Próximas Defesas

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Revisitando a democracia racial
Aluno(a): Teófilo de Souza Carmo Reis
Programa: Sociologia
Data: 25/06/2024 - 14:30
Local: Sala Multiuso
Membros da Banca:
  • Prof. Dr. Mario Augusto Medeiros da Silva (Presidente) (Orientador) - IFCH/ UNICAMP
  • Profa. Dra. Mariana Miggiolaro Chaguri - IFCH/ UNICAMP
  • Dr. Antonio Sérgio Alfredo Guimarães - Universidade de São Paulo
  • Dr. Valter Roberto Silvério - Universidade Federal de São Carlos
  • Dr. Paulo Sergio da Costa Neves - Universidade Federal de Sergipe
Descrição da Defesa:

O presente trabalho revisita a ideia de democracia racial com uma combinação de elementos vindos do pensamento social brasileiro e da epistemologia social. Argumenta-se que as ferramentas filosóficas da epistemologia social, sobretudo aquelas ligadas às chamadas epistemologias da ignorância, ajudam a compreender os mecanismos pelos quais a ideia de democracia racial se modificou e atualizou ao longo do tempo. O primeiro capítulo apresenta conceitos da epistemologia social, com destaque para as noções de ignorância branca e injustiças epistêmicas. O segundo capítulo revisita o histórico de desenvolvimento de ideias que ajudaram a estabelecer o ideário da democracia racial. Passa-se então ao terceiro capítulo, onde os elementos apresentados anteriormente são utilizados na elaboração de uma nova abordagem para a democracia racial, na qual os elementos epistêmicos são trazidos para primeiro plano. Por fim, o quarto capítulo faz uma releitura de alguns trabalhos de Abdias Nascimento e Sueli Carneiro à luz da abordagem introduzida no capítulo anterior.

Para a crítica das ciências naturais: Marx e o projeto engelsiano da dialética da natureza
Aluno(a): Laura Sant'Anna Luedy Oliveira
Programa: Sociologia
Data: 26/06/2024 - 14:30
Local: Sala de Defesa de Teses I
Membros da Banca:
  • Prof. Dr. Matheus Gato de Jesus (Presidente) - IFCH/ UNICAMP
  • Prof. Dr. Sávio Machado Cavalcante - IFCH/ UNICAMP
  • Prof. Dr. João Carlos Kfouri Quartim de Moraes - IFCH/ UNICAMP
  • Dr. Ricardo Musse - Universidade de São Paulo
  • Dr. Erick Calheiros de Lima - Universidade de Brasília
Descrição da Defesa:

Esta tese contesta o argumento lançado pelo chamado "segundo estágio do ecossocialismo" e, particularmente, pelos trabalhos de John Bellamy Foster, de que Karl Marx teria aderido às proposições ontológicas associadas ao projeto de "dialética da natureza" de Friedrich Engels. Ante a variação das posições assumidas pelos dois últimos autores no que tange à questão da relação entre filosofia e ciência ao longo da década de 1840 – evidente em textos publicados ou preparados entre 1841 e 1849 – e o sentido das reflexões que fizeram nos debates em torno das limitações e potencialidades do conhecimento científico-natural, que despontaram na Alemanha depois de 1850 – discernido principalmente a partir de sua correspondência entre 1850 e 1880 –, argumento que os indícios do interesse continuado (conquanto lateral) de Marx pela pesquisa empreendida por Engels visando à produção de parte do Anti-Dühring (1878) e da maioria dos textos publicados posteriormente na Dialética da Natureza (1873-1886) se vinculam sobretudo à dimensão crítica, não propriamente ontológica do projeto que as animava. Tais indícios encontrram-se registrados esparsamente não só em sua correspondência, mas também em seus cadernos de estudo e em trechos de seus escritos publicados ou não. Por fim, levanto a hipótese de que essa postura remonta à apropriação que o autor teria feito da conceituação hegeliana da relação entre ciências do entendimento (Verstandswissenschaften) e ciência da razão (Vernunftswissenschaft).

Migrações haitianas: presença e vivência em Campinas-SP
Aluno(a): Sophia Damiano Rovêre
Programa: Demografia
Data: 27/06/2024 - 09:00
Local: Sala de Defesas de Teses I
Membros da Banca:
  • Profa. Dra. Rosana Aparecida Baeninger (Presidente) (Orientador) Instituição de Origem: IFCH/ UNICAMP
  • Profa. Dra. Joice Melo Vieira Instituição de Origem: IFCH/ UNICAMP
  • Profa. Dra. Ana Cecília Cossi Bizon Instituição de Origem: IEL/ UNICAMP
  • Dr. Paolo Parise Instituição de Origem: Instituto Teológico São Paulo /São Paulo
  • Dr. Joao Carlos Jarochinski Silva Instituição de Origem: Universidade Federal de Roraima /Boa Vista
  • Prof. Dr. Alberto Augusto Eichman Jakob Instituição de Origem: REIT/ UNICAMP
  • Dra. Andrea Poleto Oltramari Instituição de Origem: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, /Rio Grande do Sul
  • Dra. Renata da Silva Nobrega Instituição de Origem: Universidade Federal de Rondônia /
Descrição da Defesa:

Os recentes fluxos de imigração haitiana para o Brasil, sobretudo para a cidade de Campinas/SP e região estão associados a estruturação dos fluxos migratórios Sul-Sul (PHELPS, 2014) e as migrações transnacionais (GUARNIZO, 1998; GUARNIZO et al, 2003; GLICK-SCHILLER et al, 1992, 1995; GLICK-SCHILLER, 2012; PORTES, 2004, 2006). Desse modo, as migrações transnacionais ancoram-se nos processos globalizantes (MARTINE, 2005; SASSEN, 2010), que ao mesmo tempo que dinamizam o fluxo de capital e pessoas através das redes, são fragmentados e seletivos, produzindo e acentuando desigualdades (IANNI,2001; SANTOS, 2012). É neste contexto de ambiguidades criados pela globalização que estão inseridos os migrantes haitianos e haitianas, onde a formulação da sua história migratória se dá através de dimensões relacionadas com o contexto social da origem do fluxo e das possibilidades de acesso aos destinos, incluindo o âmbito intramunicipal, reformulando permanentemente seus projetos migratórios (BOYER, 2005; MA MUNG, 2009). Com isso, o objetivo do trabalho é de analisar as migrações transnacionais Sul-Sul a partir do contexto da imigração haitiana no município de Campinas/ SP, avançar na fundamentação teórico-metodológica a respeito da imigração haitiana, realizar entrevistas qualitativas com os sujeitos de pesquisa, identificar a estruturação das redes migratórias no caso haitiano (BOYD, 1989; MASSEY, 1988 e 1993; TRUZZI, 2008), os territórios circulatórios (TARRIUS, 1993 e 2000) dos haitianos e haitianas em Campinas/SP e analisar seu projeto migratório (BOYER, 2005; MA MUNG, 2009).

A outra margem do Rio Verde: etnografia da violência ambiental no território tradicional caiçara da Jureia
Aluno(a): Rodrigo Ribeiro de Castro
Programa: Antropologia Social
Data: 27/06/2024 - 14:00
Local: Teses I
Membros da Banca:
  • Prof. Dr. Mauro William Barbosa de Almeida - Presidente
  • Profa. Dra. Emilia Pietrafesa de Godoi - Titular
  • Prof. Dr. Carlos Santos - Titular
  • Profa. Dra. Nashieli Cecilia Rangel Loera - Titular
  • Profa. Dra. Sônia Maria Simões Barbosa Magalhães Santos - Titular
  • Prof. Dr. Augusto de Arruda Postigo - Suplente
  • Profa. Dra. Carmen Silvia Andriolli - Suplente
  • Profa. Dra. Mariana Miggiolaro Chaguri - Suplente
Descrição da Defesa:

Este trabalho trata da história de um povo posto à deriva: os caiçaras da Jureia que vivem na região do Vale do Ribeira, entre os estados de São Paulo (SP) e Paraná (PR). Trata também de suas resistências à violência ambiental, conceito que proponho para compreender o circuíto de dispositivos de poder enredados à realidade caiçara após a criação da Estação Ecológica Jureia-Itatins, no ano de 1986. O objetivo principal do trabalho está em estabelecer uma crítica etnográfica à violência ambiental, a qual levou ao esvaziamento populacional integral de pelo menos 10 comunidades, além do despovoamento drástico de outras. Demonstro como essa forma de violência não se limita à expulsão, pois no exílio de famílias distanciadas pela política ambiental a solidão ainda lacera o cotidiano. A pesquisa ancora-se em diferentes técnicas, como o estudo bibliográfico, a consulta documental, bem como o recurso à linguagem literária e à fotografia. A etnografia focaliza, principalmente, a realidade de famílias caiçaras oriundas da comunidade do Rio Verde, com as quais mantive relações de pesquisa nos últimos 12 anos e próximas das quais pude viver ao longo de 3 anos de pesquisa de campo (2018-2021). A relação com os caiçaras marca a etnografia, a qual pendula de uma linguagem objetiva voltada a subsidiar ações no sistema de justiça do Estado, a uma escrita intimada em conversas, viagens e na comoção com os sentimentos dos caiçaras. A discussão ética e política sobre essa realidade é centralizada na crítica ao paradigma da preservação do meio ambiente, realizada com base em estudos de antropologia e filosofia política, bem como nos conhecimentos tradicionais caiçaras sobre o poder. No âmbito desta crítica, a situação histórica da Jureia desvela a incidência da intervenção acadêmica, bem como o papel inevitavelmente contraditório dos pesquisadores nos conflitos. A conclusão aponta para os riscos colocados por uma racionalidade ecológica neoliberal, a qual se amplia no espaço na devastação deixado pela aceleração das catástrofes e crimes ambientais. O que está sob ameaça é o ethos caiçara, isto é, uma forma de vida camponesa socialmente institucionalizada no comum, e que legou, segundo os próprios ambientalistas, uma das áreas mais conservadas do mundo.

De Zweig a Herzog: sobre a violência do Estado, o Suicídio e a Religião
Aluno(a): David Creimer Reichhardt
Programa: Ciências Sociais
Data: 28/06/2024 - 14:00
Local: Sala de Teses
Membros da Banca:
  • Prof. Dr. Omar Ribeiro Thomaz - Presidente (UNICAMP)
  • Prof. Dr. Michel Gherman (UFRJ)
  • Profa. Dr. Susana Soares Branco Durão (UNICAMP)
  • Profa. Dra. Misha Klein (University of Oklahoma)
  • Profa. Dra. Guita Grin Debert
Descrição da Defesa:

O assassinato do jornalista Vladimir Herzog em outubro de 1975 gerou uma onda de protestos e acontecimentos que tornou o caso um símbolo na luta pelo fim da repressão política no Brasil. O cerco dos militares aos jornalistas culminou neste assassinato e ganhou destaque nos jornais. O caso levou milhares de pessoas às ruas, mas em silêncio. Herzog tinha origem judaica, e seu corpo deveria passar pelo complexo ritual judaico de sepultamento. Porém, o suicídio, versão dada pelos militares como causa da morte, é tido como um dos piores crimes no judaísmo e seu sepultamento tem um ritual particular. É objetivo desta pesquisa etnografar os eventos que cercaram estes episódios, buscando se aproximar da influência da política nos rituais religiosos, e do impacto do caso em uma comunidade traumatizada por perseguições.  As opiniões sobre a postura do Rabino Henry Sobel, que optou por enfrentar o regime ao seguir o sepultamento judaico “comum”, não eram uníssonas. Para contextualizar este cenário, a pesquisa aborda o destino dos corpos de outros judeus que foram vítimas do regime antes de Herzog. A relação com os outros casos e o cuidado com o corpo humano no ritual judaico abrem caminho para um estudo sobre a tortura e a violência de estado no Brasil.