Publicações
Ninguém tem o direito de dizer: "Revoltem-se por mim, trata-se da libertação final de todo homem". Mas não concordo com aquele que dissesse: "Inútil se insurgir, sempre será a mesma coisa". Não se impõe a lei a quem arrisca sua vida diante de um poder. Há ou não motivo para se revoltar? Deixemos aberta a questão. Insurge-se, é um fato; é por isso que a subjetividade (não a dos grandes homens, mas a de qualquer um) se introduz na história e lhe dá seu alento.
Série: Consignados Docentes IFCH Área de conhecimento: História Ano: 2017A suprema corte norte-americana é, provavelmente, a mais prestigiada e controvertida institutição judicial no debate contemporâneo. Ela esteve no centro das discussões sobre o modelo constitucional daquele país, desde que este foi adotado no final do século XVIII. A tal ponto que a história do pensamento político e jurídico dos Estados Unidos poderia, em gande parte, ser relatada a partir de debates sobre temas como a supremacia da Constituição, as relações entre direito e política, e a dinâmica das relações entre os poderes governamentais. O modelo constitucional norte-americano teve desde cedo repercussões internacionais. Ocorrei um processo de circulação de modelos, de trocas transfronteiriças e de inovação institucional, em que outros países não só copiaram ou rejeitaram, mas criaram, selecionaram ou combinaram aquele modelo com outros. Para ciência política, a relevância da Suprema Corte decorre também do fato de ser a instituição judicial que recebeu o maior volume de pesquisas acadêmicas ao longo dos anos. Dada a sua influência sobre as instituições judiciais brasileiras e a presença de discursos parciais e enviesados sobre as relações entre instituições judiciais, direito e política nas pesquisas de ciência política entre nós, é incontornável conhecer, discutir e criticar teorias, teses e argumentos sobre o tema. Esta coletânea é resultado do empenho coletivo em produzir nossas próprias pesquisas e reflexões críticas sobre o debate acerca do Judiciário daquele país, para quê a Suprema Corte é o foco privilegiado. (Editora - UEPG (Universidade Estadual de Ponta Grossa), 2017)
Série: Consignados Docentes IFCH Área de conhecimento: Ciência Política Ano: 2017O livro Trabalhadores no Tribunal:..., de autoria do historiador da Unicamp, Fernando Teixeira da Silva, é um texto que oferece aos estudiosos, operadores jurídicos e pessoas interessadas pelo tema um dos mais belos e consistentes textos da historiografia brasileira sobre um assunto relevante, mas ainda pouco pesquisado. Trata-se da relação entre a capacidade organizativa e reivindicativa dos trabalhadores brasileiros e seu acesso à Justiça do trabalho em busca de solução de problemas e de mediação de conflitos trabalhistas. A pesquisa realizada pelo autor compreende, além de outros documentos e de vas bibliografia sobre o mundo do trabalho e sobre História do Brasil, minuciosa análise de quinhentos processos do Tribunal Regional do Estado de São Paulo. Apresenta recorte conjuntural curto, mas escolhido a dedo, uma vez que referente à complexa realidade de um tempo em que os movimentos sociais ganharam capacidade inédita de organização e reivindicação na história brasileira. O foco está no ano de 1963, período em que conflitos políticos e sociais permeavam o dia a dia do país e que também, de acordo com o autor, abalaram, diversas vezes, os contornos da institucionalidade. A solidez argumentativa e interpretativa do contexto demonstra que, no inicio da década de 1960, a Justiça Trabalho, em meio a crescentes pressões populares por reformas estruturais, "se consolidou como referencia fundamental nas relações e nos conflitos entre capital e trabalho". Em outras palavras, a Justiça do Trabalho foi arena de conflitos e negociações, tendo, portanto, afirmado uma característica que a marcou como tatutagem desde seus primórdios. Uma das análises, apresentadas pelo autor, que muito chama atenção, se expressa no argumento de que a leis trabalhistas e a própria Justiça do Trabalho são, entre outras reazões, resultados de pressão dos trabalhadores - enquanto sujeitos da história sobre o Estado. E que também não podem ser desconsideradas, na dinâmica da história, as negociações entre os próprios trabalhadores, o empresáriado e diferentes governos. Essa perspectiva de estrita da História, orientada por uma compreensão inter-relacional, torna o livro ainda mas instigante e desafiador. Como desdobramento, o dialogo de Teixeira da Silva com diferentes interpretações historiograficas sobre o movimento sindical brasileiro pode ser considerada um dos pontos altos de seu texto. Finalmente, cabe destacar que na visão do autor nem o poder normativo, nem a esfera arbitral da Justiça do Trabalho anularam "outras formas simultâneas de mobilização dos trabalhadores". Ou seja, a complexa realidade de uma conjuntura caracterizada por conflitos e mediações é apresentada por Fernando Teixeira da Silva com consistência e clareza. São qualidades raras que contribuem para deste livro um clássico dos estudos sobre diferentes esferas do mundo do trabalho no Brasil. -
Lucilia de Almeida Neves Delgado
Historiadora: Unb, UDF e UFMG
Série: Consignados Docentes IFCH Área de conhecimento: Ciência Política, História Ano: 2016As heterotopias referem-se à possibilidade de reinventarmos e darmos novos sentidos aos espaços físicos, geográfricos, políticos, afetivos ou subjetivos, que aprendemos a ver de maneira empobrecida na Modernidade, perdendo sua multiplicidade. Ao contrário das utopias, que levam a algum tempo distante no futuro, as heterotopias dizem respeito ao aqui e agora e à possibilidade de transformar o mundo exterior e interior, individual e coletivamente.
Série: Consignados Docentes IFCH Área de conhecimento: História Ano: 2015 Peso: 40 gramas Tamanho: 18x13 Número de páginas: 70 Arquivo digital do livro: Arquivo indisponível Resumo do livro: Arquivo indisponívelsem resumo.
Série: Consignados Docentes IFCH Área de conhecimento: Sociologia Ano: 2014 Peso: 250 gramas Tamanho: 17x24 Número de páginas: 159 Arquivo digital do livro: Arquivo indisponível Resumo do livro: Arquivo indisponível*
Série: Consignados Docentes IFCH Área de conhecimento: Sociologia Ano: 2014Aproximar-se do “povo” era uma das aspirações mais caras tanto dos militantes de esquerda quanto dos artistas e intelectuais brasileiros durante a ditadura civil-militar de 1964-1985. O novo país que eles almejavam construir, necessariamente, brotaria das raízes nacionais. O que os inspirou nessa busca, que refluiu após o triunfo da lógica do mercado global, nos anos 1990? Que herança teria deixado?
Nesta obra, aqui apresentada em segunda edição, revista e ampliada, Marcelo Ridenti analisa o tema em seis capítulos.No primeiro, expõe aspectos do romantismo revolucionário nos meios intelectualizados nos anos 1960 e início dos 1970, marcados pela utopia da integração do intelectual com o homem simples do povo, que supostamente não contaminado pelo capitalismo, daria vida a um projeto alternativo de sociedade desenvolvida.
No segundo capítulo, o autor aborda a inserção no meio artístico do Partido Comunista Brasileiro (PCB), cuja linha política, segundo ele, nada teve de romântica, ao contrário de seu setor cultural, marcado por propostas difusas de valorização de “autênticas raízes brasileiras”.
Ridenti enfoca, então, no terceiro capítulo, os grupos de esquerda, pós-1964, como as dissidências armadas do PCB e os trotskistas, vinculando sua atuação à ebulição cultural do período e enfatizando a participação de artistas em suas fileiras. Para ele, aqueles grupos tinham pontos de vista modernizantes e só podem ser chamados de românticos na medida em que “a alternativa de modernização passava por certa visão nostálgica do povo brasileiro”.
Benjamim (1995), de Chico Buarque, é o assunto do quarto capítulo. Ridenti propõe uma leitura do livro que leve a um balanço da dimensão sociopolítica no conjuntodas obras do artista produzidas entre os anos 1960 e os 1990, período que ele revisitano romance. Segundo Ridenti, Benjamim “recoloca e atualiza o lirismo nostálgico e a crítica social, paralelamente ao esvaziamento da variante utópica da obra de ChicoBuarque, expressando a perplexidade da intelectualidade de esquerda às portasdo século XXI.”
O quinto capítulo trata da brasilidade de Caetano Veloso, representante máximo do Tropicalismo, movimento que, de acordo com Ridenti, ao contrário de representar ruptura radical com a cultura política forjada naqueles anos, é um de seus frutos diferenciados.
Por fim, o autor procura apontar o refluxo e alguns desdobramentos daquele empenho revolucionário e a recuperação, ainda que parcial, das quase esquecidas ideias de povo, Estado-nação e raízes culturais, como reação ao ímpeto transnacionalizante neoliberal.
Série: Consignados Docentes IFCH Ano: 2014 Peso: 635 gramas Tamanho: 16 x 23 Número de páginas: 450 Arquivo digital do livro: Arquivo indisponível Resumo do livro: Arquivo indisponívelsem resumo.
Série: Consignados Docentes IFCH Área de conhecimento: Filosofia Ano: 2014 Peso: 450 gramas Tamanho: 17x24 Número de páginas: 414 Arquivo digital do livro: Arquivo indisponível Resumo do livro: Arquivo indisponívelAs religiões existem e nem são estudadas no vazio. Os estudos históricos, sociológicos, antropológicos, filosóficos, políticos ou semióticos que têm como foco "as religiões" se defrontam com questões de ordem metodológica e teórica e devem responder a algumas indagações fundamentais: por que devemos estudar religiões? O que faz dos estudos das religiões uma disciplina acadêmica? O que é religião?
Série: Consignados Docentes IFCH Área de conhecimento: História Ano: 2014 Peso: 250 gramas Tamanho: 24x17 Número de páginas: 255 Arquivo digital do livro: Arquivo indisponível Resumo do livro: Arquivo indisponívelDe Sul e Norte, de Leste a Oeste, um espectro ronda nosso movimento feminista e lésbico: o essencialismo. Definindo o ser mulher (ou lésbica) como uma "identidade" que se deveria "descobrir" ou "afrimar", nos perdemos em uma busca de revalorização do "feminino" ou da "diversidade" como algo positivo, que nos poderia retirar do impasse ao qual o sistema (hetero) patriarcal, racista e de classes nos levou. Muitas vezes, inclusive, muitas feministas e lésbicas mais radicais caem na tentação de acreditar finalmente, no fundo, nossa situtação repousa sobre uma base biológica: a famoso "diferença dos sexos", a capacidade que algumas de nós temos de engravidarmos e parir as gerações seguintes. Um dos elementos que nos leva a essa crença é a famosa teoria "sexo/gênero", que muitas de nós temos aprendido, e muitas vezes ensinado, em dezenas de oficinas: por trás do gênero, que pe social, esta o biológico, que não deixa de ser natural... Que alívio! A moral fica a salvo já que depois de tudo a heterossexualidade é a forma normal e lógica de se relacionar, ainda que algumas saiam dela. E nos deixa com uma esperança simples: o feminino, que tem sido sempre oprimido, um belo dia fará sua revanche (ainda que não saibamos muito bem como, mas é de sobra conhecido que algum dia, por operação divina, "os primeiros serão os últimos")...
Série: Consignados Docentes IFCH Área de conhecimento: Ciência Política Ano: 2014 Peso: 200 gramas Tamanho: 14x23 Número de páginas: 222 Arquivo digital do livro: Arquivo indisponível Resumo do livro: Arquivo indisponível