, 1977.
    BAXANDALL, Michael. O olhar renascente: pintura e experiência social na Itália da Renascença. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1999.
    DIKOVITSKAYA, Margaret. Visual Culture: the Study of the Visual after the Cultural Turn. Cambridge, MA, MIT, 2005.
    EDENSOR,Tim. Industrial Ruins. Space, aesthetics and materiality. London, Bloomsbury Academic, 2005.
    FOSTER, Hal (Ed) Vision and Visuality. NY, New Press, 1999.
    GONÇALVES, José Reginaldo dos Santos. A Retórica da Perda. O discurso do patrimônio cultural no Brasil. Rio de Janeiro, Editora da UFRJ, 1996.
    KRAUSS, Rosalind. O Fotográfico. São Paulo, G. Gili Brasil, 2013.
    KUHL, Beatriz M. Preservação do Patrimônio Arquitetônico da Industrialização: Problemas Teóricos de Restauro. São Paulo, Ateliê Editorial, 2008.
    KOSELLECK, Reinhart. Futuro passado. Contribuição à semântica dos tempos históricos. Rio de Janeiro: Editora PUC-Rio; Contraponto Editora Ltda, 2006.
    MENEGUELLO, Cristina. Da ruína ao edifício. Neogótico, reinterpretação do passado e preservação na Inglaterra vitoriana. São Paulo, Annablume, 2008.
    MENESES, Ulpiano T. Bezerra de. “Fontes visuais, cultura visual, História visual. Balanço provisório, propostas cautelares”. Revista Brasileira de História. Vol. 23, número 45, 2003.
    PALTI, Elías. El tiempo de la política. Buenos Aires: Siglo XXI, 2007.
    POCOCK, J. G. A. Linguagens do Ideário Político. São Paulo: Edusp, 2003.
    POULOT, Dominique. Historia do Patrimônio no Ocidente. São Paulo, Estação Liberdade, 2009.
    RANCIÈRE, Jacques.The Future of the Image. London, Verso Books, 2007.
    RIBEIRO, Rafael W. Paisagem cultural e patrimônio. Rio de Janeiro, IPHAN, 2007.
    SARLO, Beatriz. Modernidade Periférica. S. Paulo: CosacNaify, 2010.
    SAMSON, Guillaume; SANDRONI, Carlos. “The Recognition of Brazilian samba de roda and Reunion maloya as Intangible Cultural Heritage of Humanity”. in: Vibrant – Virtual Brazilian Anthropology, v. 10, n. 1. January to June 2013. Brasília, ABA. Available at http://www.vibrant.org.br/issues/v10n1/guillaume-samson-carlos-sandroni-...
    SKINNER, Quentin. “Meaning and Understanding in the History of Ideas”. In: TULLY, James (ed.). Meaning and Context. Quentin Skinner and his Critics. Princeton: Princeton University Press, 1988.

4- Trabalho e Sociedade

Descrição: Esta linha se articula em torno de estudos e pesquisas de temas clássicos da sociologia do trabalho, bem como de diferentes processos, estruturas e mudanças sociais que se correlacionam ao mundo do trabalho. Desse modo dedica-se a pesquisas teóricas ou empíricas e a articulação entre elas, além de buscar investigar autores clássicos e contemporâneos que têm contribuído para a compreensão da esfera do trabalho. A linha abrange diferentes estudos como sobre sindicalismo, movimentos e classes sociais, cidadania, capitalismo, estudos rurais, migrações e gênero. Esta linha de pesquisa se ocupa vivamente da tentativa de compreensão quanto ao entrelaçamento de trabalho e transformações da sociedade moderna, relações de integração e/ou conflito daí decorrentes, micro e macro processos envolvidos no multifacetado mundo do trabalho.

ANTROPOLOGIA E ETNOGRAFIA DO CONHECIMENTO

Aberta à pluralidade das formas pelas quais o conhecimento é produzido e objetivado, esta linha congrega pesquisas sobre sistemas de pensamento e práticas sociais. A diversidade dos temas abrangidos inclui bens materiais e imateriais; propriedade intelectual e saberes tradicionais; regimes patrimoniais, narrativas e instituições de memória, como museus e arquivos; ciência e outros modos de conhecimento; arte e produção cultural; biografias e trajetórias; grafias e imagens. Estes destaques dão a ver a amplitude e complexidade das contribuições desta linha para estimular perspectivas teóricas e temáticas permitindo também revisitar alguns temas clássicos da antropologia, como é o caso da oposição entre natureza e cultura. Para tanto, seus participantes afirmam a importância da etnografia para a apreensão e análise dos modos diversos de constitutição de saberes, situados, multiescalares e interconectados na experiência social. Tais pressupostos alimentam as investigações,  produção intelectual, cursos e os seminários oferecidos a partir de quatro sub-linhas:

Sub-linhas:

  • Patrimônio, Políticas e práticas da Memória e seus modos de objetivação;
  • Narrativas, Grafias e Imagens
  • Biografia e Trajetórias
  • Ciências e outros modos de conhecimento
Área 1: História da Arte

Esta área de concentração tem por finalidade lidar com o objeto artístico e cultural e com as formulações teórico-historiográficas a ele vinculadas. Ao mesmo tempo, explora suas conexões com outros domínios da produção sociocultural. A área oferece aos alunos de pós-graduação um treinamento metódico que lhes permita trabalhar nas questões referentes à História da Arte como um todo, incluindo problemas teóricos, museológicos e de conservação. 

1.1) História da Arte e Estudos Visuais

A História da Arte tem passado por diversas transformações que ampliaram seu campo de ação, seja no que é considerado Arte, seja nas abordagens aplicadas ao objeto artístico e ao sistema das artes. Temas como estudos da imagem, materialidade e circulação de objetos, reprodutibilidade, gênero, história das exposições, mídias e antropologia visual enriquecem o arcabouço teórico do campo e apresentam novos objetos, bem como novos olhares para temas tradicionais. Esta linha de pesquisa, portanto, tem como intuito formar alunos nos novos campos de conhecimento da História da Arte, sem se restringir a espaços geográficos ou recortes temporais pré-estabelecidos, e debater questões teóricas referentes ao desenvolvimento de novos métodos e instrumentos em perspectiva transnacional, como é caso das tradições artísticas não-europeias.

1.2) Crítica, Curadoria e Preservação

Os estudos articulados às obras de arte e de arquitetura, nos seus contextos originais ou atuais, têm sido um dos grandes desafios teóricos e metodológicos para os especialistas e conservadores, mas também para o grande público que frequenta museus, exposições, sítios e centros históricos. Tais desafios visam fomentar uma complexa compreensão dos valores sociais e culturais, visuais e técnicos, antropológicos e mesmo filosóficos inerentes ou atribuídos à obra de arte, à arquitetura, aos contextos urbanos e rurais preservados. Assim, esta linha de pesquisa prioriza os estudos de obras, acervos e coleções, a literatura artística e a produção crítica e estética, os espaços edificados e os sítios históricos, visando uma abordagem complexa na compreensão dos mais diversos valores sociais, culturais e artísticos das Artes, seus protagonistas e suas instituições. Contempla ainda a história intelectual na produção da historiografia e da crítica da arte brasileira e internacional, contando com acervos de referência importantes disponibilizados na Unicamp, como a coleção especial “Biblioteca Cicognara”, o acervo Alexandre Eulálio e as coleções bibliográficas presentes no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp. 

Bibliografia

APPADURAI, Arjun (org.). A vida social das coisas. As mercadorias sob uma perspectiva cultural. Niterói: Eduff, 2008. 
AVOLESE, Cláudia e MENESES, Patricia D. (orgs.). Arte não-europeia: perspectivas historiográficas a partir do Brasil. São Paulo: Estação Liberdade, 2020. 
BELTING, Hans. O fim da História da Arte. São Paulo: Cosac Naify, 2012. 
CLARK, T. J. Modernismos. São Paulo: Cosac Naify, 2007. 
FOSTER, Hal. O Retorno do Real. São Paulo: UBU, 2017.
GELL, Alfred. Arte e Agência. São Paulo: UBU, 2018.
PANOSKY, Erwin. Estudos de iconologia: temas humanísticos na arte do Renascimento. São Paulo: Estampa, 1995. 
ROCHA-PEIXOTO, Gustavo. A estratégia da aranha ou da possibilidade de um ensino metahistórico em arquitetura. Rio de Janeiro: RioBooks, 2013. 
RYKWERT, Joseph. A coluna dançante. São Paulo: Perspectiva, 2015. 
SANT´ANNA, Márcia. Da cidade-monumento à cidade documento. Salvador: Oiti Editora, 2014. 

Área 2: Dinâmicas e Linguagens Políticas

A área se configura como um coletivo de pesquisas sobre as dinâmicas sociais e a pluralidade de linguagens políticas e se constitui como um lugar de criação e debates sobre a história e o fazer historiográfico, com liberdade diante das tradições teóricas e condutas historiográficas. A política é compreendida em perspectiva transdisciplinar e em suas múltiplas formas de exteriorização em um campo de tensões a ser problematizado a partir dos agentes e das linguagens que o constituem. Historicizam-se as relações entre os sujeitos em suas dimensões sociais, econômicas, políticas e culturais na América, Europa e África, em distintas temporalidades. Ao articular contextos e problemáticas tradicionalmente estudados de forma compartimentada, forma-se um ângulo analítico renovado para o estudo das dinâmicas políticas que coloca em perspectiva crítica a própria historicidade da historiografia, particularmente no que toca ao eurocentrismo. Para tanto, a área constitui cinco campos principais de reflexão: 1) manifestações do pensamento político e religioso cristão (séculos IX- XXI) em situações históricas específicas, as quais se exteriorizam temporalmente na idade média, na modernidade afro-euro-americana e na contemporaneidade: suas matrizes teóricas e os temas imbricados em sua argumentação (igreja, feudalismo, indivíduo, liberdade, poder, trabalho, riqueza, pobreza, revolução, cidadania, desigualdades, Estado); 2) imbricamentos entre práticas políticas (linguagens, governabilidades, deslocamentos, jogos de representação, dimensões simbólicas e utópicas) e práticas culturais (literatura, edição, imprensa, alimentação, fotografia, cinema, ilustrações e mídias), como expressão de correlações entre estética, política e dinâmicas de poder; 3) análise da historiografia brasileira e internacional explorando redes intelectuais, vínculos entre a memória e a história e as relações tecidas entre os conceitos, representações e movimentos sociais; 4) produção do universo urbano pela constituição histórica da cidade, pensada como o lugar simbólico e político da formação do cidadão – o sujeito jurídico de direitos –, como modo pelo qual desenvolve diferentes formas de percepção e apropriação do espaço edificado – público e privado – e como campo de tensões constituído e percebido a partir de várias linguagens e áreas de conhecimento; 5) culturas políticas de indígenas, africanos e seus descendentes e o modo como elas informam relações de poder e suas lutas por direitos em situações de exclusão e marginalização. Tais campos temáticos são articulados em dois eixos principais, cada um deles constituindo uma linha de pesquisa

 

2.1) Historiografia, Espacialidades e Representações

Explorar as diversas formas pelas quais as linguagens políticas se definem e se exteriorizam constitui objetivo central dos temas e campos de pesquisas inscritos na historiografia, nas espacialidades e nas formas de representação discursivas em suas diferentes vertentes teóricas e métodos de tratamento da documentação. Interessa-nos investigar as dimensões políticas, sociais e culturais de diferentes disciplinas, em diversas temporalidades, aqui percebidas no entrecruzamento com as espacialidades, contemplando formas, linguagens e dinâmicas urbanas, literárias e editoriais. Soma-se a essas preocupações um entendimento da importância das transformações do discurso histórico e da disciplina História na esfera pública hodierna. Por conseguinte, também interessa à linha o estudo das diferentes modalidades de publicização do conhecimento histórico por intermédio das mídias e humanidades digitais, entre outras possibilidades, nelas incluídos a formação de redes e os debates intelectuais em escala global. 

2.2) Deslocamentos, Desigualdades e Direitos

A linha congrega pesquisas voltadas ao estudo das desigualdades na África e nas Américas em contextos coloniais e pós-coloniais, com enfoque na constituição de categorias de exclusão e pertencimento no âmbito das relações sociais, culturais, econômicas, políticas e étnico-raciais. O desenvolvimento desta problemática implica o estudo das culturas políticas de sujeitos em situação de exclusão e o modo como elas informam a percepção de seus lugares nas relações sociais e as suas lutas por prerrogativas e direitos políticos frente aos aparatos institucionais dos estados coloniais e do estado-nação. Para tanto, mobiliza-se um referencial bibliográfico que questiona os cânones historiográficos etnocêntricos estritamente atrelados aos marcos do estado-nação, colocando em evidência as dinâmicas políticas constituídas a partir dos trânsitos de pessoas e ideias, particularmente suas diferentes formas de identificação coletiva.

Bibliografia

ANSART, Pierre. A gestão das paixões políticas. Trad. Jacy Seixas. Curitiba: Editora da UFPR, 2019.
BENJAMIN, Walter. Obras escolhidas I [Magia e Técnica, Arte e Política], II [Rua de Mão Única], III [Charles Baudelaire. Um lírico no auge do capitalismo]. São Paulo: Brasiliense, 1985, 1987, 1989.
COOPER, Frederick. Conflito e conexão: repensando a História Colonial da África. Anos 90, Porto Alegre, v. 15, n. 27, 21-73. Julho de 2008. 
DARNTON, Robert. Censores em ação: como os Estados influenciaram a literatura. Trad. Rubens Figueiredo. São Paulo: Companhia das Letras, 2016.
GILROY, Paul. O Atlântico negro: modernidade e dupla consciência. São Paulo; Rio de Janeiro: Editora 34: Universidade Candido Mendes, Centro de Estudos Afro-Asiaticos, 2012.
HUYSSEN, Andreas. Culturas do passado-presente. Rio de Janeiro: Ed. PUC-Rio, 2014.
KOSELLECK, Reinhardt. Futuro passado. Contribuição à semântica dos tempos históricos. Trad. Wilma Maas e Carlos Almeida Pereira. Rio de Janeiro: Contraponto/ed. PUC-Rio, 2006.
MONTEIRO, John. Negros da Terra. Índios e bandeirantes nas origens de São Paulo. São Paulo: Companhia das Letras, 1994.
RANCIÈRE, Jacques. A partilha do sensível: estética e política. Trad. Mônica Costa Netto. São Paulo: EXO experimental org.; Ed. 34, 2005.
TROUILLOT, Michel-Rolphj. Silenciando o passado: poder e a produção da história. Curitiba: Huya, 2016.
 

Área 3: História Social, Diferenças e Conflitos

Esta área estuda a produção das diferenças de classe, raça e gênero ao longo do tempo, buscando entender de que maneira elas atuaram na conformação dos processos de dominação e exploração e como impactaram as identidades e os conflitos entre os diversos sujeitos históricos. As pesquisas enfocam o estudo dos grupos subalternos: suas relações horizontais e verticais de confronto e solidariedade, seus valores e reivindicações, bem como suas formas de atuação. Interessam também aos pesquisadores da área as maneiras pelas quais esses grupos foram vistos e representados por intelectuais, autoridades, patrões e outros agentes com os quais se defrontam em diferentes situações de sua experiência cotidiana. As duas linhas de pesquisa que compõem a área estão conectadas, enfatizando temáticas específicas no interior destas questões mais amplas.  

3.1) Mundos do Trabalho na Escravidão e na Liberdade

A linha tem como tema principal a experiência dos trabalhadores na escravidão e na liberdade, problematizando as fronteiras entre as várias formas de compulsão ao trabalho. As pesquisas analisam as relações entre os trabalhadores e outros sujeitos sociais (senhores, patrões, autoridades), suas formas de organização e atuação (irmandades, associações, clubes, sindicatos, partidos), lutas e movimentos sociais (quilombos, revoltas, insurreições, paralisações), modos de vida e cotidiano (habitação, saúde, lazer, religião, instrução, alimentação), valores e concepções (tradições, costumes, crenças, ideologias, utopias), embates nas arenas legais e judiciais, produção cultural e intelectual (imprensa, teatro, literatura, memórias).

3.2) África e Diáspora Africana

Esta linha estuda a formação de sociedades, culturas e identidades na África e na diáspora africana nas Américas, suas transformações e as conexões estabelecidas no mundo atlântico. As pesquisas conduzidas pelos integrantes da linha englobam o estudo da religiosidade de africanos e afro-descendentes (cultos africanos de aflição, cristianismo, candomblé, umbanda); das identidades africanas e diaspóricas (sociais, políticas, de gênero); das diferentes formas de exploração do trabalho africano (escravizado, forçado, assalariado); da construção de representações da África e dos africanos na diáspora (em relatos de viagens, memórias, literatura); das variadas formas de lutas na África e nas Américas (fuga, quilombo, insurreição, movimentos de independência); da análise do direito consuetudinário e positivo (costumes, leis coloniais, constituições); e da construção do racismo e da racialização nas sociedades africanas e diaspóricas. Interessa ainda o estudo da formação de redes políticas e intelectuais de contestação aos estados coloniais, suas relações com os movimentos de libertação nacional e com as lutas sociais pós-independência.

Bibliografia


COOPER, Frederick. História de África: Capitalismo, Modernidade e Globalização. Lisboa: Edições 70, 2016.
HOBSBAWM, Eric. Mundos do trabalho: Novos Estudos Sobre a História Operária [1984]. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.  
ISAACMAN, Allen; ISAACMAN, Barbara. A ilusão do desenvolvimento. Cahora Bassa e a História de Moçambique [2013]. Lisboa: Outro modo/Cooperativa Editorial, 2019.
LINEBAUGH, Peter;  REDIKER, Marcus. A hidra de muitas cabeças: marinheiros, plebeus e a história oculta do Atlântico revolucionário [2000] São Paulo: Companhia das Letras, 2008.
REIS, João José. Rebelião escrava no Brasil: a história do levante dos Malês. [1986]. Ed. revista e ampliada. São Paulo: Companhia das letras, 2005.
SCOTT, Rebecca; HÉBRARD, Jean M. Provas de liberdade: uma odisseia atlântica na era da emancipação [2012]. Campinas: Editora da UNICAMP, 2014.  
THOMPSON, Edward P. Costumes em Comum: estudos sobre a cultura popular tradicional [1991]. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. 
__________ Formação da classe operária. 3 volumes [1963]. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
THORNTON, JOHN. A África e os africanos na formação do mundo atlântico 1400-1800 [1992]. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.   
TROUILLOT, Michel-Rolph. Silenciando o passado: poder e a produção da história [1995]. Curitiba: Editora Huya, 2016.
 

Área 4: Cultura, Memória e Visualidades

Esta área de concentração dedica-se à produção do conhecimento histórico em suas temáticas e múltiplas temporalidades, considerando a memória, as visualidades e a cultura como dimensões constitutivas do social. As perspectivas teórico-metodológicas contempladas incluem as transformações do campo historiográfico (conexões, trânsitos, descontinuidades), a pluralidade de perspectivas (Estudos Visuais, Estudos em Patrimônio e em Arqueologia Pública, História Cultural, Intelectual e Ambiental), a interdisciplinaridade em campos como memória, estudos das imagens, subjetividades, gênero, discursos, narrativas e a incorporação de repertórios que problematizam o saber histórico e seus sentidos no mundo contemporâneo. A área considera a potência transformadora da análise historiográfica, reconhecendo que o trabalho dos historiadores e historiadoras é marcado por suas subjetividades, pelo olhar crítico em relação às fontes e às tradições historiográficas, pelas formas de escrita da História e pela historicização dos acontecimentos.

 

4.1) Gênero, Subjetividade e Cultura Material

Esta linha de pesquisa aborda temas e problematiza questões ligadas à produção da subjetividade, à sexualidade, aos feminismos e ao meio ambiente, na perspectiva da História Cultural, da expressão artística e da cultura material. Investiga as formas históricas de manifestação do poder e dos contrapoderes, articulando-as aos conceitos de classe, gênero, etnia e raça como construções sociais. Promove reflexões sobre a historicidade das culturas e de nosso próprio presente, em suas múltiplas camadas temporais e espaciais, como nas análises críticas do neoliberalismo, dos colapsos e crises socioambientais, assim como na investigação das rupturas, insurgências e contracondutas nas práticas coletivas e individuais. Trabalha com a Cultura Material, considerada como um novo campo de investigação histórica, útil para os estudos sobre a Antiguidade Clássica, assim como para os relativos à Modernidade e à Pós-Modernidade. Propõe reflexões sobre a contemporaneidade, entendida como fase de crise do capitalismo, incorporando, por um lado, a crítica da representação e da função mediadora das imagens, e por outro, a crítica do trabalho e da socialização do valor. Desenvolve e incentiva pesquisas históricas sobre cultura material, movimentos sociais, culturais e políticos radicais dos séculos XX e XXI, poéticas e práticas feministas, estudos sobre contracultura e também sobre os processos históricos de degradação e regressão socioambiental que vêm se acelerando notadamente no último meio século.

4.2) Visualidades, Políticas de Memória e Questões do Contemporâneo

A linha, em sua multiplicidade, propõe abordagens historiográficas a partir de temáticas que expressem as mobilidades representacionais da história contemporânea e do tempo presente. As pesquisas históricas têm incorporado discussões, procedimentos e proposições que reafirmam a função política, social e cultural da escrita da História e seu potencial crítico no debate público. Desnaturalizar discursos, questionar legitimações e institucionalidades, compreender e criticar dinâmicas de silenciamentos e invisibilidades, indagar sobre sujeitos, vozes e perspectivas são princípios básicos do conhecimento histórico praticado nesta linha. Dentre seus campos de atuação, investiga as relações entre políticas de memória, os esquecimentos, apagamentos  e ressignificações, buscando compreender o ato da preservação -  e da destruição - como ligados a práticas, instituições, atores, usos e embates sobre as materialidades e as dimensões intangíveis dos bens culturais, seja no campo dos estudos sobre o patrimônio, seja no campo dos estudos visuais, na dimensão da história intelectual e cultural, nos estudos sobre as paisagens e na conformação sobre os espaços públicos e a domesticidade. Tais procedimentos são configurados por governabilidades, perpassadas por instituições, comunidades, construção de subjetividades, debates intelectuais, protocolos e sanções de valores e significados, desejos e convencimentos. Essa condensação de sentidos nas imagens, nas políticas de memória, nos patrimônios e debates intelectuais instiga a história e enreda-se a um jogo de temporalidades e de dinâmicas locais, regionais e globais. As questões do contemporâneo ultrapassam o marco cronológico e remetem à compreensão de temas e lógicas espaço-temporais que incluem o tempo presente, os fluxos e interconexões que envolvem temas clássicos, assimetrias, homogeneizações e desdobramentos de experiências singulares e coletivas em escalas múltiplas. Trata-se de observar como se articulam relações temporais, das quais o presente deriva e participa, propiciando o estudo das temporalidades históricas e seus agenciamentos. Os temas desta linha de pesquisa envolvem a dimensão social das práticas intelectuais, das representações visuais historicamente constituídas e a reflexão sobre as plurais manifestações dos patrimônios. Busca-se compreender as estratégias de memória, a historicidade dos conceitos e a construção da paisagem e percursos intelectuais, visuais, sociais, políticos e culturais.

Bibliografia

ALLOA, Emmanuel (org.). Pensar a Imagem. Belo Horizonte: Autêntica, 2017.
ALTAMIRANO, Carlos e MYERS, Jorge. Historia de los intelectuales en America Latina. Buenos Aires: Katz Editores, 2008.
BAXANDALL, Michael. Padrões de intenção. São Paulo: Cia das Letras, 2006. 
CARVALHO, Aline e MENEGUELLO, Cristina (orgs.). Dicionário Temático de Patrimônio. Campinas: Ed. da Unicamp, 2020.
DEBORD, Guy. A sociedade do espetáculo (1967) - Comentários sobre a sociedade do espetáculo (1988), RJ: Contraponto, 1997.
FOUCAULT, Michel. História da Sexualidade I: A vontade de saber. Trad. Maria Thereza da Costa Albuquerque e J.A. Guilhon Albuquerque. Rio de Janeiro, Edições Graal, 2007. (16ª ed.).
HOLLANDA, Heloísa (org.). Pensamento feminista brasileiro: formação e contexto. Rio de Janeiro: Bazar do tempo, 2019. 
MARQUES, Luiz. Capitalismo e colapso ambiental. 3ª ed. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2018.
RICOUER, Paul. A história, a memória, o esquecimento. Campinas: Ed. da Unicamp, 2007.
VEYNE, Paul. Como se escreve a história. Foucault revoluciona a história. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1982.

Bibliografia

ANSART, Pierre. A gestão das paixões políticas. Trad. Jacy Seixas. Curitiba: Editora da UFPR, 2019.
BENJAMIN, Walter. Obras escolhidas I [Magia e Técnica, Arte e Política], II [Rua de Mão Única], III [Charles Baudelaire. Um lírico no auge do capitalismo]. São Paulo: Brasiliense, 1985, 1987, 1989.
COOPER, Frederick. Conflito e conexão: repensando a História Colonial da África. Anos 90, Porto Alegre, v. 15, n. 27, 21-73. Julho de 2008. 
DARNTON, Robert. Censores em ação: como os Estados influenciaram a literatura. Trad. Rubens Figueiredo. São Paulo: Companhia das Letras, 2016.
GILROY, Paul. O Atlântico negro: modernidade e dupla consciência. São Paulo; Rio de Janeiro: Editora 34: Universidade Candido Mendes, Centro de Estudos Afro-Asiaticos, 2012.
HUYSSEN, Andreas. Culturas do passado-presente. Rio de Janeiro: Ed. PUC-Rio, 2014.
KOSELLECK, Reinhardt. Futuro passado. Contribuição à semântica dos tempos históricos. Trad. Wilma Maas e Carlos Almeida Pereira. Rio de Janeiro: Contraponto/ed. PUC-Rio, 2006.
MONTEIRO, John. Negros da Terra. Índios e bandeirantes nas origens de São Paulo. São Paulo: Companhia das Letras, 1994.
RANCIÈRE, Jacques. A partilha do sensível: estética e política. Trad. Mônica Costa Netto. São Paulo: EXO experimental org.; Ed. 34, 2005.
TROUILLOT, Michel-Rolphj. Silenciando o passado: poder e a produção da história. Curitiba: Huya, 2016.
 

Bibliografia


COOPER, Frederick. História de África: Capitalismo, Modernidade e Globalização. Lisboa: Edições 70, 2016.
HOBSBAWM, Eric. Mundos do trabalho: Novos Estudos Sobre a História Operária [1984]. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.  
ISAACMAN, Allen; ISAACMAN, Barbara. A ilusão do desenvolvimento. Cahora Bassa e a História de Moçambique [2013]. Lisboa: Outro modo/Cooperativa Editorial, 2019.
LINEBAUGH, Peter;  REDIKER, Marcus. A hidra de muitas cabeças: marinheiros, plebeus e a história oculta do Atlântico revolucionário [2000] São Paulo: Companhia das Letras, 2008.
REIS, João José. Rebelião escrava no Brasil: a história do levante dos Malês. [1986]. Ed. revista e ampliada. São Paulo: Companhia das letras, 2005.
SCOTT, Rebecca; HÉBRARD, Jean M. Provas de liberdade: uma odisseia atlântica na era da emancipação [2012]. Campinas: Editora da UNICAMP, 2014.  
THOMPSON, Edward P. Costumes em Comum: estudos sobre a cultura popular tradicional [1991]. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. 
__________ Formação da classe operária. 3 volumes [1963]. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
THORNTON, JOHN. A África e os africanos na formação do mundo atlântico 1400-1800 [1992]. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.   
TROUILLOT, Michel-Rolph. Silenciando o passado: poder e a produção da história [1995]. Curitiba: Editora Huya, 2016.
 

Bibliografia

APPADURAI, Arjun (org.). A vida social das coisas. As mercadorias sob uma perspectiva cultural. Niterói: Eduff, 2008. 
AVOLESE, Cláudia e MENESES, Patricia D. (orgs.). Arte não-europeia: perspectivas historiográficas a partir do Brasil. São Paulo: Estação Liberdade, 2020. 
BELTING, Hans. O fim da História da Arte. São Paulo: Cosac Naify, 2012. 
CLARK, T. J. Modernismos. São Paulo: Cosac Naify, 2007. 
FOSTER, Hal. O Retorno do Real. São Paulo: UBU, 2017.
GELL, Alfred. Arte e Agência. São Paulo: UBU, 2018.
PANOSKY, Erwin. Estudos de iconologia: temas humanísticos na arte do Renascimento. São Paulo: Estampa, 1995. 
ROCHA-PEIXOTO, Gustavo. A estratégia da aranha ou da possibilidade de um ensino metahistórico em arquitetura. Rio de Janeiro: RioBooks, 2013. 
RYKWERT, Joseph. A coluna dançante. São Paulo: Perspectiva, 2015. 
SANT´ANNA, Márcia. Da cidade-monumento à cidade documento. Salvador: Oiti Editora, 2014. 

Bibliografia

ALLOA, Emmanuel (org.). Pensar a Imagem. Belo Horizonte: Autêntica, 2017.
ALTAMIRANO, Carlos e MYERS, Jorge. Historia de los intelectuales en America Latina. Buenos Aires: Katz Editores, 2008.
BAXANDALL, Michael. Padrões de intenção. São Paulo: Cia das Letras, 2006. 
CARVALHO, Aline e MENEGUELLO, Cristina (orgs.). Dicionário Temático de Patrimônio. Campinas: Ed. da Unicamp, 2020.
DEBORD, Guy. A sociedade do espetáculo (1967) - Comentários sobre a sociedade do espetáculo (1988), RJ: Contraponto, 1997.
FOUCAULT, Michel. História da Sexualidade I: A vontade de saber. Trad. Maria Thereza da Costa Albuquerque e J.A. Guilhon Albuquerque. Rio de Janeiro, Edições Graal, 2007. (16ª ed.).
HOLLANDA, Heloísa (org.). Pensamento feminista brasileiro: formação e contexto. Rio de Janeiro: Bazar do tempo, 2019. 
MARQUES, Luiz. Capitalismo e colapso ambiental. 3ª ed. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2018.
RICOUER, Paul. A história, a memória, o esquecimento. Campinas: Ed. da Unicamp, 2007.
VEYNE, Paul. Como se escreve a história. Foucault revoluciona a história. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1982.

Demografia e Etnias
Demografia e Políticas Sociais
Dinâmica Demográfica e Políticas Sociais
Estudo de Patrimônio e Memória

Esta linha é dedicada à reflexão crítica sobre práticas sociais, políticas e profissionais relativas ao ‘patrimônio cultural’ e à ‘memória social’, contemplando questões de natureza teórica, metodológica e ética pertinentes a ambas e a cada uma dessas subáreas temáticas.

A proposta tem como foco disciplinar as Ciências Sociais. Reconhecendo a heterogeneidade de seus objetos de pesquisa, ela abarca temas transversais, entre os quais se destacam as articulações entre patrimônio, memória e assuntos como os seguintes, entre outros:

  • construção, reconfiguração ou consolidação de socialidades, identidades, territorialidades, sentimentos de pertencimento e cidadania
  • processos socioculturais associados a situações de pobreza, conflito, guerra, impactos ambientais e à sua superação
  • implementação e avaliação de políticas culturais e socioambientais

Os estudos sobre Patrimônio Cultural e Memória ressurgem contemporaneamente como matéria de controvérsia política e debate acadêmico inovador, em um ambiente em que a reflexão é enriquecida pelas sólidas contribuições tradicionalmente oferecidas pela história, arquitetura e urbanismo, arqueologia, artes, museologia, educação e estudos jurídicos que passam, elas também, por importante mudança.

Esta é uma linha de atuação profissional e política bastante consolidada, envolvendo a elaboração de laudos, assim como trabalhos de consultoria junto a organizações da sociedade civil ou em agências responsáveis pela criação e implementação de políticas públicas. Desta forma, são acolhidos projetos de orientação prática da mesma forma que estudos de cunho acadêmico sobre preservação e salvaguarda de patrimônio material e imaterial, relação entre direitos culturais e territoriais, entre vários outros.

Disciplinas de Fundamento.

I. Formação da área de estudos sobre patrimônio e memória nas ciências sociais e disciplinas afins.

II. Debates contemporâneos, onde serão focalizadas questões conceituais, metodológicas e éticas de interesse para a problemática atualmente pesquisada e para a inovação na área.

Estudos das Relações China-Brasil

Esta área foi criada no primeiro semestre de 2012 com a proposta de desenvolver uma abordagem interdisciplinar ao estudo das relações entre a China e o Brasil. De maneira imprevista, as relações com a China passaram a ocupar um lugar central no processo de alteração da posição do Brasil no mundo, e também hoje se fala cada vez mais no fenômeno BRICS. O Brasil se encontra despreparado para esta mudança e a fundação desta área, fruto do trabalho de seus docentes no grupo de estudos Brasil-China do Centro de Estudos Avançados da Unicamp visa contribuir a alterar esta situação. A área combina perspectivas desenvolvidas nas seguintes áreas de atuação: economia, sociologia, relações internacionais, estudos do meio ambiente e inovação.

Os docentes desta área se organizam a partir dos seguintes temas:

  • Globalização cultural
  • Globalização econômica
  • Transformações de relações internacionais e supranacionais
  • Meio Ambiente – política comparada
  • Inovação – política e desenvolvimento em termos comparados
  • Federalismo e formas de governo em perspectiva comparada

Ademais, já no ano de 2012, esta área contou com 5 projetos de pesquisa em temas intimamente associados às linhas de investigação elencadas acima.

  • Sociologia da juventude nos países BRICS
  • Valores, projetos e estilos de vida de jovens universitários chineses e brasileiros
  • Dimensões da Política Ambiental China-Brasil
  • Federalismo – ótica comparada

É importante frisar que essa área mantém uma rica interlocução e parceria com vários órgãos da Unicamp, como os Institutos de Ensino e Pesquisa de Economia (IE), de Geociências (IG) e de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH), destaca-se a interlocução com o Centro de Estudos Avançados (CEAv). Dentro do IFCH mantém uma interlocução permanente e parceria com o Centro de Estudos de Opinião Pública (CESOP) e com o Núcleo de Estudos e Pesquisas Ambientais (NEPAM). No plano internacional existem relações pessoais e/ou institucionais como: Centre for Advanced Studies in the Humanities – University of Fudan; Institute of Sociology -Chinese Academy of Social Sciences; Center for the Study of Contemporary China - University of Peking, entre outros.

Centro ou Núcleo associado:

Grupo de Estudos Brasil-China

Estudos de Gênero

Criada em 1993, como área de Família e Relações de Gênero e a partir de 2004 com a denominação de Estudos de Gênero, esta linha de pesquisa dedica-se à compreensão dos variados aspectos das relações envolvendo gênero na vida social. A linha procura fornecer instrumentos para o refinamento teórico e metodológico das pesquisas nesse campo, a partir de uma perspectiva interdisciplinar, visando à formação discente e à constituição de grupos de pesquisa. A linha tem concentrado esforços em dar inteligibilidade às articulações entre gênero e outras categorias de diferenciação, levando também em conta as interfaces entre gênero e variadas manifestações presentes no mundo social.

Os cursos e as pesquisas em andamento estão organizados em torno das seguintes temáticas:

  • Corporalidades, Ciência & Tecnologia;
  • Sexualidade: erotismo, pornografia, mercados do sexo, trabalho sexual, diversidade sexual, políticas sexuais, tecnologias reprodutivas;
  • Curso da vida, gerações e cuidado;
  • Produção Cultural: produção artística; mídia;
  • Violência; práticas jurídicas; Instituições penitenciárias; tráfico de pessoas
  • Relações familiares: conjugalidade; parentalidade; parentesco;
  • Intimidade; relacionamentos amorosos;
  • Feminismo, arenas de agenciamento e ação política;
  • Relações de trabalho;
  • Migração, mobilidades e transnacionalidade;
  • Estado, Direitos Humanos, Comissão da Verdade e Desaparecidos Políticos.

Importante mencionar que essa linha mantém uma rica interlocução e parceria com centros e núcleos de pesquisa da universidade, em particular, com o Núcleo de Estudos de Gênero Pagu (PAGU/Unicamp). 

Centro ou Núcleo associado:

Núcleo de Estudos de Gênero - PAGU

Estudos de População
Demografia e Etnias
Demografia e Políticas Sociais
Família, Gênero e População
Métodos Demográficos
População e Saúde
Saúde Reprodutiva e Sexualidade
Estudos Sobre Cidade

Criada em 2015, esta área tem por objetivo investigar a vida social nos meios urbanos contemporâneos. Para tanto, oferece como ensino da pesquisa em ciências sociais tanto temáticas atuais (território, desigualdade, migração, política, violência, religião, entre outros) como a possibilidade de conhecimento e articulação de metodologias de caráter quantitativo e qualitativo.

I Ementa das Disciplinas de Fundamento:

- A cidade e sua dinâmica sócio-demografica

A disciplina pretende desenvolver uma reflexão teórica-metodológica sobre aspectos relativos à produção das cidades, bem como suas contra partidas sócio-demográficas, particularmente o processo de redistribuição e diferenciação sócio espacial da população. Nesse sentido, pretende-se não apenas apresentar diferentes visões teóricas e metodológicas sobre o estudo do fenômeno urbano, mas também abordar questões sócio-demográficas decorrentes do processo de urbanização com atenção a elementos técnicas e fonte de dados.

- Etnografias Urbanas

A proposta desta disciplina tem duplo objetivo, um teórico e outro metodológico. Em primeiro lugar, oferecer ao aluno a trajetória do objeto cidade nas teorias das ciências sociais: da Escola de Chicago aos debates mais contemporâneos. Em segundo, aprofundar a reflexão teórica sobre o método etnográfico a partir de leituras de etnografias em meio urbanos.

ETNOLOGIAS

Esta linha cobre a etnologia em um sentido amplo e plural, desde os campos do americanismo (com ênfase nas Terras Baixas da América do Sul) e do africanismo,  até o campo daquelas populações que, historicamente invisibilizadas ou abordadas como “campesinato”, reivindicam reconhecimento tendo como referência suas particularidades étnicas e cosmológicas, como as populações afroamericanas (quilombos, palenques, cimarrones) e os chamados povos tradicionais. Os interesses da linha podem ser distribuídos por quatro grandes campos interconectados: A) a análise de discurso, cosmologia e religião, estética, mitologia e ritual, gênero, parentesco e organização social; B) a sociogênese e micro-história social desses coletivos, suas concepções de história e memória, e o desenvolvimento das políticas públicas específicas para esses segmentos, como o indigenismo; C) as questões relativas às formas de espacialização e territorialização, mobilidade, sobreposições territoriais, concepções da natureza e gestão de recursos e, finalmente, os embates relativos a terras, sua regularização fundiária e a relação com o Estado; e D) as organizações políticas contemporâneas de caráter étnico, debates sobre as formas oficiais de reconhecimento nos campos da saúde, educação, assim como as novas formas de protagonismo nas artes, museus e nas próprias ciências humanas e sociais.

Sub-Linhas:

  • Estudos Ameríndios
  • Estudos Afro-Orientais
  • Estudos Afroamericanos e Quilombos
  • Campesinato e populações tradicionais

 

Família, Gênero e População
GÊNERO, DIFERENÇAS, CORPORALIDADES

Esta linha contempla estudos que articulam a problemática de gênero às expressões, experiências e práticas sociais, culturais e políticas. Seu objetivo geral é fornecer instrumentos para o refinamento teórico e metodológico, levando em conta as conexões entre gênero e outras categorias de diferenciação, tais como idade, raça, etnia, classe social e sexualidade. Os professores da Linha abordam os seguintes temas de pesquisa: processos de subjetivação e arenas de agenciamento; processos de racialização e racismos; envelhecimento e geração; parentesco, conjugalidade, relacionamentos amorosos e tecnologias reprodutivas; erotismos; economias sexuais e trabalho sexual; ciência e tecnologia; produção cultural e artística; mídia, mercado e consumo; instituições prisionais e tráfico de pessoas; transnacionalidade, migração e refúgio. As sub-linhas de pesquisa, permeadas pela preocupação com a defesa dos direitos humanos, são as seguintes:

  • Feminismos, políticas sexuais e sexualidades
  • Gênero, produção de conhecimento e/ou produção cultural
  • Corporalidades, envelhecimento e curso da vida, processos de racialização
  • Parentesco, relações amorosas, intimidade e cuidado  
  • Estado, violência, práticas jurídicas, instituições prisionais e segurança
  • Mobilidades, transnacionalização, migrações, refúgio, tráfico de pessoas
História da Filosofia

Descrição: Orientada pelos temas e problemas que caracterizam as quatro épocas canônicas da História da Filosofia, esta linha de pesquisa abrange os segmentos:

  • a) História da Filosofia Antiga, dedicada a autores clássicos da Filosofia Grega e se destina a investigar, com o auxílio da análise filológica do texto grego, os temas filosóficos fundamentais em torno dos quais se organiza a filosofia do período;
  • b) História da Filosofia Medieval, tendo como fio condutor a recepção e a incorporação dos clássicos da antiguidade filosófica, percorrem-se autores, escolas ou temas do período denominado "Idade Média" (séc. V-XIV) ligados à escolástica patrística, às filosofias árabes e judias e ao pensamento bizantino;
  • c) História da Filosofia Moderna, compreende os séculos XVII e XVIII e visa enfeixar os autores que iniciam a tradição racionalista continental e o empirismo britânico, os Enciclopedistas, Kant e os filósofos do Idealismo Alemão e,
  • d) História da Filosofia Contemporânea, as mais diversas linhas contemporâneas da filosofia modulam cada qual a seu modo a idéia de que o sujeito pensante está imerso em uma multiplicidade de condições que o determinam, havendo nelas, ao mesmo tempo, uma proliferação da procura de saídas, segundo o mote da superação da metafísica, fio condutor mais geral destas pesquisas.
Linha 1 - Movimentos sociais, trabalho e participação política

TEMAS DE PESQUISA:

  • Participação e controle social
  • Transformações do mundo do trabalho, sindicalismo e classes sociais
  • Movimentos sociais e protestos
  • Reconfigurações do ativismo e mídias digitais 

Esta linha se dedica aos estudos teóricos e empíricos sobre conflitos sociais e mudança política, a partir de três grandes eixos de investigação: 1)reflexão sobre as mudanças do mundo do trabalho e seus impactos sobre a organização dos trabalhadores, relações de classe, legislação trabalhista e sindicalismo; 2) análise das reconfigurações do ativismo contemporâneo, à direita e à esquerda, com ênfase sobre movimentos sociais, protestos e ativismos digitais; 3) estudos sobre a participação e o controle social. 

Linha 2 - Democracia e instituições políticas

TEMAS DE PESQUISA:

  • Regimes democráticos e processos de democratização
  • Partidos e representação política
  • Comportamento eleitoral a opinião pública
  • Políticas públicas
  • Estudos legislativos

Esta linha compreende estudos teóricos e empíricos sobre a organização e o funcionamento de regimes democráticos e suas instituições, enfatizando os processos de construção democrática e os impasses ao seu funcionamento colocados pela sociedade contemporânea. Aborda reflexões sobre a representação política, os estudos sobre competição, partidos e eleições, a investigação sobre a produção de políticas públicas e o funcionamento do poder legislativo e das suas relações com outros poderes.

Linha 3 - Estado e regimes políticos

TEMAS DE PESQUISA:

  • Direitos humanos e regimes constitucionais
  • Estado e classes sociais
  • Estado e desenvolvimento econômico
  • Regimes políticos e econômicos internacionais
  • Violência, segurança e mobilizações do direito

Esta linha de pesquisa se dedica a estudos teóricos e empíricos sobre o Estado e os diferentes regimes políticos de sua conformação histórica, a partir de três perspectivas: (a) a da relação entre Estado e capitalismo; (b) a da relação entre regimes políticos nacionais e internacionais; e (c) a da relação entre Estado, direito e direitos humanos. 

Linha 4 - Teoria e pensamento político

TEMAS DE PESQUISA:

  • História do pensamento político
  • Pensamento político contemporâneo
  • Pensamento constitucional
  • Teoria política 

Esta linha de pesquisa tem por escopo as principais correntes,tradições, obras e autores do pensamento político moderno e contemporâneo, abrangendo pesquisas em história das ideias políticas, teoria política contemporânea e pensamento constitucional. Além do estudo das obras de autores clássicos, a linha de pesquisa também abarca investigações sobre correntes teóricas, ideologias e discursos políticos em sentido mais amplo, tais como: liberalismo, conservadorismo, republicanismo, marxismo, nacionalismo, populismo e facismo.

 

Lógica

Descrição: Investigação sistemática das formulações lógicas contemporâneas em sua pluralidade, segundo o fio condutor de suas possíveis combinações produtivas, esta linha abrange os segmentos:

  • a) Lógicas Não-Clássicas, dedicada à investigação dos diversos aspectos conceituais das lógicas polivalentes paraconsistentes, subestruturais, modais e outros sistemas de lógicas ditas "não-clássicas", procurando encontrar inter-relações entre diferentes tipos de lógicas (utilizando-se, por exemplo, traduções entre sistemas lógicos), assim como a definição de sistemas de prova e semânticas adequadas, e,
  • b) Semânticas Formais, dedicada à investigação e proposta de semânticas formais (semânticas de traduções possíveis, semânticas de mundos possíveis, semânticas de valorações e fibrilações) apropriadas para lógicas de características heterogêneas. Estes estudos incluem aspectos algébricos e da teoria da categoria. Um dos objetivos do desenvolvimento de semânticas gerais é a sua aplicação na teoria de combinações entre lógicas.
Métodos Demográficos
Modos de conhecimento e suas expressões: Experiências e Trajetória

Criada em 1985 – então com o nome Itinerários Intelectuais e Etnografia do Saber-, esta linha de pesquisa tem se dedicado à formação e à pesquisa com conhecimentos científicos e não científicos, do ponto de vista de seus praticantes, da temporalidade das suas práticas, relações e concepções, e da configuração desses saberes como diferenças. Pioneira em pesquisas com etnografia da ciência e do conhecimento, trajetórias intelectuais, narrativas biográficas e etnográficas, esta linha tem como objetivo a invenção teórica e a experimentação metodológica, promovendo pesquisas não disciplinares com: 1) práticas e experiências que compõem diferentes modos de conhecimento; 2) procedimentos, técnicas, linguagens e materiais envolvidos em seus modos de expressão ou, em sentido amplo, suas grafias.

Eixos temáticos:

- Conhecimento, experiência e suas grafias: trata-se neste eixo temático de estimular pesquisas que se situem nos seguintes  âmbitos: (1) o do estatuto da descrição e das narrativas em diferentes estéticas e combinadas grafias compreendendo (auto)biografias, etnografias, diários, relatos de viagem, coleções e acervos; (2) os dispositivos, narrações, estética e tecnologias de vida e morte. 

- Conhecimentos e suas expressões: reflete sobre os modos de percepção, de compreensão e simbolização do mundo e da vida por meio das suas expressões narrativas, ficcionais, não-ficcionais e/ou híbridas, produções em imagem, em som e/ou em audiovisual, bem como realizações no âmbito de novas artemídias.

- Imagens, grafias e formas expressivas: este eixo temático incorpora pesquisas que combinam em seus temas experiências metodológicas capazes de potencializar os modos de conhecimentos. As proposições teóricas e de pesquisa deste eixo situam-se nos desafios conceituais de deslocamento das fronteiras entre a escrita, as imagens, o sonoro e os artefatos sob diversos suportes e/ou linguagens, e na criação de intersecções, montagens e combinações como potencialidades heurísticas e modos expressivos de conhecimento.

- Estudos socioantropológicos sobre as (tecno)ciências: incorpora pesquisas que tenham como enfoque os agenciamentos entre as ciências contemporâneas, suas áreas e temáticas diversas (tecnologias, comunicação, corpo, saúde, ambiente). Problematiza os paradigmas de desenvolvimento e inovação tecnológica no contexto do capitalismo, bem como as práticas sociais diversas que (re)produzem desigualdades sociais em articulação com o Estado e o mercado. As proposições teóricas e políticas desse eixo se inspiram em práticas de produção de um conhecimento situado e comprometido com a descolonização do pensamento e das formas de agir e existir no mundo.

- Artes de viver no Antropoceno: acolhe pesquisas engajadas com novas práticas de pensamento, processos contemporâneos de subjetivação, composições e modos de existência que se afirmam diante do esgotamento do antropocentrismo. Interessa-se pelas materialidades implicadas nas alianças cosmopolíticas e zonas críticas entre mundos humanos, animais, vegetais, minerais, sobrenaturais e digitais - entre artes, ciências, filosofias e tecnologias. Busca trabalhar com pesquisas que promovam encontros entre diferenças, e que exigem das Ciências Sociais a experimentação com novas maneiras de pesquisar, imaginar e escrever.

Centro ou Núcleo associado:

LA’GRIMA - Laboratório Antropológico de Grafia e Imagem 

Labirinto - Laboratório de Estudos Socioantropológicos sobre Tecnologias da Vida – Labjor/Nudecri 

LIC – Laboratório de Imagem Científica

Genecine – Grupo de estudos sobre gêneros cinematográficos e audiovisuais

Pensamento Ético-Político

Descrição: Investigação sistemática de temas clássicos de filosofia prática em registro sincrônico e diacrônico e tendo como pontos de fuga as relações entre ética e política e sua referência à categoria de Estado, esta linha abrange os segmentos:

  • a) Teoria do Estado, do Direito e da Democracia, tomando como ponto de partida os conceitos de soberania popular e de representação como categorias fundantes da Democracia contemporânea, pretende-se examinar as contradições complementaridades entre estas categorias, incluída aí a referência ao estatuto dos direitos humanos. Esse é o pano de fundo a partir do qual se procede à revisão das doutrinas democrático-liberais;
  • b) Ética e Filosofia Política, o tema clássico e sempre presente das relações entre Ética e Política é enfeixado aqui pela reatualização da filosofia prática nos debates da esfera pública, permitindo que o estudo histórico-filosófico dessa categoria torne-se poroso relativamente às discussões do presente histórico.
População e Saúde
Processos Sociais, Identidades e Representações do Mundo Rural

Estabelecida em 1985 com o nome de "Agricultura e Questão Agrária", e reformulada com o nome atual em 2001, esta área está voltada para o estudo dos processos sociais em curso no mundo rural, para as suas representações e para as raízes agrárias no pensamento social. Volta-se também para o estudo da questão agrária e da problemática das populações rurais e os povos tradicionais do campo, sua diversidade e suas transformações. O interesse da linha de pesquisa recai sobre as suas formas de sociabilidade, instituições, mobilizações, identidades, usos e modos de apropriação da terra e de outros recursos naturais. É importante mencionar que esta área mantém uma rica interlocução e parceria com centros e núcleos de pesquisa da universidade, em particular, com o Centro de Estudos Rurais (CERES), com o Núcleo de Estudos e Pesquisas Ambientais (NEPAM) e com o Centro de Estudos e Pesquisas em Etnologia indígena (CEPEI).  

Os cursos e as pesquisas em andamento estão organizados em torno das seguintes temáticas :

  • Processos identitários e territoriais
  • Modos de produção e apropriação do território
  • Produção social de demandas e direitos
  • Estado e políticas públicas
  • Movimentos sociais rurais
  • Questão agrária e ciências sociais
  • Migração e deslocamentos no mundo rural
  • Questões ambientais e mundo rural 
Centro ou Núcleo associado:

Centro de Estudos Rurais - CERES

Programa Ambiente e Sociedade
1. Biodiversidade, serviços ecossistêmicos e bem-estar humano

Temas de pesquisa:

 • Levantamento, monitoramento e manejo de fauna e flora

• Efetividade e manejo de áreas protegidas

• Uso e cobertura da terra: ecologia da paisagem

• Modelagem ambiental

• Agropecuária, segurança alimentar e sustentabilidade

• Provisão, uso e valoração de serviços ecossistêmicos e contribuições da natureza às pessoas

• Saúde humana e meio ambiente

• Sinergias entre biodiversidade e mudanças ambientais globais

2. Mudanças climáticas e conflitos ambientais

Temas de pesquisa:

• Riscos e vulnerabilidade às mudanças climáticas e eventos extremos

• Mitigação e adaptação às mudanças climáticas

• Impactos da produção mineral e energética

• Uso e cobertura da terra: relações com mudanças do clima

• Justiça social e ambiental

• Igualdade e meio ambiente

• Política climática e ambiental

• Dinâmica demográfica

3. Ciência transformativa para sustentabilidade

Temas de pesquisa:

• Soluções baseadas na natureza

• Infraestrutura e planejamento urbano e rural

• Poluição e saneamento

• Turismo sustentável

• Energias limpas

• Consumo e produção responsáveis

• Bioeconomia

• Cultura, patrimônio e meio ambiente

• Uso e acesso aos recursos naturais

• Governança transformativa.

Programa de Antropologia
ANTROPOLOGIA E ETNOGRAFIA DO CONHECIMENTO

Aberta à pluralidade das formas pelas quais o conhecimento é produzido e objetivado, esta linha congrega pesquisas sobre sistemas de pensamento e práticas sociais. A diversidade dos temas abrangidos inclui bens materiais e imateriais; propriedade intelectual e saberes tradicionais; regimes patrimoniais, narrativas e instituições de memória, como museus e arquivos; ciência e outros modos de conhecimento; arte e produção cultural; biografias e trajetórias; grafias e imagens. Estes destaques dão a ver a amplitude e complexidade das contribuições desta linha para estimular perspectivas teóricas e temáticas permitindo também revisitar alguns temas clássicos da antropologia, como é o caso da oposição entre natureza e cultura. Para tanto, seus participantes afirmam a importância da etnografia para a apreensão e análise dos modos diversos de constitutição de saberes, situados, multiescalares e interconectados na experiência social. Tais pressupostos alimentam as investigações,  produção intelectual, cursos e os seminários oferecidos a partir de quatro sub-linhas:

Sub-linhas:

  • Patrimônio, Políticas e práticas da Memória e seus modos de objetivação;
  • Narrativas, Grafias e Imagens
  • Biografia e Trajetórias
  • Ciências e outros modos de conhecimento
ETNOLOGIAS

Esta linha cobre a etnologia em um sentido amplo e plural, desde os campos do americanismo (com ênfase nas Terras Baixas da América do Sul) e do africanismo,  até o campo daquelas populações que, historicamente invisibilizadas ou abordadas como “campesinato”, reivindicam reconhecimento tendo como referência suas particularidades étnicas e cosmológicas, como as populações afroamericanas (quilombos, palenques, cimarrones) e os chamados povos tradicionais. Os interesses da linha podem ser distribuídos por quatro grandes campos interconectados: A) a análise de discurso, cosmologia e religião, estética, mitologia e ritual, gênero, parentesco e organização social; B) a sociogênese e micro-história social desses coletivos, suas concepções de história e memória, e o desenvolvimento das políticas públicas específicas para esses segmentos, como o indigenismo; C) as questões relativas às formas de espacialização e territorialização, mobilidade, sobreposições territoriais, concepções da natureza e gestão de recursos e, finalmente, os embates relativos a terras, sua regularização fundiária e a relação com o Estado; e D) as organizações políticas contemporâneas de caráter étnico, debates sobre as formas oficiais de reconhecimento nos campos da saúde, educação, assim como as novas formas de protagonismo nas artes, museus e nas próprias ciências humanas e sociais.

Sub-Linhas:

  • Estudos Ameríndios
  • Estudos Afro-Orientais
  • Estudos Afroamericanos e Quilombos
  • Campesinato e populações tradicionais

 

GÊNERO, DIFERENÇAS, CORPORALIDADES

Esta linha contempla estudos que articulam a problemática de gênero às expressões, experiências e práticas sociais, culturais e políticas. Seu objetivo geral é fornecer instrumentos para o refinamento teórico e metodológico, levando em conta as conexões entre gênero e outras categorias de diferenciação, tais como idade, raça, etnia, classe social e sexualidade. Os professores da Linha abordam os seguintes temas de pesquisa: processos de subjetivação e arenas de agenciamento; processos de racialização e racismos; envelhecimento e geração; parentesco, conjugalidade, relacionamentos amorosos e tecnologias reprodutivas; erotismos; economias sexuais e trabalho sexual; ciência e tecnologia; produção cultural e artística; mídia, mercado e consumo; instituições prisionais e tráfico de pessoas; transnacionalidade, migração e refúgio. As sub-linhas de pesquisa, permeadas pela preocupação com a defesa dos direitos humanos, são as seguintes:

  • Feminismos, políticas sexuais e sexualidades
  • Gênero, produção de conhecimento e/ou produção cultural
  • Corporalidades, envelhecimento e curso da vida, processos de racialização
  • Parentesco, relações amorosas, intimidade e cuidado  
  • Estado, violência, práticas jurídicas, instituições prisionais e segurança
  • Mobilidades, transnacionalização, migrações, refúgio, tráfico de pessoas
TRANSFORMAÇÕES E CONFLITOS CONTEMPORÂNEOS

A Linha tem como problema geral as continuidades e descontinuidades sociais em um mundo cada vez mais conectado e diverso, acelerado e compactado, mas também ramificado e rizomático. As transformações são de diversas naturezas, escalas e intensidades, frequentemente resultantes de disputas, conflitos e negociações culturais, políticos e sociais. Os professores da Linha abordam, preferencialmente, os seguintes temas de pesquisa: contextos pós-guerra; deslocamentos e fronteiras; religião e política; antropologia do cristianismo; saúde e espiritualidade; direitos humanos e violência de Estado; cidades e periferias; desigualdades e pobrezas; drogas, crime e segurança; gênero e sexualidade; raça e geração; movimentos sociais e estado; entre outros. Enfatiza-se ainda a pesquisa etnográfica e/ou etnohistórica.

A Linha está dividida nas seguintes sub-linhas:

  • Deslocamentos, políticas de securitização e mobilizações sociais;
  • Religião, espiritualidade e espaço público;
  • Cidade, desigualdades e violências;
  • Ativismos políticos e interseccionalidades.
Programa de Ciência Política

O Programa de Pós Graduação em Ciência da Unicamp é composto pelos cursos de Mestrado, criado em 1974, e Doutorado, criado em 2004. Esse ano, o Curso de Mestrado completa 40 anos.

A proposta didática do Programa visa a formação avançada, com formação teórica e empírica dos alunos tanto em relação a temas já consolidados, como em relação aos novos campos e desafios teóricos emergentes. Muitos temas desenvolvidos nas linhas de pesquisa propostas encontram-se na fronteira com outras áreas e, por isso, o Programa contempla a possibilidade dos mestrandos e doutorandos cursarem disciplinas e cumprirem parte dos créditos fora do curso – sempre sob a direção do orientador e conforme a aprovação do Conselho de Curso.

Linha 1 - Movimentos sociais, trabalho e participação política

TEMAS DE PESQUISA:

  • Participação e controle social
  • Transformações do mundo do trabalho, sindicalismo e classes sociais
  • Movimentos sociais e protestos
  • Reconfigurações do ativismo e mídias digitais 

Esta linha se dedica aos estudos teóricos e empíricos sobre conflitos sociais e mudança política, a partir de três grandes eixos de investigação: 1)reflexão sobre as mudanças do mundo do trabalho e seus impactos sobre a organização dos trabalhadores, relações de classe, legislação trabalhista e sindicalismo; 2) análise das reconfigurações do ativismo contemporâneo, à direita e à esquerda, com ênfase sobre movimentos sociais, protestos e ativismos digitais; 3) estudos sobre a participação e o controle social. 

Linha 2 - Democracia e instituições políticas

TEMAS DE PESQUISA:

  • Regimes democráticos e processos de democratização
  • Partidos e representação política
  • Comportamento eleitoral a opinião pública
  • Políticas públicas
  • Estudos legislativos

Esta linha compreende estudos teóricos e empíricos sobre a organização e o funcionamento de regimes democráticos e suas instituições, enfatizando os processos de construção democrática e os impasses ao seu funcionamento colocados pela sociedade contemporânea. Aborda reflexões sobre a representação política, os estudos sobre competição, partidos e eleições, a investigação sobre a produção de políticas públicas e o funcionamento do poder legislativo e das suas relações com outros poderes.

Linha 3 - Estado e regimes políticos

TEMAS DE PESQUISA:

  • Direitos humanos e regimes constitucionais
  • Estado e classes sociais
  • Estado e desenvolvimento econômico
  • Regimes políticos e econômicos internacionais
  • Violência, segurança e mobilizações do direito

Esta linha de pesquisa se dedica a estudos teóricos e empíricos sobre o Estado e os diferentes regimes políticos de sua conformação histórica, a partir de três perspectivas: (a) a da relação entre Estado e capitalismo; (b) a da relação entre regimes políticos nacionais e internacionais; e (c) a da relação entre Estado, direito e direitos humanos. 

Linha 4 - Teoria e pensamento político

TEMAS DE PESQUISA:

  • História do pensamento político
  • Pensamento político contemporâneo
  • Pensamento constitucional
  • Teoria política 

Esta linha de pesquisa tem por escopo as principais correntes,tradições, obras e autores do pensamento político moderno e contemporâneo, abrangendo pesquisas em história das ideias políticas, teoria política contemporânea e pensamento constitucional. Além do estudo das obras de autores clássicos, a linha de pesquisa também abarca investigações sobre correntes teóricas, ideologias e discursos políticos em sentido mais amplo, tais como: liberalismo, conservadorismo, republicanismo, marxismo, nacionalismo, populismo e facismo.

 

Programa de Ciências Sociais
Estudo de Patrimônio e Memória

Esta linha é dedicada à reflexão crítica sobre práticas sociais, políticas e profissionais relativas ao ‘patrimônio cultural’ e à ‘memória social’, contemplando questões de natureza teórica, metodológica e ética pertinentes a ambas e a cada uma dessas subáreas temáticas.

A proposta tem como foco disciplinar as Ciências Sociais. Reconhecendo a heterogeneidade de seus objetos de pesquisa, ela abarca temas transversais, entre os quais se destacam as articulações entre patrimônio, memória e assuntos como os seguintes, entre outros:

  • construção, reconfiguração ou consolidação de socialidades, identidades, territorialidades, sentimentos de pertencimento e cidadania
  • processos socioculturais associados a situações de pobreza, conflito, guerra, impactos ambientais e à sua superação
  • implementação e avaliação de políticas culturais e socioambientais

Os estudos sobre Patrimônio Cultural e Memória ressurgem contemporaneamente como matéria de controvérsia política e debate acadêmico inovador, em um ambiente em que a reflexão é enriquecida pelas sólidas contribuições tradicionalmente oferecidas pela história, arquitetura e urbanismo, arqueologia, artes, museologia, educação e estudos jurídicos que passam, elas também, por importante mudança.

Esta é uma linha de atuação profissional e política bastante consolidada, envolvendo a elaboração de laudos, assim como trabalhos de consultoria junto a organizações da sociedade civil ou em agências responsáveis pela criação e implementação de políticas públicas. Desta forma, são acolhidos projetos de orientação prática da mesma forma que estudos de cunho acadêmico sobre preservação e salvaguarda de patrimônio material e imaterial, relação entre direitos culturais e territoriais, entre vários outros.

Disciplinas de Fundamento.

I. Formação da área de estudos sobre patrimônio e memória nas ciências sociais e disciplinas afins.

II. Debates contemporâneos, onde serão focalizadas questões conceituais, metodológicas e éticas de interesse para a problemática atualmente pesquisada e para a inovação na área.

Estudos das Relações China-Brasil

Esta área foi criada no primeiro semestre de 2012 com a proposta de desenvolver uma abordagem interdisciplinar ao estudo das relações entre a China e o Brasil. De maneira imprevista, as relações com a China passaram a ocupar um lugar central no processo de alteração da posição do Brasil no mundo, e também hoje se fala cada vez mais no fenômeno BRICS. O Brasil se encontra despreparado para esta mudança e a fundação desta área, fruto do trabalho de seus docentes no grupo de estudos Brasil-China do Centro de Estudos Avançados da Unicamp visa contribuir a alterar esta situação. A área combina perspectivas desenvolvidas nas seguintes áreas de atuação: economia, sociologia, relações internacionais, estudos do meio ambiente e inovação.

Os docentes desta área se organizam a partir dos seguintes temas:

  • Globalização cultural
  • Globalização econômica
  • Transformações de relações internacionais e supranacionais
  • Meio Ambiente – política comparada
  • Inovação – política e desenvolvimento em termos comparados
  • Federalismo e formas de governo em perspectiva comparada

Ademais, já no ano de 2012, esta área contou com 5 projetos de pesquisa em temas intimamente associados às linhas de investigação elencadas acima.

  • Sociologia da juventude nos países BRICS
  • Valores, projetos e estilos de vida de jovens universitários chineses e brasileiros
  • Dimensões da Política Ambiental China-Brasil
  • Federalismo – ótica comparada

É importante frisar que essa área mantém uma rica interlocução e parceria com vários órgãos da Unicamp, como os Institutos de Ensino e Pesquisa de Economia (IE), de Geociências (IG) e de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH), destaca-se a interlocução com o Centro de Estudos Avançados (CEAv). Dentro do IFCH mantém uma interlocução permanente e parceria com o Centro de Estudos de Opinião Pública (CESOP) e com o Núcleo de Estudos e Pesquisas Ambientais (NEPAM). No plano internacional existem relações pessoais e/ou institucionais como: Centre for Advanced Studies in the Humanities – University of Fudan; Institute of Sociology -Chinese Academy of Social Sciences; Center for the Study of Contemporary China - University of Peking, entre outros.

Centro ou Núcleo associado:

Grupo de Estudos Brasil-China

Estudos de Gênero

Criada em 1993, como área de Família e Relações de Gênero e a partir de 2004 com a denominação de Estudos de Gênero, esta linha de pesquisa dedica-se à compreensão dos variados aspectos das relações envolvendo gênero na vida social. A linha procura fornecer instrumentos para o refinamento teórico e metodológico das pesquisas nesse campo, a partir de uma perspectiva interdisciplinar, visando à formação discente e à constituição de grupos de pesquisa. A linha tem concentrado esforços em dar inteligibilidade às articulações entre gênero e outras categorias de diferenciação, levando também em conta as interfaces entre gênero e variadas manifestações presentes no mundo social.

Os cursos e as pesquisas em andamento estão organizados em torno das seguintes temáticas:

  • Corporalidades, Ciência & Tecnologia;
  • Sexualidade: erotismo, pornografia, mercados do sexo, trabalho sexual, diversidade sexual, políticas sexuais, tecnologias reprodutivas;
  • Curso da vida, gerações e cuidado;
  • Produção Cultural: produção artística; mídia;
  • Violência; práticas jurídicas; Instituições penitenciárias; tráfico de pessoas
  • Relações familiares: conjugalidade; parentalidade; parentesco;
  • Intimidade; relacionamentos amorosos;
  • Feminismo, arenas de agenciamento e ação política;
  • Relações de trabalho;
  • Migração, mobilidades e transnacionalidade;
  • Estado, Direitos Humanos, Comissão da Verdade e Desaparecidos Políticos.

Importante mencionar que essa linha mantém uma rica interlocução e parceria com centros e núcleos de pesquisa da universidade, em particular, com o Núcleo de Estudos de Gênero Pagu (PAGU/Unicamp). 

Centro ou Núcleo associado:

Núcleo de Estudos de Gênero - PAGU

Estudos Sobre Cidade

Criada em 2015, esta área tem por objetivo investigar a vida social nos meios urbanos contemporâneos. Para tanto, oferece como ensino da pesquisa em ciências sociais tanto temáticas atuais (território, desigualdade, migração, política, violência, religião, entre outros) como a possibilidade de conhecimento e articulação de metodologias de caráter quantitativo e qualitativo.

I Ementa das Disciplinas de Fundamento:

- A cidade e sua dinâmica sócio-demografica

A disciplina pretende desenvolver uma reflexão teórica-metodológica sobre aspectos relativos à produção das cidades, bem como suas contra partidas sócio-demográficas, particularmente o processo de redistribuição e diferenciação sócio espacial da população. Nesse sentido, pretende-se não apenas apresentar diferentes visões teóricas e metodológicas sobre o estudo do fenômeno urbano, mas também abordar questões sócio-demográficas decorrentes do processo de urbanização com atenção a elementos técnicas e fonte de dados.

- Etnografias Urbanas

A proposta desta disciplina tem duplo objetivo, um teórico e outro metodológico. Em primeiro lugar, oferecer ao aluno a trajetória do objeto cidade nas teorias das ciências sociais: da Escola de Chicago aos debates mais contemporâneos. Em segundo, aprofundar a reflexão teórica sobre o método etnográfico a partir de leituras de etnografias em meio urbanos.

Modos de conhecimento e suas expressões: Experiências e Trajetória

Criada em 1985 – então com o nome Itinerários Intelectuais e Etnografia do Saber-, esta linha de pesquisa tem se dedicado à formação e à pesquisa com conhecimentos científicos e não científicos, do ponto de vista de seus praticantes, da temporalidade das suas práticas, relações e concepções, e da configuração desses saberes como diferenças. Pioneira em pesquisas com etnografia da ciência e do conhecimento, trajetórias intelectuais, narrativas biográficas e etnográficas, esta linha tem como objetivo a invenção teórica e a experimentação metodológica, promovendo pesquisas não disciplinares com: 1) práticas e experiências que compõem diferentes modos de conhecimento; 2) procedimentos, técnicas, linguagens e materiais envolvidos em seus modos de expressão ou, em sentido amplo, suas grafias.

Eixos temáticos:

- Conhecimento, experiência e suas grafias: trata-se neste eixo temático de estimular pesquisas que se situem nos seguintes  âmbitos: (1) o do estatuto da descrição e das narrativas em diferentes estéticas e combinadas grafias compreendendo (auto)biografias, etnografias, diários, relatos de viagem, coleções e acervos; (2) os dispositivos, narrações, estética e tecnologias de vida e morte. 

- Conhecimentos e suas expressões: reflete sobre os modos de percepção, de compreensão e simbolização do mundo e da vida por meio das suas expressões narrativas, ficcionais, não-ficcionais e/ou híbridas, produções em imagem, em som e/ou em audiovisual, bem como realizações no âmbito de novas artemídias.

- Imagens, grafias e formas expressivas: este eixo temático incorpora pesquisas que combinam em seus temas experiências metodológicas capazes de potencializar os modos de conhecimentos. As proposições teóricas e de pesquisa deste eixo situam-se nos desafios conceituais de deslocamento das fronteiras entre a escrita, as imagens, o sonoro e os artefatos sob diversos suportes e/ou linguagens, e na criação de intersecções, montagens e combinações como potencialidades heurísticas e modos expressivos de conhecimento.

- Estudos socioantropológicos sobre as (tecno)ciências: incorpora pesquisas que tenham como enfoque os agenciamentos entre as ciências contemporâneas, suas áreas e temáticas diversas (tecnologias, comunicação, corpo, saúde, ambiente). Problematiza os paradigmas de desenvolvimento e inovação tecnológica no contexto do capitalismo, bem como as práticas sociais diversas que (re)produzem desigualdades sociais em articulação com o Estado e o mercado. As proposições teóricas e políticas desse eixo se inspiram em práticas de produção de um conhecimento situado e comprometido com a descolonização do pensamento e das formas de agir e existir no mundo.

- Artes de viver no Antropoceno: acolhe pesquisas engajadas com novas práticas de pensamento, processos contemporâneos de subjetivação, composições e modos de existência que se afirmam diante do esgotamento do antropocentrismo. Interessa-se pelas materialidades implicadas nas alianças cosmopolíticas e zonas críticas entre mundos humanos, animais, vegetais, minerais, sobrenaturais e digitais - entre artes, ciências, filosofias e tecnologias. Busca trabalhar com pesquisas que promovam encontros entre diferenças, e que exigem das Ciências Sociais a experimentação com novas maneiras de pesquisar, imaginar e escrever.

Centro ou Núcleo associado:

LA’GRIMA - Laboratório Antropológico de Grafia e Imagem 

Labirinto - Laboratório de Estudos Socioantropológicos sobre Tecnologias da Vida – Labjor/Nudecri 

LIC – Laboratório de Imagem Científica

Genecine – Grupo de estudos sobre gêneros cinematográficos e audiovisuais

Processos Sociais, Identidades e Representações do Mundo Rural

Estabelecida em 1985 com o nome de "Agricultura e Questão Agrária", e reformulada com o nome atual em 2001, esta área está voltada para o estudo dos processos sociais em curso no mundo rural, para as suas representações e para as raízes agrárias no pensamento social. Volta-se também para o estudo da questão agrária e da problemática das populações rurais e os povos tradicionais do campo, sua diversidade e suas transformações. O interesse da linha de pesquisa recai sobre as suas formas de sociabilidade, instituições, mobilizações, identidades, usos e modos de apropriação da terra e de outros recursos naturais. É importante mencionar que esta área mantém uma rica interlocução e parceria com centros e núcleos de pesquisa da universidade, em particular, com o Centro de Estudos Rurais (CERES), com o Núcleo de Estudos e Pesquisas Ambientais (NEPAM) e com o Centro de Estudos e Pesquisas em Etnologia indígena (CEPEI).  

Os cursos e as pesquisas em andamento estão organizados em torno das seguintes temáticas :

  • Processos identitários e territoriais
  • Modos de produção e apropriação do território
  • Produção social de demandas e direitos
  • Estado e políticas públicas
  • Movimentos sociais rurais
  • Questão agrária e ciências sociais
  • Migração e deslocamentos no mundo rural
  • Questões ambientais e mundo rural 
Centro ou Núcleo associado:

Centro de Estudos Rurais - CERES

Trabalho, Política e Sociedade

A área de Trabalho, Política e Sociedade formou-se no ano de 2001, reunindo professores dos departamentos de antropologia, ciência política e sociologia. Ela se origina da ampliação e reformulação da antiga área de Trabalho e Sindicalismo, criada em 1988. Refletindo sua vocação pluralista e interdisciplinar, a área integra um espectro amplo de interesses teóricos e abordagens metodológicas oriundos das disciplinas antropologia, ciência política e sociologia, sem abrir mão do diálogo com outras disciplinas pertinentes. A área enfatiza a necessidade de uma articulação dinâmica entre pesquisa empírica e reflexão teórica, seja na forma de uma teoria ancorada na pesquisa ou na forma de uma pesquisa teoricamente informada.

A área contempla 4 eixos temáticos:

  • Formas de ação coletiva
  • Formas de manifestação do trabalho
  • Trabalho e ordem social
  • Eixos teóricos.

Importante mencionar que essa área mantém uma rica interlocução e parceria com centros e núcleos de pesquisa da universidade, em particular, com o Cemarx (Centro de Estudos Marxistas) e com o Pagu (Núcleo de Estudos de Gênero), cujos professores estão associados.

Centro ou Núcleo associado:

Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho – CESIT

Programa de Demografia
Dinâmica Demográfica e Políticas Sociais
Estudos de População
Programa de Filosofia

O Programa de Pós-graduação em Filosofia da Universidade Estadual de Campinas tem atualmente quatro linhas de pesquisa que percorrem todo o campo da área de concentração do programa, que é Filosofia, estando também harmonicamente articuladas. As quatro Linhas de Pesquisa do programa são: 

História da Filosofia

Descrição: Orientada pelos temas e problemas que caracterizam as quatro épocas canônicas da História da Filosofia, esta linha de pesquisa abrange os segmentos:

  • a) História da Filosofia Antiga, dedicada a autores clássicos da Filosofia Grega e se destina a investigar, com o auxílio da análise filológica do texto grego, os temas filosóficos fundamentais em torno dos quais se organiza a filosofia do período;
  • b) História da Filosofia Medieval, tendo como fio condutor a recepção e a incorporação dos clássicos da antiguidade filosófica, percorrem-se autores, escolas ou temas do período denominado "Idade Média" (séc. V-XIV) ligados à escolástica patrística, às filosofias árabes e judias e ao pensamento bizantino;
  • c) História da Filosofia Moderna, compreende os séculos XVII e XVIII e visa enfeixar os autores que iniciam a tradição racionalista continental e o empirismo britânico, os Enciclopedistas, Kant e os filósofos do Idealismo Alemão e,
  • d) História da Filosofia Contemporânea, as mais diversas linhas contemporâneas da filosofia modulam cada qual a seu modo a idéia de que o sujeito pensante está imerso em uma multiplicidade de condições que o determinam, havendo nelas, ao mesmo tempo, uma proliferação da procura de saídas, segundo o mote da superação da metafísica, fio condutor mais geral destas pesquisas.
Lógica

Descrição: Investigação sistemática das formulações lógicas contemporâneas em sua pluralidade, segundo o fio condutor de suas possíveis combinações produtivas, esta linha abrange os segmentos:

  • a) Lógicas Não-Clássicas, dedicada à investigação dos diversos aspectos conceituais das lógicas polivalentes paraconsistentes, subestruturais, modais e outros sistemas de lógicas ditas "não-clássicas", procurando encontrar inter-relações entre diferentes tipos de lógicas (utilizando-se, por exemplo, traduções entre sistemas lógicos), assim como a definição de sistemas de prova e semânticas adequadas, e,
  • b) Semânticas Formais, dedicada à investigação e proposta de semânticas formais (semânticas de traduções possíveis, semânticas de mundos possíveis, semânticas de valorações e fibrilações) apropriadas para lógicas de características heterogêneas. Estes estudos incluem aspectos algébricos e da teoria da categoria. Um dos objetivos do desenvolvimento de semânticas gerais é a sua aplicação na teoria de combinações entre lógicas.
Pensamento Ético-Político

Descrição: Investigação sistemática de temas clássicos de filosofia prática em registro sincrônico e diacrônico e tendo como pontos de fuga as relações entre ética e política e sua referência à categoria de Estado, esta linha abrange os segmentos:

  • a) Teoria do Estado, do Direito e da Democracia, tomando como ponto de partida os conceitos de soberania popular e de representação como categorias fundantes da Democracia contemporânea, pretende-se examinar as contradições complementaridades entre estas categorias, incluída aí a referência ao estatuto dos direitos humanos. Esse é o pano de fundo a partir do qual se procede à revisão das doutrinas democrático-liberais;
  • b) Ética e Filosofia Política, o tema clássico e sempre presente das relações entre Ética e Política é enfeixado aqui pela reatualização da filosofia prática nos debates da esfera pública, permitindo que o estudo histórico-filosófico dessa categoria torne-se poroso relativamente às discussões do presente histórico.
Teoria do Conhecimento e Filosofia da Ciência e da Linguagem

Descrição: Dedicada à abordagem de temas clássicos de teoria do conhecimento e à reflexão filosófica, metodológica e histórica sobre a ciência e a linguagem, esta linha abrange os segmentos:

  • a) Filosofia da Linguagem, dedicada à análise de projetos filosóficos de fundamentação do conhecimento e interpretação dos sistemas simbólicos relativamente ao seu papel na constituição da significação;
  • b) Filosofia da Psicologia e da Psicanálise, que investiga os modelos explicativos da gênese conceitual e as estratégias de fundamentação na psicologia e na psicanálise;
  • c) Teoria do Conhecimento, busca investigar as reflexões filosóficas, que, ao longo da história da filosofia, foram feitas sobre a natureza do conhecimento, suas fontes, seus limites, e principalmente, sua validade e meios de justificação;
  • d) Filosofia da Ciência, investiga-se a natureza do conhecimento científico, seus fundamentos e implicações; entre as questões abordadas estão: gênese e justificação de teorias científicas; racionalidade e progresso da ciência; realismo e anti-realismo científicos; explicações científicas; a interface da filosofia da ciência com a história da ciência; problemas conceituais e teóricos relativos aos fundamentos de teorias físicas; aspectos sociais e éticos da atividade científica; e finalmente,
  • e) História da Filosofia da Natureza, que destina-se a investigar temas fundamentais da reflexão histórica sobre a filosofia da natureza, desde Aristóteles até a revolução científica dos séculos XVI e XVII, passando pela recepção e transformação do pensamento aristotélico na Idade Média e Moderna.
Programa de História
Área 1: História da Arte

Esta área de concentração tem por finalidade lidar com o objeto artístico e cultural e com as formulações teórico-historiográficas a ele vinculadas. Ao mesmo tempo, explora suas conexões com outros domínios da produção sociocultural. A área oferece aos alunos de pós-graduação um treinamento metódico que lhes permita trabalhar nas questões referentes à História da Arte como um todo, incluindo problemas teóricos, museológicos e de conservação. 

Área 2: Dinâmicas e Linguagens Políticas

A área se configura como um coletivo de pesquisas sobre as dinâmicas sociais e a pluralidade de linguagens políticas e se constitui como um lugar de criação e debates sobre a história e o fazer historiográfico, com liberdade diante das tradições teóricas e condutas historiográficas. A política é compreendida em perspectiva transdisciplinar e em suas múltiplas formas de exteriorização em um campo de tensões a ser problematizado a partir dos agentes e das linguagens que o constituem. Historicizam-se as relações entre os sujeitos em suas dimensões sociais, econômicas, políticas e culturais na América, Europa e África, em distintas temporalidades. Ao articular contextos e problemáticas tradicionalmente estudados de forma compartimentada, forma-se um ângulo analítico renovado para o estudo das dinâmicas políticas que coloca em perspectiva crítica a própria historicidade da historiografia, particularmente no que toca ao eurocentrismo. Para tanto, a área constitui cinco campos principais de reflexão: 1) manifestações do pensamento político e religioso cristão (séculos IX- XXI) em situações históricas específicas, as quais se exteriorizam temporalmente na idade média, na modernidade afro-euro-americana e na contemporaneidade: suas matrizes teóricas e os temas imbricados em sua argumentação (igreja, feudalismo, indivíduo, liberdade, poder, trabalho, riqueza, pobreza, revolução, cidadania, desigualdades, Estado); 2) imbricamentos entre práticas políticas (linguagens, governabilidades, deslocamentos, jogos de representação, dimensões simbólicas e utópicas) e práticas culturais (literatura, edição, imprensa, alimentação, fotografia, cinema, ilustrações e mídias), como expressão de correlações entre estética, política e dinâmicas de poder; 3) análise da historiografia brasileira e internacional explorando redes intelectuais, vínculos entre a memória e a história e as relações tecidas entre os conceitos, representações e movimentos sociais; 4) produção do universo urbano pela constituição histórica da cidade, pensada como o lugar simbólico e político da formação do cidadão – o sujeito jurídico de direitos –, como modo pelo qual desenvolve diferentes formas de percepção e apropriação do espaço edificado – público e privado – e como campo de tensões constituído e percebido a partir de várias linguagens e áreas de conhecimento; 5) culturas políticas de indígenas, africanos e seus descendentes e o modo como elas informam relações de poder e suas lutas por direitos em situações de exclusão e marginalização. Tais campos temáticos são articulados em dois eixos principais, cada um deles constituindo uma linha de pesquisa

 

Área 3: História Social, Diferenças e Conflitos

Esta área estuda a produção das diferenças de classe, raça e gênero ao longo do tempo, buscando entender de que maneira elas atuaram na conformação dos processos de dominação e exploração e como impactaram as identidades e os conflitos entre os diversos sujeitos históricos. As pesquisas enfocam o estudo dos grupos subalternos: suas relações horizontais e verticais de confronto e solidariedade, seus valores e reivindicações, bem como suas formas de atuação. Interessam também aos pesquisadores da área as maneiras pelas quais esses grupos foram vistos e representados por intelectuais, autoridades, patrões e outros agentes com os quais se defrontam em diferentes situações de sua experiência cotidiana. As duas linhas de pesquisa que compõem a área estão conectadas, enfatizando temáticas específicas no interior destas questões mais amplas.  

Área 4: Cultura, Memória e Visualidades

Esta área de concentração dedica-se à produção do conhecimento histórico em suas temáticas e múltiplas temporalidades, considerando a memória, as visualidades e a cultura como dimensões constitutivas do social. As perspectivas teórico-metodológicas contempladas incluem as transformações do campo historiográfico (conexões, trânsitos, descontinuidades), a pluralidade de perspectivas (Estudos Visuais, Estudos em Patrimônio e em Arqueologia Pública, História Cultural, Intelectual e Ambiental), a interdisciplinaridade em campos como memória, estudos das imagens, subjetividades, gênero, discursos, narrativas e a incorporação de repertórios que problematizam o saber histórico e seus sentidos no mundo contemporâneo. A área considera a potência transformadora da análise historiográfica, reconhecendo que o trabalho dos historiadores e historiadoras é marcado por suas subjetividades, pelo olhar crítico em relação às fontes e às tradições historiográficas, pelas formas de escrita da História e pela historicização dos acontecimentos.

 

Programa de Sociologia
1- Teoria e Pensamento Sociológico

Descrição: Esta linha de pesquisa se fundamenta no processo de formação histórica da sociologia como campo do saber, balizada pelos processos de ensino e investigação de autores clássicos e contemporâneos, tanto estrangeiros quanto brasileiros. A linha contempla o estudo de autores e temas amplamente consolidados pela tradição sociológica e pela teoria social, bem como temas e autores emergentes, que têm problematizado e dado continuidade a tal tradição. Em constante conexão com as demais linhas de pesquisa e a multiplicidade de projetos que são desenvolvidos no programa, esta linha visa assegurar a reflexão, crítica e investigação sistemática e aprofundada de diferentes correntes teóricas e expressões do pensamento social, com suas contradições, desafios e conexões com os processos históricos e as metodologias do campo sociológico. Visa, assim, estimular e fomentar a elaboração teórica em sociologia.

2- Cultura

Descrição: Esta linha recobre uma ampla área de interesse quanto à problemática cultural em suas acepções histórica, teórica e empírica. Os interesses que envolvem as pesquisas sobre cultura podem se correlacionar com a investigação de temas e transformações da sociedade contemporânea. Nesta linha estão contemplados estudos que podemos considerar mais clássicos, como sociologia da literatura e da arte, ao lado de uma ampla gama de outros temas e problemas tais como: cultura brasileira, identidade, indústria cultural, cultura e política, e trajetórias intelectuais e artísticas. Contempla ainda estudos sobre educação e outras intersecções entre cultura e processos sociais contemporâneos. Acrescem-se investigações e reflexões transversais sobre a produção e circulação de ideias e bens culturais, a diversidade, periferias, gênero, memória social, direitos humanos (memórias coletivas, colonialismo e pós colonialismo, violência de Estado, desaparecidos políticos, processos de reparação e justiça de transição, Comissões de Verdade) subjetividades e capitalismo. O espectro de temas fornece a possibilidade de estudos teóricos e empíricos quanto à acepção do termo cultura e ao mesmo tempo visa estimular reflexões quanto aos processos sociais característicos da contemporaneidade.

3- Ambiente e Tecnologia

Descrição: Esta linha aborda as relações entre tecnologia e ambiente de uma perspectiva sociológica, considerando as mútuas implicações das transformações ambientais e tecnológicas em diferentes contextos sociais. Se muitas vezes o progresso técnico encontrou no meio natural seu limite ou sua inspiração para superar-se, ele atualmente aparece muito mais como determinante de mudanças ambientais do que como consequência delas. Nesse sentido, a consciência dos problemas ambientais e de suas relações com a tecnologia tem direcionado muitos debates nas ciências sociais contemporâneas. Por outro lado, a tecnologia, ao propiciar novos arranjos sociais, culturais e mudanças ambientais, é também direcionada social, ambiental e culturalmente. Estimula-se a reflexão teórica e a pesquisa empírica, bem como a conexão com temas contemporâneos correlativamente emergentes como movimentos sociais, territorialidade e formas de sociabilidade associadas às novas tecnologias de informação e comunicação.

4- Trabalho e Sociedade

Descrição: Esta linha se articula em torno de estudos e pesquisas de temas clássicos da sociologia do trabalho, bem como de diferentes processos, estruturas e mudanças sociais que se correlacionam ao mundo do trabalho. Desse modo dedica-se a pesquisas teóricas ou empíricas e a articulação entre elas, além de buscar investigar autores clássicos e contemporâneos que têm contribuído para a compreensão da esfera do trabalho. A linha abrange diferentes estudos como sobre sindicalismo, movimentos e classes sociais, cidadania, capitalismo, estudos rurais, migrações e gênero. Esta linha de pesquisa se ocupa vivamente da tentativa de compreensão quanto ao entrelaçamento de trabalho e transformações da sociedade moderna, relações de integração e/ou conflito daí decorrentes, micro e macro processos envolvidos no multifacetado mundo do trabalho.

Colaborador

Saúde Reprodutiva e Sexualidade
Teoria do Conhecimento e Filosofia da Ciência e da Linguagem

Descrição: Dedicada à abordagem de temas clássicos de teoria do conhecimento e à reflexão filosófica, metodológica e histórica sobre a ciência e a linguagem, esta linha abrange os segmentos:

  • a) Filosofia da Linguagem, dedicada à análise de projetos filosóficos de fundamentação do conhecimento e interpretação dos sistemas simbólicos relativamente ao seu papel na constituição da significação;
  • b) Filosofia da Psicologia e da Psicanálise, que investiga os modelos explicativos da gênese conceitual e as estratégias de fundamentação na psicologia e na psicanálise;
  • c) Teoria do Conhecimento, busca investigar as reflexões filosóficas, que, ao longo da história da filosofia, foram feitas sobre a natureza do conhecimento, suas fontes, seus limites, e principalmente, sua validade e meios de justificação;
  • d) Filosofia da Ciência, investiga-se a natureza do conhecimento científico, seus fundamentos e implicações; entre as questões abordadas estão: gênese e justificação de teorias científicas; racionalidade e progresso da ciência; realismo e anti-realismo científicos; explicações científicas; a interface da filosofia da ciência com a história da ciência; problemas conceituais e teóricos relativos aos fundamentos de teorias físicas; aspectos sociais e éticos da atividade científica; e finalmente,
  • e) História da Filosofia da Natureza, que destina-se a investigar temas fundamentais da reflexão histórica sobre a filosofia da natureza, desde Aristóteles até a revolução científica dos séculos XVI e XVII, passando pela recepção e transformação do pensamento aristotélico na Idade Média e Moderna.
Trabalho, Política e Sociedade

A área de Trabalho, Política e Sociedade formou-se no ano de 2001, reunindo professores dos departamentos de antropologia, ciência política e sociologia. Ela se origina da ampliação e reformulação da antiga área de Trabalho e Sindicalismo, criada em 1988. Refletindo sua vocação pluralista e interdisciplinar, a área integra um espectro amplo de interesses teóricos e abordagens metodológicas oriundos das disciplinas antropologia, ciência política e sociologia, sem abrir mão do diálogo com outras disciplinas pertinentes. A área enfatiza a necessidade de uma articulação dinâmica entre pesquisa empírica e reflexão teórica, seja na forma de uma teoria ancorada na pesquisa ou na forma de uma pesquisa teoricamente informada.

A área contempla 4 eixos temáticos:

  • Formas de ação coletiva
  • Formas de manifestação do trabalho
  • Trabalho e ordem social
  • Eixos teóricos.

Importante mencionar que essa área mantém uma rica interlocução e parceria com centros e núcleos de pesquisa da universidade, em particular, com o Cemarx (Centro de Estudos Marxistas) e com o Pagu (Núcleo de Estudos de Gênero), cujos professores estão associados.

Centro ou Núcleo associado:

Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho – CESIT

TRANSFORMAÇÕES E CONFLITOS CONTEMPORÂNEOS

A Linha tem como problema geral as continuidades e descontinuidades sociais em um mundo cada vez mais conectado e diverso, acelerado e compactado, mas também ramificado e rizomático. As transformações são de diversas naturezas, escalas e intensidades, frequentemente resultantes de disputas, conflitos e negociações culturais, políticos e sociais. Os professores da Linha abordam, preferencialmente, os seguintes temas de pesquisa: contextos pós-guerra; deslocamentos e fronteiras; religião e política; antropologia do cristianismo; saúde e espiritualidade; direitos humanos e violência de Estado; cidades e periferias; desigualdades e pobrezas; drogas, crime e segurança; gênero e sexualidade; raça e geração; movimentos sociais e estado; entre outros. Enfatiza-se ainda a pesquisa etnográfica e/ou etnohistórica.

A Linha está dividida nas seguintes sub-linhas:

  • Deslocamentos, políticas de securitização e mobilizações sociais;
  • Religião, espiritualidade e espaço público;
  • Cidade, desigualdades e violências;
  • Ativismos políticos e interseccionalidades.