Ambiente e Sociedade

Floresta de Gigantes: atores e estratégias em arenas do maior bloco de áreas protegidas da Amazônia

Na Amazônia, diversos interesses relacionados à ocupação, desenvolvimento, pressões de atividades econômicas, conservação da biodiversidade, direitos étnicos e territoriais são temas de disputas em diferentes níveis. Essas disputas são históricas e se refletem nos conflitos atuais. Os interesses e perspectivas para a região têm gerado arenas em que distintos atores buscam influenciar processos decisórios, a fim de aproximar os resultados de suas intenções para a região.

A Cooperação Tecnológica sino-brasileira e a crise climática: uma análise sobre a transferência tecnológica entre Universidade de Tsinghua e a Universidade Federal do Rio de Janeiro

Esta tese procurou analisar uma cooperação tecnológica para o clima sino-brasileira com o fim de transferir uma rota enzimática e ampliar a produção e o comércio de biodiesel no Brasil. A cooperação foi realizada por dois grupos de pesquisadores, do Instituto de Engenharia Química da Universidade de Tsinghua – UT, Pequim, e pesquisadores do laboratório de Biocombustíveis do Centro de Pesquisas e Caracterização de Petróleo e Combustíveis – Coppecomb - UFRJ.A pesquisa procurou recuperar com as Partes as narrativas sobre a experiência da cooperação para o clima e entrevistamos por diferentes meios o líder do grupo de pesquisa chinês, assim como, os diplomatas, os pesquisadores e diretores da COPPE na parte brasileira. Para organizar a análise dos dados nós construímos três blocos argumentativos. Primeiramente, organizamos argumentos sob as linhas teóricas da Cooperação Sul-Sul e da interdependência ecológica sino-brasileira; em seguida, as relações entre a cooperação internacional e a inovação tecnológica para o clima no contexto brasileiro; por fim, uma apresentação das relações sociais constituintes da cooperação sob a forma de redes sociais. A metodologia para coletar a experiência dos pesquisadores de Brasil e China nesta cooperação baseou-se nos estudos de História oral. A análise dos demais dados valeu-se, em cada bloco argumentativo, de metodologias específicas da ciência política e antropologia para orientar a redação. Os resultados obtidos permitem uma compreensão sobre as mudanças na cooperação tecnológica sino-brasileira em referência a mudança climática assim como os seus custos e benefícios.

GESTÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DA NATUREZA NO ESTADO DE SÃO PAULO: A INFLUÊNCIA DO ARRANJO INSTITUCIONAL NAS AÇÕES GOVERNAMENTAIS

As áreas protegidas (APs) são reconhecidamente um dos principais mecanismos para conservação da biodiversidade e sustentabilidade de territórios. O Estado de São Paulo constituiu, desde o século XIX, um sistema próprio de organização das APs – com histórico, normas e padrões, arranjos, institucionalidades, funcionamento e objetivos próprios. O objetivo geral da pesquisa de doutorado foi analisar a influência do arranjo institucional nas ações governamentais relativas à política pública de gestão de unidades de conservação (UCs) da natureza do Estado de São Paulo. Nesse sentido, buscamos responder à seguinte pergunta: como o arranjo institucional influencia, historicamente, as ações governamentais na gestão das unidades de conservação? Os procedimentos metodológicos associaram diferentes estratégias de obtenção de dados, tendo como escala de análise o contexto do Estado de São Paulo. A análise do Sistema de APs paulista concluiu que ele é pouco representativo e diversificado quanto às categorias, biomas, e tamanho das áreas. Os resultados indicaram que o arranjo institucional da gestão das UCs exerceu importantes influências nas ações governamentais, com as dimensões política- partidária e administrativa tem tido maior relevância nos últimos anos. A dimensão participativa teve maior quantidade de correlações positivas com as capacidades de gestão. Por outro lado, a dimensão política- partidária apresentou todas as correlações negativas. Concluímos que quanto mais alta a relevância política do arranjo, piores serão os resultados nas ações de gestão. Apesar disso, as análises da cobertura e uso do solo indicaram que as áreas protegidas analisadas possuem uma grande importância na manutenção da cobertura florestal do Estado de São Paulo e que as unidades do grupo de proteção integral são efetivas em manter sua condição de conservação, bem como as zonas de amortecimento sobrepostas às unidades de conservação de uso sustentável. Por fim, concluímos que o arranjo estabelecido na última década possuí as características do “new public management”, evidenciando uma hibridização institucional do papel do Estado na gestão das UCs.

ARENAS E ARRANJOS INSTITUCIONAIS EM CONTEXTOS DE MEGAPROJETOS NA AMAZÔNIA: Análise da usina hidrelétrica Belo Monte

Esta tese analisa o Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu (PDRSX) enquanto um arranjo institucional novo dentro do contexto de grandes obras na Amazônia e enquanto um processo social em disputa. Busca responder de que maneira tanto as estrutura, regras e governança desse conselho de desenvolvimento, quanto as ações dos agentes sociais na arena ambiental mais ampla, influenciam as decisões tomadas e a execução dos projetos dentro do PDRSX.

Sociedade civil, Estado e questão ambiental na China

Num momento em que a China surpreende o mundo em virtude de seus índices econômicos, é fácil identificar as consequências ambientais das escolhas políticas e econômicas adotadas nesse país. Compreender como as ONGs ambientais se constituíram historicamente na China, sua atuação, limites e o papel fundamental desempenhado na sociedade global em que estamos inseridos são os objetivos principais dessa tese, que busca identificar como as organizações não governamentais ambientalistas estão agindo no interior da China e como elas se posicionam entre o Estado e a sociedade civil.