FAMÍLIA, RIQUEZA E ESCRAVIDÃO A PARTIR DO INVENTÁRIO DE DONA ANNA THEREZA DE SOUZA ARANHA (1865)
Resumo
A pesquisa se encontra em fase inicial e objetiva construir uma análise prosopográfica, a partir de determinados membros das elites do município de Campinas-SP, localizado no Oeste Paulista do Brasil, considerando os diversos aspectos que tornam essas pessoas membros das elites, suas estratégias de reprodução social, e como são afetadas pelos diversos eventos vivenciados nas décadas finais do Império no Brasil. Como membro de importante família pertencente à trama senhorial campineira, busca-se a caracterização dos cativos arrolados no inventário post mortem de Dona Anna Thereza de Souza Aranha (1827-1865), aberto em 1865, esposa de Manoel Carlos Aranha (1814-1894), futuro Barão de Anhumas. Além do casamento com um importante proprietário de terras e cativos, D. Anna Thereza era filha de Francisco Egídio de Sousa Aranha e de Maria Luzia de Sousa Aranha, Viscondessa de Campinas, e irmã de Joaquim Egídio de Sousa Aranha, Marquês de Três Rios. Importante ativo a compor o seu espólio, destaca-se a posse escrava, composta por 618 cativos, distribuídos entre três propriedades rurais e na casa da Rua do Rosário. A escravaria compunha o maior quinhão dos bens arrolados, seguida dos bens de raiz (casas, terreno, fazendas, sítios, cafezais etc.). Apesar de o inventário post mortem ser nossa principal fonte, são utilizadas outras fontes, especialmente, os almanaques, levantamentos populacionais e trabalhos sobre a genealogia paulistana.
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