PERIFERIA, PERIFERIAS: ELEMENTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS SOBRE A DIVERSIDADE ESPACIAL NAS AGLOMERAÇÕES URBANAS
Resumo
O uso do modelo de estruturação urbana ―centro-periferia‖ com o intuito de descrever a produção do espaço das metrópoles brasileiras tem sido frequentemente contestado, já que elas vêm apresentando substanciais alterações em suas configurações socioespaciais nas últimas décadas. A verdade é que a própria periferia mudou e se diversificou. Assim, reconhecer que seja imprescindível uma releitura da categoria ―centro-periferia‖ para se dar conta da complexidade das formas que o fenômeno urbano assume nos dias atuais, não significa que tal categoria esteja totalmente obsoleta para a elucidação do que é observado nas grandes metrópoles, especialmente, nas latino-americanas. O presente estudo buscou, não apenas aprofundar a discussão teórica sobre a emergência de ―novos padrões‖ de segregação socioespacial em grandes aglomerações urbanas (no caso a Região Metropolitana de Campinas). Além disso, prover elementos empíricos e metodológicos para esse debate levantando tanto os condicionantes sociodemográficos, com base em dados censitários, quanto aqueles relacionados à produção espacial, a partir de imagens de satélite e levantamento da legislação vigente. Enquanto principais resultados observados, destacam-se dois movimentos na estruturação socioespacial da metrópole campineira. Um deles diria respeito à tendência de heterogeneização socioespacial dos ―espaços de pobreza‖, e o segundo relacionado à tendência de homogeneização socioespacial dos novos ―espaços de residência das elites e classes médias metropolitanas‖. Entres as hipóteses que podem ser elencadas para explicar o processo em questão, citam-se: a consolidação dos espaços de assentamento; o envelhecimento da população e a consequente melhoria de vida via acumulação; e a própria renovação (ou mescla) da população, a partir da mobilidade residencial.
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