Arquivo Edgard Leuenroth (AEL), em parceria com o Centro de Estudos de Opinião Pública (Cesop), acaba de lançar a mostra Modernidade, identidade e consumo: as ondas do rádio na formação de padrões de comportamento social e político nos centros urbanos brasileiros.
A exposição, que integra o "Circuito Unicamp em 22: os muitos sentidos das efemérides de 2022", destaca fontes de pesquisa do AEL, em especial o acervo histórico do Ibope (que contém pesquisas desde 1942), e do Banco de Dados de Pesquisas de Opinião Pública do Cesop, bem como documentos reunidos por meio de farta pesquisa em documentação e sites.
Além de importantes datas comemorativas para o ano de 2022 - que contam com manifestações artísticas, palestras, lives, seminários, lançamentos de livros e exposições promovidas pelas unidades de ensino, centros e núcleos da Unicamp, possibilitadas por uma comissão interdisciplinar da PROEC -, a mostra virtual do AEL/Cesop celebra o centenário da primeira transmissão pública do Rádio no Brasil, realizada em setembro de 1922.
Em seu surgimento, o rádio ajudou a construir referências culturais, políticas e de consumo para um país ainda majoritariamente analfabeto. O rádio, tido por muitos analistas como a mídia que seria superada pela televisão nos anos 1950, atravessou o século XX e hoje ressurge com potencial inovador e tecnológico, ainda impactando a vida nacional e a construção da identidade do cidadão moderno. Novos formatos de narrativas sonoras permitem que a população marginalizada seja ouvida, podendo se configurar como oportunidade para a inclusão social.
Nesse cenário, o desafio atual do rádio é transpor a desigualdade de acesso que marca o abismo digital entre os brasileiros de modo que seu potencial inclusivo possa ser, de fato, realizado.
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