Rafael Rodrigues Garcia
Possui Bacharelado em Filosofia (2007), Licenciatura em Filosofia (2010), Mestrado em Filosofia (2010) e Doutorado em Filosofia (2015), pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. Além disso, foi bolsista pelo edital conjunto DAAD/CAPES/CNPq para estágio de pesquisa na Humboldt-Universität Zu Berlin, na Alemanha (2014).
É professor do Departamento de Filosofia da Universidade Estadual de Campinas, desde 2018, e membro da Internationale Ernst Cassirer Gesellschaft.
Linhas de Pesquisa:
- Filosofia política
- Filosofia da cultura
- Teoria das Ciências Humanas
- História da Filosofia Contemporânea
Produções em desenvolvimento:
Atualmente, investigamos aproximações e contrastes entre pensadores da Teoria Crítica, de um lado, e Ernst Cassirer, de outro, em seus respectivos programas, tanto do ponto de vista temático quanto metodológico, com ênfase em seus escritos políticos. Enquanto a Teoria Crítica figura como uma das mais frutuosas escolas filosóficas do século XX, largamente estudada e comentada seja no âmbito da filosofia, seja em áreas afins, a obra de Ernst Cassirer não encontrou a mesma sorte. Sua obra pode ser arrolada ao lado daqueles tantos sistemas filosóficos que são muito mais citados do que lidos e cujas veredas de investigação não foram senão indiretamente continuadas, muitas das vezes sem que se reconheça em seus continuadores as devidas contribuições por eles dadas.
A consideração paralela das contribuições de Cassirer, Max Horkheimer e Theodor Adorno à história da filosofia e à reflexão de seu tempo presente já parece à primeira vista capaz de muitos bons frutos para o historiador da filosofia, tal é a semelhança no conjunto temático (instrumentalização da razão, busca por uma filosofia social/ filosofia da cultura que dê conta da situação histórica presente, crítica aos limites do programa moderno e de seus desdobramentos no totalitarismo, entre outros) e na atitude filosófica geral, embora confirmada apenas parcialmente no horizonte de referências (a abordagem antropológica de Cassirer, muito próximo da Escola de Hamburgo, passa ao largo de autores como Marx, Weber e Nietzsche, dialoga pouco com Freud, por exemplo, mas conta com forte presença do pensamento hegeliano em pontos estruturantes de sua filosofia) e interlocução (dada sua raiz na escola neokantiana de Marburgo, conhecida por seu cientificismo, Cassirer é profícuo interlocutor de cientistas de sua época, além de ter considerável proximidade com os inícios da Escola de Viena, ao passo que a teoria crítica é mais lembrada por seus intercâmbios com a psicanálise e com o materialismo histórico) e muito pouco nas respostas às questões colocadas.
Justamente pela proximidade temática e cronológica, bem como pela raiz numa tradição de pensamento em parte semelhante, cremos que da análise conjunta de suas obras poderemos reconstruir de modo mais amplo e profundo os debates em que elas se inseriram, com destaque às questões relativas à cultura, técnica, pensamento mítico e totalitarismo.
No que tange ao horizonte de reflexão para a situação da filosofia acerca de nosso tempo presente, busca-se ainda uma perspectiva mais abrangente para lidar com questões prementes de um mundo multicultural contemporâneo, especialmente naquilo que concerne às tensões no campo político e suas ramificações.
Publicações mais relevantes:
- Krise und Totalitarismus im Denken Ernst Cassirers. In: Timo Klattenhoff; Viola Nordsieck; Pellegrino Favuzzi; Yosuke Hamada. (Org.). Symbol und Leben: Grundlinien einer Philosophie der Kultur und Gesellschaft. 1ed.Berlin: Logos, 2017, v. , p. 85-98.
- GARCIA, Rafael R.. Mito, diversidade e intolerância: Reflexões e apontamentos a partir de Ernst Cassirer e Jürgen Habermas. Idéias - Revista do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da UNICAMP, v. 5, p. 215-239, 2014.
- Ensaio para uma fenomenologia do pensamento védico. Rever (PUCSP), v. 14, p. 52-75, 2014.
- GARCIA, Rafael R.. Adorno e a Racionalização da Música: Do Desencantamento do Mundo ao Encantamento do Conceito. Peri, v. 2, p. 89-105, 2010.
- GARCIA, RAFAEL RODRIGUES. Apresentação à tradução "Disputa de Davos entre Ernst Cassirer e Martin Heidegger". CADERNOS DE FILOSOFIA ALEMÃ, v. 22, p. 157-159, 2017.
- GARCIA, Rafael R.. Gleichschaltung: o princípio do totalitarismo em Ernst Cassirer. Revista de Filosofia Aurora online, v. 28, p. 295-311, 2016.
- Technik und Externalisierung der Erkenntnis: Bemerkungen über das Zeitalter der virtuellen Welt. In: Tobias Endres; Pellegrino Favuzzi; Timo Klattenhoff. (Org.). Philosophie der Kultur- und Wissensformen: Ernst Cassirer neu lesen. 1ed.Frankfurt: Peter Lang, 2016, v. , p. 93-112.
- Sentimento de humanidade: solidariedade e reconhecimento a partir da filosofia da cultura de Ernst Cassirer. In: Joaquim Braga; Rafael Garcia. (Org.). Antropologia da Individuação. 1ed.Porto Alegre: Editora Fi, 2017, v. , p. 55-83.
Livros:
- GARCIA, Rafael R.; BRAGA, J. (Org.) . Antropologia da Individuação. 1. ed. Porto Alegre: Editora Fi, 2017.
- GARCIA, Rafael R.. Genealogia da Crítica da Cultura: sobre a Filosofia das Formas Simbólicas de Ernst Cassirer. 01. ed. Saarbrücken: Novas Edições Acadêmicas, 2014. 122p.
Orientandos
-Doutorado:
- Harald Sá Peixoto Pinheiro. Início em 2019.
- Rafael Teixeira da Silva Pugliesi. Início em 2019.
Prédio: Prédio da Pós Graduação
Sala: 27A
Fone: +55 (19) 35211635