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" A COGNIÇÃO SEGUNDO DURANDUS DE ST. POURÇAIN "
Aluno(a): Maria Clara Pereira e Silva
Programa: Filosofia
Data: 30/07/2025 - 09:00
Local: Sala de Defesas de Teses I
Membros da Banca:
  • Professores Titulares: Profa. Dra. Fátima Regina Rodrigues Évora (Presidente) (Orientador) Instituição de Origem: IFCH/ UNICAMP
  • Dr. Tadeu Mazzola Verza Instituição de Origem: Universidade Federal de Minas Gerais /Belo Horizonte
  • Dra. Sueli Sampaio Damin Custódio Instituição de Origem: Instituto Tecnológico de Aeronáutica /Sao José dos Campos
  • Dr. Matheus Henrique Gomes Monteiro Instituição de Origem: Universidade Estadual de Campinas /Campinas
  • Dra. Meline Costa Sousa Instituição de Origem: Universidade Federal de Lavras /Lavras
  • Professores Suplentes: Dr. Thiago Henrique Rosales Marques Instituição de Origem: Universidade Federal da Bahia /Salvador
  • Profa. Dra. Yara Adario Frateschi Instituição de Origem: IFCH/ UNICAMP
  • Dr. Matheus Barreto Pazos de Oliveira Instituição de Origem: Universidade Federal do Recôncavo da Bahia /Amargosa
Descrição da Defesa:

Esta tese visa elucidar o conceito de processo intelectivo de Durandus de Saint-Pourçain, tal como articulado em seu Comentário sobre as Sentenças II, dist. 3, q. 5. Consequentemente, para compreender a teoria cognitiva de Durandus e seus aspectos inovadores, torna-se imperativo examinar os princípios basilares do autor. O primeiro princípio é este segundo o qual a cognição intelectual e a cognição sensível são processos concomitantes; isto é, tudo o que o intelecto conhece vem dos sentidos. Isso implica que um objeto só pode se tornar presente ao intelecto na medida em que está presente aos sentidos. Tecnicamente falando, contudo, não é correto afirmar que a sensação causa o entendimento. O segundo princípio indicado é que o intelecto é uma capacidade ativa e, portanto, deve possuir um princípio intrínseco a partir do qual ele possa iniciar o seu próprio ato de conhecimento. Além disso, ele não pode ser afetado pelo corpo, e o objeto não poder determinar o conteúdo do ato intelectual; pois isso contraria o terceiro princípio sob investigação, a hierarquia ontológica, segundo a qual aquilo que é ontologicamente inferior não pode agir sobre aquilo que é ontologicamente superior. Como consequência adicional, torna-se necessário determinar a abordagem de Durandus no que diz respeito à noção de espécie, que era central para as teorias de sensação e intelecção na época. Durandus postula que as espécies sensíveis são naturais e existem no meio com um modo de existência diminuído. O oposto ocorre no caso das espécies inteligíveis. Ele nega a existência destas porque são definidas como produtos da operação do intelecto agente de abstrair um conteúdo potencialmente inteligível que supostamente preexiste nos fantasmas. Para Durandus, isso implicaria que o objeto é uma causa remota de nosso ato intelectual. Para ele, porém, existe um quarto princípio teórico: o objeto cognitivo deve ser uma causa sine qua non, isto é, uma condição necessária sem a qual o ato intelectual não poderia ocorrer. Além disso, o universal é o resultado do processo intelectivo e não pode existir separadamente do intelecto, nem no objeto externo nem nos fantasmas. Portanto, Durandus rejeita a existência de um intelecto agente com o propósito de abstrair um conteúdo potencialmente inteligível separado do intelecto. Para ele, o intelecto possui a capacidade de atenção e nota as mudanças que o corpo experimenta. A qualidade sensível da coisa externa é subjetivamente recebida com um modo de existência diminuído no órgão do sentido externo e retida nos órgãos do sentido internos. O intelecto está atento ao corpo ao qual está unido, volta-se para as qualidades recebidas e confere a elas o status de presença objetiva. Não obstante, o intelecto não toma estas qualidades como o ponto final do ato intelectual. Como a qualidade sensível é uma similitude da coisa externa, o intelecto passa através dela em direção à coisa externa, que é seu objeto cognitivo real.

O GÊNERO DA DOCÊNCIA NOS ANOS INICIAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA E A FORMAÇÃO INICIAL DAS PROFESSORAS: UMA ANÁLISE SOBRE A PRODUÇÃO DA REVISTA “EDUCAÇÃO E SOCIEDADE
Aluno(a): Rafaella Calusne Ferreira
Programa: Sociologia
Data: 30/07/2025 - 14:00
Local: Sala de Defesa de Teses I
Membros da Banca:
  • Prof. Dra. Márcia Lopes Reis (Orientadora) - Universidade Estadual de Campinas
  • Profa. Dra. Mariana Miggiolaro Chaguri - IFCH/ UNICAMP
  • Profa. Dra. Rosane Michelli de Castro - Universidade Estadual Paulista
Descrição da Defesa:

Esta pesquisa teve como objetivo sistematizar as análises sobre os processos e as relações de gênero que construíram a identidade profissional docente feminina para as etapas iniciais da Educação Básica desde as publicações da revista “Educação e Sociedade” (CEDES/Unicamp), no período entre 1978 e 2023. A pergunta central e provocadora foi: considerando o representativo número de mulheres exercendo a docência nas primeiras etapas da Educação Básica, em que medida e como a produção de artigos científicos dão visibilidade a essa condição e sistematizam as explicações sobre as relações de gênero envolvidas na formação da identidade profissional dessas professoras? A proposta metodológica adotada foi a revisão bibliográfica, e os dados foram organizados por blocos temáticos. Para a análise empregou-se a Análise de Conteúdo (Bardin, 2011), o que permitiu a construção de categorias explicativas. Embora inicialmente tenham sido considerados os eixos moralidade, trabalho docente e legislação, a leitura do corpus possibilitou uma reorganização das categorias a partir dos sentidos que emergiram dos próprios textos. Assim, as análises foram estruturadas em cinco novos eixos: a naturalização da docência como vocação para a maternidade, o trabalho de cuidado como destino social, a socialização e o pertencimento como fundamentais para a identidade profissional, a invisibilização da categoria gênero nas pesquisas e os sentidos contraditórios da valorização docente. Os resultados indicam que, embora a identidade profissional docente feminina esteja presente como objeto, o gênero é frequentemente invisibilizado ou tratado de forma instrumental, o que aponta para a necessidade de aprofundamento desse debate no campo educacional.

Etnicidade, vitimização e titulação coletiva nos territórios de “Comunidades Negras” do norte de Cauca, Colômbia.
Aluno(a): Germán Andrés Moriones Polanía
Programa: Ciências Sociais
Data: 31/07/2025 - 14:30
Local: Teses I - IFCH/UNICAMP
Membros da Banca:
  • Prof. Dr. Jose Mauricio Paiva Andion Arruti (Orientador) - IFCH/ UNICAMP
  • Prof. Dr. Marco Alejandro Tobón Ocampo - Universidade Estadual de Campinas
  • Prof. Dr. Juan Felipe Hoyos García - Instituto Colombiano de Antropología e Historia
  • Prof. Dr. Cassius Marcelus Cruz - Universidade Federal de Pernambuco
  • Prof. Dr. Matheus Gato de Jesus - IFCH/ UNICAMP
Descrição da Defesa:

A pesquisa de doutorado analisa a emergência e transformações organizativas e territoriais que tem experimentado as “comunidades negras” do norte do departamento do Cauca, Colômbia, nas últimas três décadas. Utilizando uma etnografia multissituada, analiso as continuidades e descontinuidades nas formas organizacionais estabelecidas pelas comunidades durante o período em estudo, que refletem as particularidades históricas, políticas e culturais da região após a guinada multicultural estabelecida na Constituição Política de 1991 com o reconhecimento dos direitos étnicos e territoriais das populações negras do país. Esta investigação é resultado do apoio ao Conselho Comunitário Afrodescendente do distrito de La Toma, município de Suárez, departamento de Cauca, no processo de "restituição de direitos fundiários e titulação coletiva" que tramita perante o Primeiro Juizado Cível do Circuito Especializado em Restituição de Terras de Popayán.

Esses tipos de demandas e processos confluem entre políticas multiculturais, políticas de vitimização e cooperação internacional, onde as ideias modernas de sujeito, cidadania e Estado se chocam. Essas ideias implicam debates sobre vulnerabilidade e novas noções e possibilidades de articulação e vivência da negritude. Concluo que as práticas e relações estabelecidas entre organizações locais e instituições estatais permitem traçar a emergência de linguagens e categorias que moldaram a constituição de sujeitos etnizados e racializados, estabelecendo novas formas de relação com o Estado que possibilitaram o surgimento de lideranças políticas em torno de narrativas que transcendem as lutas étnicas e territoriais dos povos afro-colombianos.

A ESTADÍSTICA SERÁ A LUZ DO LEGISLADOR, DO MINISTRO D’ESTADO, E DO DIPLOMATA: VERSANDO A POLÍTICA DE LEGIBILIDADE ESTATÍSTICA EM PERNAMBUCO, SUAS REAÇÕES E DESDOBRAMENTOS (SÉCULO XIX)
Aluno(a): Victor Hugo de Almeida França
Programa: História
Data: 06/08/2025 - 09:00
Local: Sala de Defesa de Teses - IFCH/UNICAMP
Membros da Banca:
  • Ana Silvia Volpi Scott - Orientadora (UNICAMP)
  • Ricardo Figueiredo Pirola (UNICAMP)
  • Tarcísio Rodrigues Botelho (UFMG)
Descrição da Defesa:

A presente dissertação tem por objetivo analisar o processo de construção de uma política de legibilidade estatística no Império Brasileiro, especialmente na província de Pernambuco, palco da revolta que impediu a realização do primeiro censo geral da população em 1852. Dividida em três capítulos, a dissertação passa primeiramente pela formação e consolidação do Estado e da Nação, entendendo como as estatísticas foram um dos dispositivos criados em favor da administração e da criação de um statement, compreendendo também como o Império e Pernambuco estavam engajados com a febre das estatísticas. Em um segundo momento, analisamos a carreira pública de Jeronimo Martiniano Figueira de Mello em Pernambuco e sua importância como uma figura ilustrada interessada na produção de tais documentações. Analisamos também o Ensaio Sobre a Estatística Civil e Política da Província de Pernambuco, produzido pelo desembargador a partir do Contrato com o governo provincial de 1841, e seu processo de publicação. Por fim, debruçamos sobre a Guerra dos Marimbondos e na análise de aspectos relacionados com a condição jurídica, cor, liberdade e trabalho, entendendo que a revolta foi um marco para as estatísticas no Oitocentos, tendo em vista que ela impediu a concretização do maior indicador estatístico de um país.

VENENO NAS COMPOTAS DE CAJU: A LITERATURA FEMINISTA DE DÉLIA, EMÍLIA FREITAS, JÚLIA LOPES DE ALMEIDA E CHRYSANTHÈME
Aluno(a): Gabriela Simonetti Trevisan
Programa: História
Data: 28/08/2025 - 09:00
Local: Sala de Defesa de Teses - IFCH/UNICAMP
Membros da Banca:
  • Luzia Margareth Rago - Orientadora (UNICAMP)
  • Raquel Gryszczenko Alves Gomes (UNICAMP)
  • Anna Faedrich Martins Lopez (UFF)
  • Priscila Piazentini Vieira (UFPR)
  • Stella Maris Scatena Franco (USP)
Descrição da Defesa:

As escritoras Délia, Emília Freitas, Júlia Lopes de Almeida e Chrysanthème se destacam pela publicação de obras que tematizam a transgressão feminina, entre o final do século XIX e início do século XX, no Brasil. Proponho analisar seus escritos na perspectiva da crítica feminista da cultura patriarcal, fundamentando-me na epistemologia feminista, bem como nas reflexões de Michel Foucault sobre a loucura e em sua analítica do poder e das práticas de liberdade, com maior ênfase nos conceitos de “dispositivo da sexualidade” e de “heterotopia”. Destaco como os escritos dessas literatas permitem uma releitura de aspectos da experiência humana associados historicamente ao feminino, como as emoções e o corpo, subvertendo o imaginário social masculino. Para tanto, trago à tona o conceito de “poética feminista”, desenvolvido por Lúcia Helena Vianna, e focalizo três temas nas obras dessas autoras: a ironia e o humor como contestação dos comportamentos sociais femininos normativos; a loucura e o corpo rebelde diante das formações discursivas científicas hegemônicas; e a criação de utopias e/ou heterotopias feministas.