Próximas Defesas
- Profa. Dra. Andreia Galvão (Presidente) - IFCH/UNICAMP
- Profa. Dra. Angela Maria Carneiro Araújo - IFCH/UNICAMP
- Prof. Dr. Bruno José Rodrigues Durães - UFRB
A presente dissertação tem como tema o trabalho desenvolvido por trabalhadores dentro dos vagões de trem. É dentro da informalidade que esses sujeitos asseguram a renda para sobrevivência familiar, fazendo extensas horas de trabalho. Como o trem aglomera um significativo número de pessoas, passa a ser um espaço com a possibilidade de obter renda, no qual coexistem pedintes e trabalhadores que exercem as mais diferentes atividades, desde a venda de produtos até trabalhadores da cultura que dançam, recitam poesias, tocam instrumentos e cantam. Nossa pergunta de partida é a seguinte: como e de que maneira o trabalho informal praticado nos trens pelos marreteiros ajuda a compreender as dificuldades de organização coletiva no contexto neoliberal? Diante disso, nossos objetivos são: a)analisar se existe alguma forma de organização coletiva dos trabalhadores informais do trem e se os sindicatos ou outros movimentos sociais procuram organizá-los de alguma forma; b)compreender as condições de vida desses trabalhadores e sua relação com o transporte público; c) identificar as estratégias e táticas institucionais utilizadas pela empresa operadora do transporte público da cidade para fazer frente à presença de trabalho informal em seus espaços. A abordagem que orienta a análise leva em conta as categorias de classe, raça, gênero e a bibliografia sobre trabalho informal. A pesquisa de campo compreende técnicas de observação direta e entrevistas semiestruturadas.
- Prof. Dr. Ronaldo Romulo Machado de Almeida - Presidente (Unicamp)
- Prof. Dr. Marcelo Ayres Camurça Lima - (UFJF)
- Profa. Dra. Brenda Maribel Carranza Dávila - (Unicamp)
- Profa. Dra. Lilian Maria Pinto Sales - (Unifesp)
- Prof. Dr. André Kaysel Velasco e Cruz
Essa pesquisa de doutorado tem como objetivo examinar a composição do campo moral estruturado pelo governo do Presidente Jair Bolsonaro no que refere à regulação da unidade familiar. Propomos observar as maneiras pelas quais esse tema foi abordado pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) para compreender a reorganização da ação estatal no campo dos direitos humanos. Nossa análise se concentra no desempenho e nas formas de apresentação desse órgão, tendo em vista que é nessa arena que a moralidade relativa à categoria de família e seus correlatos (sexualidade, identidade de gênero e reprodução) é amplamente discutida. Dessa forma, propomos analisar a relação entre moral e política, a fim de compreender como essa última é organizada pela categoria de família. À vista disso, identificaremos e analisaremos as estratégias utilizadas pelo MMFDH para estabelecer uma noção de família conservadora como um ponto regulador dos direitos humanos no Brasil. Cabe salientar que a aliança entre Jair Bolsonaro e lideranças evangélicas foi crucial para a criação de uma política governamental antigênero. Assim, a análise é fundamentada na força política que o ativismo evangélico conservador desempenhou nas disputas políticas de temas que compõem os direitos humanos, durante as últimas décadas, no Brasil. Compreendemos que o engajamento de líderes evangélicos em regular o campo institucional dos direitos humanos coloca um novo problema para o “pacto de laicidade” firmado outrora pelo Estado e Igreja Católica. Pretendemos, portanto, refletir, por meio da literatura que trata da política antidemocrática em ascensão no ocidente, como a aliança estabelecida entre a moralidade religiosa e o neoliberalismo tem afetado a laicidade do Estado brasileiro, ameaçando as regras que compõem o jogo democrático, como o direito à diferença, fundamentado na ideia de pluralismo.
- Presidente Prof. Dr. Rafael Rodrigues Garcia IFCH/ UNICAMP
- Membros Titulares Prof. Dr. José Eduardo Marques Baioni Universidade Federal de São Carlos - UFSCAR
- Prof. Dr. Emmanuel Zenryo Chaves Nakamura Freie Universitat Berlin
- Prof. Dr. Marcos Severino Nobre IFCH/ UNICAMP
- Prof. Dr. Agemir Bavaresco Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
- Membros Suplentes Prof. Dr. Fábio Mascarenhas Nolasco Universidade de Brasilia
- Profa. Dra. Monique Hulshof IFCH/ UNICAMP
- Prof. Dr. Erick Calheiros de Lima Universidade de Brasília
Neste trabalho, tentaremos mostrar que, na seção “A religião da arte” do sétimo capítulo da Fenomenologia do espírito (VII, B), Hegel não descreve somente o contraste da religião grega com a religião natural, mas, antes, a consciência de seu tempo. Na abertura da subseção “A obra-de-arte espiritual” (VII, B, c), lemos que os “belos espíritos-dos-povos” reúnem-se “em um único Panteão” (PhG, 529, § 727), entretanto, “esses estão sob a hegemonia de um, mais que sob sua soberania” (530, § 728). Nesses parágrafos, Hegel parece confrontar, ao seu realismo político, a ideia kantiana de uma federação de Estados pacíficos que se expande em direção à paz perpétua e à instituição de uma república mundial, assim como Hegel o fizera nos textos da “Filosofia do espírito” de 1805-6 que precederam a Fenomenologia: “uma união de povos em direção à paz perpétua seria a dominação de um povo, ou seja, seria apenas um povo” (Jenaer Systementwürfe III, 250). Na seção “A religião da arte”, parece ser mostrado que “é fundamentada essa desconfiança” (PhG, 538, § 738) frente à virtude, frente à exigência kantiana de que a política seja conforme à moral: que é fundamentada a desconfiança própria a um realismo político de extração maquiaveliana. Não é possível interpretar que seria também desmascarada a máscara ideológica da Revolução Francesa que encobre o seu rosto imperialista? Isto é, interpretar que, para a consciência religiosa do sétimo capítulo, Napoleão, um herói trágico, “estabelece ainda outras provas” (PhG, 538, § 737) contra a prioridade que Kant dá à fundação moral da superação da guerra em direção à paz perpétua?
- Claudio Henrique de Moraes Batalha - Orientador (UNICAMP)
- Fernando Teixeira da Silva (UNICAMP)
- Murilo Leal Pereira Neto (UNIFESP)
- Edilene Teresinha Toledo (UNIFESP)
- Clifford Andrew Welch (UNIFESP)
A cidade de Piracicaba, localizada a 170 quilômetros de São Paulo, possui uma trajetória marcada pela conjugação do desenvolvimento agrário, que ocorreu através da plantação da cana-de-açúcar, com o setor metalúrgico. Ao final da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), uma fábrica, fundada em 1920 por um imigrante italiano, se expandiu, e gerou inúmeras transformações no município. A Dedini, que levava o nome de seu fundador, Mario Dedini, produzia equipamentos para os engenhos e usinas de açúcar da cidade, permitindo o avanço, ao mesmo tempo em que se beneficiava da cultura canavieira na região. Após 1945, a empresa aumentou o número de empregados e foram construídas outras fábricas na cidade no setor mecânico e siderúrgico pelo mesmo empresário. Esta grande expansão, que tornou a Dedini uma das maiores companhias nacionais no setor, foi vivida de diferentes formas pelos trabalhadores. Para a maioria dos operários do Grupo Dedini, como ficou conhecido este conjunto de empresas, era a primeira experiência no chão de uma fábrica. Advindos do meio rural da própria cidade, os novos operários metalúrgicos experimentaram diversas mudanças em sua localidade, como a expansão da área urbana e formação de um bairro operário, a Vila Rezende. O cotidiano fabril impôs a necessidade de se organizarem, e foi nesse período que fundaram o seu sindicato e deflagraram a sua primeira greve setorial. Em meio ao conturbado processo de redemocratização e os primeiros anos da Ditadura Militar, os metalúrgicos de Piracicaba articularam seu presente agrícola a nova realidade industrial, se fazendo em suas próprias experiências, na luta pela efetivação da democracia e dos direitos no mundo do trabalho. Esta pesquisa visa entender o processo de constituição dessa categoria na cidade, contribuindo para os estudos sobre classe no interior do Estado de São Paulo.
- Presidente Prof. Dr. João Carlos Kfouri Quartim de Moraes Universidade Estadual de Campinas
- Membros Titulares Profa. Dra. Zaira Rodrigues Vieira Universidade Estadual de Montes Claros
- Prof. Dr. Sávio Machado Cavalcante IFCH/ UNICAMP
- Membros Suplentes Prof. Dr. Silvio Rosa Filho Universidade Federal de São Paulo
- Prof. Dr. Armando Boito Junior IFCH/ UNICAMP
Nesta pesquisa, investigarei a interpretação oferecida por Moishe Postone da obra madura de Karl Marx. O objetivo da análise é expor e avaliar o percurso interpretativo de Postone, o qual busca verificar e evidenciar, em sua obra Tempo, trabalho e dominação social: uma reinterpretação da teoria crítica de Marx, de 1993, que Marx trataria, por um lado, de uma alienação de ordem temporal e abstrata enquanto fundamento do capitalismo; e por outro, da centralidade crítica e primária da categoria do valor em detrimento da categoria do mais-valor enquanto determinante fundamental do modo de produção capitalista. Demonstrarei, recorrendo principalmente à crítica de Jacques Bidet, Zaira Vieira e Michael Sommer, que Postone oferece uma leitura problemática se avaliada comparativamente à exposição marxiana, tendo por premissa para suas teses um método de leitura da relação entre as categorias fundamentais de Marx o qual não se sustenta diante do que se encontra efetivamente na obra deste último. A consequência da interpretação de Moishe Postone a ser avaliada é a eliminação teórica das relações de classe tanto para a compreensão do capitalismo quanto para um panorama emancipatório.
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