O Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp, como instituição de ensino, pesquisa e extensão comprometida com a luta pela democracia e pelos direitos humanos e com a preservação da memória, não pode deixar de registrar, neste 1º de abril de 2024, os 60 anos do golpe militar de 1964. Essa data inaugurou um longo período de violações, perseguições, censura, silenciamentos, desaparecimentos, torturas e assassinatos políticos.
A repressão a militantes de organizações de esquerda, partidos, sindicatos e movimentos sociais; a violência policial contra as classes trabalhadoras, a população periférica, os povos originários e a opressão sistemática de grupos sociais subalternizados potencializaram as desigualdades sociais, o racismo, a homofobia e o machismo. A ditadura militar constitui uma chaga que continua aberta em nossa história, permitindo que o passado ainda se faça presente na sociedade e na política brasileiras.
Hoje é dia de recordar e prestar homenagem a todas as pessoas que resistiram e lutaram contra a ditadura. Lembramos, em especial das e dos estudantes, docentes e funcionárias/os da Unicamp que foram vítimas do arbítrio e tiveram seus direitos violados, como revelado pelo relatório da Comissão da Verdade e Memória “Octavio Ianni” (2014-15).
A luta por verdade, justiça e reparação não pode ser travada com conciliação e anistia àqueles que cometeram crimes em nome do Estado. É nosso dever contribuir para que essa data, de tão triste memória, não seja apagada do calendário. Não podemos nos calar, não podemos nos esquecer!
Campinas, 01 de abril de 2024
A Direção do IFCH
(Imagem: Fundo Correio da Manhã – Arquivo Nacional)