Próximas Defesas

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Marreteiros e CPTM: entre a garantia e o fim do trabalho informal nas linhas de trens
Aluno(a): Laís da Silva
Programa: Ciência Política
Data: 28/06/2024 - 14:00
Local: Sala Multiuso
Membros da Banca:
  • Profa. Dra. Andreia Galvão (Presidente) - IFCH/UNICAMP
  • Profa. Dra. Angela Maria Carneiro Araújo - IFCH/UNICAMP
  • Prof. Dr. Bruno José Rodrigues Durães - UFRB
Descrição da Defesa:

A presente dissertação tem como tema o trabalho desenvolvido por trabalhadores dentro dos vagões de trem. É dentro da informalidade que esses sujeitos asseguram a renda para sobrevivência familiar, fazendo extensas horas de trabalho. Como o trem aglomera um significativo número de pessoas, passa a ser um espaço com a possibilidade de obter renda, no qual coexistem pedintes e trabalhadores que exercem as mais diferentes atividades, desde a venda de produtos até trabalhadores da cultura que dançam, recitam poesias, tocam instrumentos e cantam. Nossa pergunta de partida é a seguinte: como e de que maneira o trabalho informal praticado nos trens pelos marreteiros ajuda a compreender as dificuldades de organização coletiva no contexto neoliberal? Diante disso, nossos objetivos são: a)analisar se existe alguma forma de organização coletiva dos trabalhadores informais do trem e se os sindicatos ou outros movimentos sociais procuram organizá-los de alguma forma; b)compreender as condições de vida desses trabalhadores e sua relação com o transporte público; c) identificar as estratégias e táticas institucionais utilizadas pela empresa operadora do transporte público da cidade para fazer frente à presença de trabalho informal em seus espaços. A abordagem que orienta a análise leva em conta as categorias de classe, raça, gênero e a bibliografia sobre trabalho informal. A pesquisa de campo compreende técnicas de observação direta e entrevistas semiestruturadas.

A "família Bolsonaro" e a moralidade de todos: direitos humanos e a política antigênero no Governo Federal
Aluno(a): Paula Andréa Gomes Bortolin
Programa: Ciências Sociais
Data: 28/06/2024 - 14:00
Local: Sala da Congregação
Membros da Banca:
  • Prof. Dr. Ronaldo Romulo Machado de Almeida - Presidente (Unicamp)
  • Prof. Dr. Marcelo Ayres Camurça Lima - (UFJF)
  • Profa. Dra. Brenda Maribel Carranza Dávila - (Unicamp)
  • Profa. Dra. Lilian Maria Pinto Sales - (Unifesp)
  • Prof. Dr. André Kaysel Velasco e Cruz
Descrição da Defesa:

Essa pesquisa de doutorado tem como objetivo examinar a composição do campo moral estruturado pelo governo do Presidente Jair Bolsonaro no que refere à regulação da unidade familiar. Propomos observar as maneiras pelas quais esse tema foi abordado pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) para compreender  a reorganização da ação estatal no campo dos direitos humanos. Nossa análise se concentra no desempenho e nas formas de apresentação desse órgão, tendo em vista que é nessa arena que a moralidade relativa à categoria de família e seus correlatos (sexualidade, identidade de gênero e reprodução) é amplamente discutida. Dessa forma, propomos analisar a relação entre moral e política, a fim de compreender como essa última é organizada pela categoria de família. À vista disso, identificaremos e analisaremos as estratégias utilizadas pelo MMFDH para estabelecer uma noção de família conservadora como um ponto regulador dos direitos humanos no Brasil. Cabe salientar que a aliança entre Jair Bolsonaro e lideranças evangélicas foi crucial para a criação de uma política governamental antigênero. Assim, a análise é fundamentada na força política que o ativismo evangélico conservador desempenhou nas disputas políticas de temas que compõem os direitos humanos, durante as últimas décadas, no Brasil. Compreendemos que o engajamento de líderes evangélicos em regular o campo institucional dos direitos humanos coloca um novo problema para o “pacto de laicidade” firmado outrora pelo Estado e Igreja Católica. Pretendemos, portanto, refletir, por meio da literatura que trata da política antidemocrática em ascensão no ocidente, como a aliança estabelecida entre a moralidade religiosa e o neoliberalismo tem afetado a laicidade do Estado brasileiro, ameaçando as regras que compõem o jogo democrático, como o direito à diferença, fundamentado na ideia de pluralismo.

O realismo político de Hegel na seção “A religião da arte” da Fenomenologia do espírito: “é fundamentada a desconfiança” frente à exigência da conformidade da política à moral
Aluno(a): Rafael Teixeira da Silva Pugliesi
Programa: Filosofia
Data: 01/07/2024 - 09:00
Local: Sala de Defesas de Teses I
Membros da Banca:
  • Presidente Prof. Dr. Rafael Rodrigues Garcia IFCH/ UNICAMP
  • Membros Titulares Prof. Dr. José Eduardo Marques Baioni Universidade Federal de São Carlos - UFSCAR
  • Prof. Dr. Emmanuel Zenryo Chaves Nakamura Freie Universitat Berlin
  • Prof. Dr. Marcos Severino Nobre IFCH/ UNICAMP
  • Prof. Dr. Agemir Bavaresco Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
  • Membros Suplentes Prof. Dr. Fábio Mascarenhas Nolasco Universidade de Brasilia
  • Profa. Dra. Monique Hulshof IFCH/ UNICAMP
  • Prof. Dr. Erick Calheiros de Lima Universidade de Brasília
Descrição da Defesa:

Neste trabalho, tentaremos mostrar que, na seção “A religião da arte” do sétimo capítulo da Fenomenologia do espírito (VII, B), Hegel não descreve somente o contraste da religião grega com a religião natural, mas, antes, a consciência de seu tempo. Na abertura da subseção “A obra-de-arte espiritual” (VII, B, c), lemos que os “belos espíritos-dos-povos” reúnem-se “em um único Panteão” (PhG, 529, § 727), entretanto, “esses estão sob a hegemonia de um, mais que sob sua soberania” (530, § 728). Nesses parágrafos, Hegel parece confrontar, ao seu realismo político, a ideia kantiana de uma federação de Estados pacíficos que se expande em direção à paz perpétua e à instituição de uma república mundial, assim como Hegel o fizera nos textos da “Filosofia do espírito” de 1805-6 que precederam a Fenomenologia: “uma união de povos em direção à paz perpétua seria a dominação de um povo, ou seja, seria apenas um povo” (Jenaer Systementwürfe III, 250). Na seção “A religião da arte”, parece ser mostrado que “é fundamentada essa desconfiança” (PhG, 538, § 738) frente à virtude, frente à exigência kantiana de que a política seja conforme à moral: que é fundamentada a desconfiança própria a um realismo político de extração maquiaveliana. Não é possível interpretar que seria também desmascarada a máscara ideológica da Revolução Francesa que encobre o seu rosto imperialista? Isto é, interpretar que, para a consciência religiosa do sétimo capítulo, Napoleão, um herói trágico, “estabelece ainda outras provas” (PhG, 538, § 737) contra a prioridade que Kant dá à fundação moral da superação da guerra em direção à paz perpétua?

Trabalhadores do aço na terra da cana: os metalúrgicos e a formação da classe operária em Piracicaba (1945-1968)
Aluno(a): Fabiana Ribeiro de Andrade Junqueira
Programa: História
Data: 01/07/2024 - 14:00
Local: Sala de Defesa de Teses - IFCH/UNICAMP
Membros da Banca:
  • Claudio Henrique de Moraes Batalha - Orientador (UNICAMP)
  • Fernando Teixeira da Silva (UNICAMP)
  • Murilo Leal Pereira Neto (UNIFESP)
  • Edilene Teresinha Toledo (UNIFESP)
  • Clifford Andrew Welch (UNIFESP)
Descrição da Defesa:

A cidade de Piracicaba, localizada a 170 quilômetros de São Paulo, possui uma trajetória marcada pela conjugação do desenvolvimento agrário, que ocorreu através da plantação da cana-de-açúcar, com o setor metalúrgico. Ao final da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), uma fábrica, fundada em 1920 por um imigrante italiano, se expandiu, e gerou inúmeras transformações no município. A Dedini, que levava o nome de seu fundador, Mario Dedini, produzia equipamentos para os engenhos e usinas de açúcar da cidade, permitindo o avanço, ao mesmo tempo em que se beneficiava da cultura canavieira na região. Após 1945, a empresa aumentou o número de empregados e foram construídas outras fábricas na cidade no setor mecânico e siderúrgico pelo mesmo empresário. Esta grande expansão, que tornou a Dedini uma das maiores companhias nacionais no setor, foi vivida de diferentes formas pelos trabalhadores. Para a maioria dos operários do Grupo Dedini, como ficou conhecido este conjunto de empresas, era a primeira experiência no chão de uma fábrica. Advindos do meio rural da própria cidade, os novos operários metalúrgicos experimentaram diversas mudanças em sua localidade, como a expansão da área urbana e formação de um bairro operário, a Vila Rezende. O cotidiano fabril impôs a necessidade de se organizarem, e foi nesse período que fundaram o seu sindicato e deflagraram a sua primeira greve setorial. Em meio ao conturbado processo de redemocratização e os primeiros anos da Ditadura Militar, os metalúrgicos de Piracicaba articularam seu presente agrícola a nova realidade industrial, se fazendo em suas próprias experiências, na luta pela efetivação da democracia e dos direitos no mundo do trabalho. Esta pesquisa visa entender o processo de constituição dessa categoria na cidade, contribuindo para os estudos sobre classe no interior do Estado de São Paulo.

Moishe Postone: um marxismo sem Marx
Aluno(a): Éric Graciano Gaúna
Programa: Filosofia
Data: 01/07/2024 - 15:00
Local: Sala da Congregação
Membros da Banca:
  • Presidente Prof. Dr. João Carlos Kfouri Quartim de Moraes Universidade Estadual de Campinas
  • Membros Titulares Profa. Dra. Zaira Rodrigues Vieira Universidade Estadual de Montes Claros
  • Prof. Dr. Sávio Machado Cavalcante IFCH/ UNICAMP
  • Membros Suplentes Prof. Dr. Silvio Rosa Filho Universidade Federal de São Paulo
  • Prof. Dr. Armando Boito Junior IFCH/ UNICAMP
Descrição da Defesa:

Nesta pesquisa, investigarei a interpretação oferecida por Moishe Postone da obra madura de Karl Marx. O objetivo da análise é expor e avaliar o percurso interpretativo de Postone, o qual busca verificar e evidenciar, em sua obra Tempo, trabalho e dominação social: uma reinterpretação da teoria crítica de Marx, de 1993, que Marx trataria, por um lado, de uma alienação de ordem temporal e abstrata enquanto fundamento do capitalismo; e por outro, da centralidade crítica e primária da categoria do valor em detrimento da categoria do mais-valor enquanto determinante fundamental do modo de produção capitalista. Demonstrarei, recorrendo principalmente à crítica de Jacques Bidet, Zaira Vieira e Michael Sommer, que Postone oferece uma leitura problemática se avaliada comparativamente à exposição marxiana, tendo por premissa para suas teses um método de leitura da relação entre as categorias fundamentais de Marx o qual não se sustenta diante do que se encontra efetivamente na obra deste último. A consequência da interpretação de Moishe Postone a ser avaliada é a eliminação teórica das relações de classe tanto para a compreensão do capitalismo quanto para um panorama emancipatório.