REPRODUÇÃO SOCIAL E PRÁXIS FEMINISTA: A MILITÂNCIA TRANSFORMADORA DAS MULHERES DO MTD E DO LEVANTE POPULAR DA JUVENTUDE (2015-2018)

Esta pesquisa se debruça sobre a práxis feminista das mulheres do Movimento de Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos (MTD) e do Levante Popular da Juventude (Levante) para compreender como suas ações e reflexões estão contribuindo para alterar as estratégias e práticas de ambos movimentos sociais populares, a partir do reconhecimento da Reprodução Social como indispensável na luta de classes. Recorrendo a entrevistas semiestruturadas e a revisão bibliográfica, defendemos a hipótese de que o contexto reacionário entre 2015 e 2018, período em que ocorre o golpe de Estado e o assassinato de Marielle Franco, e também massivos protestos feministas, contribuiu para catalisar a luta feminista antirracista. Ao mesmo tempo em que impôs duras derrotas à agenda feminista e dificuldades à prática política das mulheres, também exacerbou determinadas contradições e jogou luz sobre as lutas por necessidades básicas (renda, saúde, educação, terra, alimentos, água, sobrevivência, etc.) majoritariamente protagonizadas por mulheres das classes trabalhadoras, muitas delas negras. A partir de uma práxis feminista, elas propõe uma atualização da interpretação das classes trabalhadoras no Brasil contemporâneo e, assim, das estratégias políticas dos movimentos sociais que compõem. As entrevistas revelam como a prática cotidiana dessas mulheres têm impulsionado o reconhecimento das contradições analíticas entre reprodução e produção, e, com isso, reposicionado os métodos e as práticas das organizações. A pesquisa ainda visa demonstrar que o processo de assimilação da prática feminista passa por um esforço de solidariedade interseccional, visto o caráter misto em gênero e raça de ambas as organizações. Defendemos que é justamente a diferença entre as pessoas, bem como o manejo dos conflitos e violências que afloram, fundamentado em um companheirismo militante, que propulsiona as organizações a encontrarem saídas que sejam transformadoras. Para sustentar nossas análises, nos fundamentamos em teóricas e teóricos da Reprodução Social (TRS), na Teoria feminista interseccional (enquanto ferramenta analítica e práxis crítica) de Patricia Hill Collins e Audre Lorde, e em teóricas decoloniais.

Data da defesa: 
segunda-feira, 1 Abril, 2024 - 10:00
Membros da Banca: 
Prof. Dr. Michel Nicolau Netto (Presidente) - IFCH/ UNICAMP
Profa. Dra. Bárbara Geraldo de Castro - IFCH/ UNICAMP
Profa. Dra. Renata Cristina Gonçalves dos Santos - UNIFESP
Programa: 
Nome do Aluno: 
Pamela Carolyne Oliveira
Sala da defesa: 
Sala de Defesa de Teses I