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Produção Acadêmica

A ECONOMIA FEMINISTA E REPRODUÇÃO SOCIAL: UMA ANÁLISE CONCEITUAL E HISTÓRICA DOS TRABALHOS REPRODUTIVOS NÃO REMUNERADOS E DE CUIDADOS

Tipo: Produção Bibliográfica
| Ano: 2024

Resumo

A teoria econômica brasileira é marcada por uma forte tradição em teorias econômicas críticas, alternativas à abordagem neoclássica e elaboradas a partir de um lugar de fala periférico. Apesar disso, a disciplina segue assustadoramente fechada à economia feminista. Ser economista feminista no Brasil é uma luta que nos marca ao longo de toda a carreira acadêmica. Precisamos defender nossas linhas de pesquisa e metodologias de críticas de colegas. As ementas e o currículo do curso de Economia não abarcam nossas contribuições e estudantes raramente serão apresentados à abordagem feminista. Como consequência acabamos todas por ser autodidatas. “Economia feminista no Brasil – Contribuições para pensar uma nova sociedade” possibilita romper algumas das principais barreiras ao avanço do ensino e propagação de pesquisas nessa linha. O livro sintetiza a maturação da pesquisa de importantes especialistas que hoje representam os principais nomes da disciplina no Brasil. Ele é fruto de trabalho árduo conjunto e de um projeto acadêmico robusto, de implicações políticas estimáveis no atual contexto socioeconômico. Ser economista feminista é desafi ador, mas é também libertador. Para quem ainda não teve o prazer de conhecer a disciplina, encare este livro como um convite ou uma provocação. 

A teoria feminista e a crítica às práticas dominantes na economia constituem as grandes  inspirações para o desenvolvimento da economia feminista. No entanto, esse campo de análise é muito recente e vem crescendo muito lentamente no interior da Teoria Econômica. A tarefa que se coloca é a de construir uma visão crítica que contribua para a superação de um modelo de sociedade opressivo e excludente e racista. A economia feminista desafia o pensamento predominante ao propor uma nova abordagem que considera a vivência das mulheres e a sua diversidade, a partir de uma perspectiva decolonial ao questionar a herança colonial e denunciar que as opressões estão interligadas de gênero, raça, classe e colonialismo e que moldam as relações de poder. O livro é um pequeno retrato da diversidade de pesquisas e análises acumuladas até então, no Brasil, por intermédio da Rede Brasileira de Economia Feminista (REBEF) que reúne dezenas de pesquisadoras, acadêmicas e militantes feministas. Ele serve para consolidar as conquistas e, ao mesmo tempo, amplia o instrumental teórico e prático nas lutas cotidianas que buscam a transformação econômica e social.

Membros

Marilane Oliveira Teixeira
CRISTINA PEREIRA VIECELI