RETORNOS OCUPACIONAIS DO ENSINO SUPERIOR NO BRASIL E NA ÁFRICA DO SUL: DESIGUALDADES RACIAIS E DE GÊNERO NO SÉCULO XXI
Resumo
O Brasil e a África do Sul são países multiculturais e altamente desiguais, considerados emergentes no capitalismo global atual. Ambos têm um passado colonial marcado pela escravidão e desigualdades de acesso às ocupações com base em gênero e raça. Embora apresentem especificidades, questiona-se: Em que medida a educação funciona como equalizadora social, resultando em oportunidades laborais igualitárias e compatíveis com o ensino superior, segundo o gênero e a raça/cor dos indivíduos? O marco teórico deste artigo fundamenta-se nas discussões referentes aos retornos ocupacionais da educação, teoria do capital humano e suas críticas. Especial atenção é dada às estratégias de redução de desigualdades sociais por meio de acordos internacionais e políticas públicas que visam ampliar o acesso ao ensino superior, qualificação profissional e trabalho. Os retornos educacionais excedem o caráter econômico, beneficiando não apenas o indivíduo, mas a sociedade como um todo (HOUT et al., 2012). O ensino superior é visto por nós como um dos pontos mais altos de aquisição de capital humano, o qual em tese, se refletiria no maior acesso às colocações mais vantajosas na estrutura ocupacional e maiores rendimentos (BECKER, 1930). A ocupação é relevante, pois além de definir o acesso à renda, também é associada ao prestígio e a influência social (MILLS, 1969). As fontes de dados são a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD-C) e a Quarterly Labour Force Survey (QLFS), dos anos de 2012 e 2021. Como metodologia, utiliza-se a regressão logística multinomial para analisar os fatores mais fortemente relacionados à posição na estrutura ocupacional. Além disso, examina-se os acordos internacionais assinados pelos países e políticas públicas destinadas a reduzir as desigualdades raciais e de gênero, com impacto no sistema educacional e no mercado de trabalho.
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