FACES CONTEMPORÂNEAS DA PERIFERIA E AS MUDANÇAS NO PADRÃO SOCIODEMOGRÁFICO: O CASO DA RM DE CAMPINAS NA DÉCADA DE 2000
Resumo
Há um bom tempo tem sido discutido por vários autores as mudanças pelas quais vem passando o espaço urbano e, em particular as grandes aglomerações urbanas, no sentido de sua forma de ocupação e expansão territorial. Nessa onda de discussões, sem dúvida nenhuma, dois elementos relacionados são recorrentes: o primeiro relativo à atual diversificação socio territorial de nossas grandes cidades, ou seja: ao contrário do que se observava em décadas passadas, o espaço urbano e, particularmente o metropolitano, mostram-se cada vez mais heterogêneos; o segundo, em consequência do anterior, trata do fato do debate em curso sobre a vigência ou importância ainda do recorte centro/periferia que tanto marcou a análise (em particular a sociológica) das formas de produção da cidade. Na verdade, a diversificação do que chamaremos aqui “periferia tradicional” que, como nos alertou Maricato (2011), começou a ser “invadida” pelas classes médias em busca de terras já na década de 1990 e que fossem, ao mesmo tempo, próximas do centro e de menor preço, parece ser o elemento que mereça maior atenção, haja vista que as “novas periferias” tendem a tornar-se cada mais homogêneas pelo próprio processo de valorização desses novos espaços desejados pelos grupos sociais do "topo da pirâmide". Tendo com fonte de dados os Censos Demográficos de 2000 e 2010 e com base em uma proposta de classificação elaborada para diferenciar as distintas formas de assentamento humanos observados no interior da RM de Campinas, busca-se com esse estudo identificar e compreender as transformações ocorridas ao longo das primeiras décadas do século XXI no processo de ocupação e, por consequência, as mudanças nos perfis sociodemográficos dos residentes nesses diferentes tipos de assentamentos humanos.
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