Seminário: "Os conflitos por terras no Brasil contemporâneo: índios, sem terras, Estado e latifúndio"

Data da publicação: qua, 21/06/2017 - 15h06min

Seminário: "Os conflitos por terras no Brasil contemporâneo: índios, sem terras, Estado e latifúndio"

Data: 28 de junho de 2017 (quarta-feira)
Horário: 14:00hs às 16:00hs
Local: Sala da Congregação - Prédio da Pós-Graduação - IFCH
 

 

Debatedores:

Artionka Capiberibe (Departamento de Antropologia/Unicamp)

Dion Monteiro (Doutorado em Ciências Sociais/Unicamp)

 

Moderadora:

Maiane Ribeiro (Mestrado em Antropologia Social/Unicamp) 

 

 

A violência contra povos indígenas e trabalhadores rurais não é algo novo no Brasil, assim como não é novidade a aliança entre Estado e latifúndio neste país. De fato, essa concepção político-econômica está presente desde o início da colonização deste território, em diversos formatos. As “Capitanias Hereditárias”, sistema administrativo criado em 1534 por D. João III, dividindo o território brasileiro em grandes faixas e entregando a particulares, já apresentava este processo. Com o tempo, essa relação foi se “modernizando”, tomando formas do contemporâneo, onde a institucionalização garante os direitos das elites econômicas, e a legalidade não é palavra tão inexorável assim.

Atualmente as politicas econômicas que privilegiam e fortalecem o agronegócio andam juntas com um arcabouço jurídico em atualização regressiva, fragilizando e retirando direitos constitucionais garantidos em 1988. Redução de áreas protegidas, exploração econômica onde antes não poderia ocorrer, expropriação territorial de povos indígenas e comunidades tradicionais, incluindo  trabalhadores rurais, são identificadas o tempo todo nas “casas do povo”, o Congresso Nacional em especial.

Junto a isso vê-se também a modernização da pistolagem. Se antes este “serviço” era feito por indivíduos, os pistoleiros, que eliminavam camponeses, posseiros, religiosos, sindicalistas,  indígenas, e qualquer opositor ao latifúndio em troca de dinheiro, agora os serviços de pistolagem se escondem por trás de “empresas de segurança”, algumas com CNPJ e carteira assinada, verdadeiras milicias com “autorização para matar”. Em outros casos, as próprias forças de segurança do Estado cumprem este papel. O ataque aos índios Gamela no mês de abril, no Maranhão, e o massacre de Pau d'Arco no mês de maio, no Pará, mostram mais uma vez essa lógica perversa e cruel.

 

Objetivos:

- Debater a questão agrária no Brasil contemporâneo;

- Avaliar os elementos que sustentam a explosão de violência contra indígenas e trabalhadores rurais no Brasil, vide os casos recentes no Maranhão e Pará;

- Repercutir os ataques e as chacinas que estão se repetindo no Brasil, como a chacina de Pau d'Arco, ocorrida no mês de maio, no Pará.

 

 

Ao final do evento será apresentado aos participantes um documento (abaixo-assinado), cobrando plena apuração e punição aos responsáveis pela Chacina de Pau d"Arco, ocorrida no mês passado (maio), no Estado do Pará.

Organização: Profa. Dra. Mariana Chaguri e Dion Monteiro (Doutorado em Ciências Sociais/Unicamp)
Promoção: Centro de Estudos Rurais – CERES/IFCH/UNICAMP e Programa de Doutorado em Ciências Sociais
Apoio Técnico: Secretaria de Eventos - IFCH


Programação:

Data Título Local Descrição
qua, 28/06/2017 - 14:00 a 16:00 Seminário: "Os conflitos por terras no Brasil contemporâneo: índios, sem terras, Estado e latifúndio" Sala da Congregação - Prédio da Pós

Debatedores:

Artionka Capiberibe (Departamento de Antropologia/Unicamp)

Dion Monteiro (Doutorado em Ciências Sociais/Unicamp)

 

Moderadora:

Maiane Ribeiro (Mestrado em Antropologia Social/Unicamp)

 

 

 

Organização: Profa. Dra. Mariana Chaguri e Dion Monteiro (Doutorado em Ciências Sociais/Unicamp)
Promoção: Centro de Estudos Rurais – CERES/IFCH/UNICAMP e Programa de Doutorado em Ciências Sociais
Apoio Técnico: Secretaria de Eventos - IFCH