TERRITORIALIDADES DAS IGREJAS EVANGÉLICAS NAS COMUNIDADES TRADICIONAIS DA AMAZÔNIA CENTRAL
Resumo
Na Amazônia Central, os movimentos populares associados à religião católica foram fundamentais para a formação socioespacial das comunidades tradicionais no modelo que conhecemos hoje. Contudo, assim como observado no restante do Brasil, o número de evangélicos aumentou expressivamente nos últimos anos, crescimento este associado com a expansão territorial dos templos religiosos evangélicos. Neste artigo, analisamos as territorialidades das igrejas evangélicas e sua centralidade em comunidades tradicionais da Amazônia, tendo como estudo de caso o Mosaico de Áreas Protegidas do Baixo Rio Negro (MBRN), localizado nos estados de Amazonas e Roraima. A metodologia consistiu em trabalhos de campo realizados em 2022 para observação participante e aplicação de questionários com as lideranças de 119 comunidades visitadas e 327 domicílios entrevistados. Os resultados encontrados indicam que atualmente as igrejas evangélicas possuem um papel chave na organização socioespacial das comunidades, papel outrora exercido pela igreja católica, utilizando estratégias territoriais de construção de templos religiosos, mobilidade espacial de pastores (as) e fiéis entre as comunidades e a presença de pastores (as) no cotidiano das comunidades enquanto líderes comunitários. Tais territorialidades configuram territórios-rede que conectam as comunidades em uma organização espacial para além do local.
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