Fortuna Crítica - Ciclo II - Elide Rugai Bastos: A reprodução da desigualdade: racismo e ordem social competitiva

Data da publicação: seg, 18/10/2021 - 16h26min

O Fortuna Crítica - Ciclo II abordará aspectos diversos do Pensamento Social brasileiro a partir das contribuições da professora Elide Rugai Bastos, e terá transmissões ao vivo das quatro palestras pelos canais do IFCH nas redes sociais.

O terceiro encontro será dia 21 de outubro, às 17 horas nos canais do IFCH Unicamp com o tema A reprodução da desigualdade: racismo e ordem social competitiva.

Diante da crise sanitária que o mundo atravessa coloca-se com força a questão dos limites da democracia. A situação da sociedade brasileira pode ser alinhada à atualidade do debate internacional sobre a concepção formal de justiça e de igualdade de condições sociais, políticas e culturais, cotidianamente levantada pelos dirigentes da Organização Mundial de Saúde diante dos desníveis de acesso aos cuidados médicos. A costumeira visão naturalizada da assimetria social que faz parte da história brasileira começa a ser abalada diante dos fatos inegáveis de uma sociedade marcada pela pobreza, pela desigualdade, pela exclusão, pela concentração de riqueza e má distribuição de bens. Mas, para o estudioso das ciências sociais a constatação dessa situação não é suficiente, mesmo que acertadamente possa ancorar políticas sociais importantes. É necessário ir além do aparentemente constatável e caminhar na direção da compreensão das razões da reprodução dessa situação ao longo da história nacional. Só assim torna-se possível definir e intervir em relação aos mecanismos dessa reprodução. A inclusão da população liberada pela abolição da escravatura à sociedade foi tema importante do pensamento brasileiro. Porém, na maior parte dos textos, mesmo não se apresentando como intenção explícita, reforça-se o comportamento discriminatório herdado do antigo regime. A denúncia dessa situação encontra fortes representantes no grupo que se forma em torno de Florestan Fernandes na USP. A pergunta que levanto é como os elementos analíticos levantados por essa tradição podem ajudar a refletir sobre as várias formas contemporâneas de discriminação.

Textos indicados para leitura

BASTOS, Elide. A questão racial e a revolução burguesa. In: D’INCAO, Angela. (Org,) O saber militante.: ensasios sobre Florestan Fernandes. São Paulo: Paz e Terra, 1987. DUARTE, Paulo. Negros do Brasil. O Estado de S. Paulo. São Paulo, 16 abr. 1947, p. 5 e 17 abr. 1947, p. 6.

BASTOS, Elide. Sessenta anos de um relatório exemplar. In: em Sinais Sociais, v. 10, 2015.

FERNANDES, Florestan. A integração do negro na sociedade de classes. São Paulo: Dominus Ed.: EDUSP, 1965.

FREYRE, Gilberto. Casa-grande & senzala. Formação da família brasileira sob o regime de economia patriarcal. Rio de Janeiro: Maia & Schmiidt Ltda, 1933.

RAMOS, Guerreiro. Introdução Crítica à Sociologia Brasileira. Rio de Janeiro: Andes, 1957.

 


Programação:

Data Título Local
qui, 21/10/2021 - 17:00 A reprodução da desigualdade: racismo e ordem social competitiva Canais do IFCH Unicamp