COVID-19 E A SUBJETIVIDADE NO CONTEXTO DAS MUDANÇAS AMBIENTAIS
Resumo
O artigo trata da reflexão a respeito da linearidade das relações causais
que envolvem as mudanças ambientais –aqui identificadas como as
transformações dos sistemas naturais, climáticos e socioculturais
decorrentes do modo de vida contemporâneo- e seus impactos na
subjetividade (humana) –dimensão dos sentimentos e sensações
relacionados a estas mudanças. Para desenvolver o presente trabalho,
foram realizados debates teórico conceituais com o objetivo de situar
a pandemia covid 19 como desastre associado ao modo de vida
contemporâneo presente no processo de urbanização das cidades.
Quanto mais a vida diária é reconstituída na confluência entre o local e o
global, em momentos de forte mudança ambiental -tais como o cenário
distópico representado pelo advento COVID 19- mais os indivíduos
sofrem, sentem medos e são desafiados a elaborar estratégias para
sua própria sobrevivência. Desse modo, mais do que consequência ao
desastre da pandemia, a subjetividade passa a ser conceituada como
potencialidade transformadora -continuum dinâmico- ampliando seu
alcance como perspectiva de ação diante do desastre. A incerteza em
relação ao futuro pode suscitar processos de constituição de novas
realidades, por meio da abertura de espaços políticos que favoreçam
a criatividade, vista como estratégia de enfrentamento. Desse modo, a
retomada de caminhos adaptativos frente às transformações em curso
pode ser possível, se a “poética da existência” encontrar seu espaço de
emergência e atuação.
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