Antropologia Social

Andando pelo Caminho Vermelho: por uma contracolonização do corpo

Buscamos, nesta tese, realizar uma cartografia – o desenho de um mapa em movimento, que se faz ao mesmo tempo em que as paisagens (psicossociais) são desmontadas e remontadas –, de algumas práticas xamânicas que têm ganhado visibilidade a partir de relações cada vez mais profícuas entre indígenas e não indígenas. Tomamos como ponto de entrada uma dessas relações: a chegada de algumas práticas e substâncias a um grupo Guarani.

As qualidades singulares dos orgânicos: uma etnografia das práticas de certificação participativa

Com o reconhecimento das práticas de certificação pelo Estado, os produtos da agricultura orgânica passaram a ser objeto de regulação e avaliação. Dessa forma, os mercados de alimentos orgânicos foram formalizados por meio de um conjunto de normas padronizadas e avaliação por mecanismos de auditoria. Os chamados Sistemas Participativos de Garantia (SPGs) surgiram originalmente como contestação às políticas de auditoria, dado que estas entidades isolavam os agricultores de qualquer tomada de decisão.

"A Judaização de Jerusalém Oriental: Arqueologia, Ruína e Resistência em Silwan

A presente dissertação é produto de um olhar localizado sobre a Judaização de Silwan, Jerusalém Oriental. Este processo é entendido, em geral, como a expansão do controle territorial, demográfico, político, econômico e cultural judaico sobre Jerusalém Oriental, que teve início na sua anexação unilateral e internacionalmente não reconhecida pelo Estado de Israel em 1967, e está em andamento. A partir do trabalho de campo desenvolvido no local de agosto a novembro/2019, a descrição e a análise são duplas.

Autonomia, consentimento e informação de qualidade: controvérsias e disputas na construção da violência obstétrica no Brasil

Esta tese analisa as controvérsias envolvidas na construção da violência obstétrica enquanto um problema social, jurídico e científico no contexto brasileiro. Considerando o crescimento, na última década, de uma agenda política de reivindicações em torno dos direitos das mulheres no parto - pautada pelo chamado movimento pela humanização do parto e nascimento -, trata-se de compreender as arenas de disputas envolvidas nas definições de violência obstétrica e seus efeitos nas discussões acerca da assistência obstétrica no Brasil.

"Pase Mizè": A linguagem do sofrimento e os haitianos em São Paulo

Esta tese apresenta um estudo do universo de relações fundadas a partir da experiência do sofrimento e da demanda por cuidado entre haitianos na cidade de São Paulo, no Brasil, baseado em trabalho etnográfico realizado entre 2016 e 2019. A pesquisa insere-se nos debates da antropologia acerca da mobilidade e das experiências migratórias, e, mais especificamente, busca situar o tema do sofrimento e dos deslocamentos através do exame atento da presença recente da diáspora haitiana no Brasil e das narrativas acerca da acomodação e da vivência desses sujeitos na metrópole paulistana.