FATORES ASSOCIADOS À EVASÃO NO ENSINO SUPERIOR PÚBLICO BRASILEIRO
Resumo
Diversos fatores são associados à evasão nas universidades e a identificação dos mesmos pode auxiliar em políticas institucionais que garantam a permanência. Realizou-se uma análise de sobrevivência para avaliar os fatores associados ao tempo entre o ingresso do estudante e o abandono em cursos de graduação. Utilizaram-se os dados do registro de informações acadêmicas e administrativas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que consistem em informações de 24.068 estudantes que ingressaram por meio de vestibular nos cursos de graduação diurno e noturno de bacharelado e licenciatura entre 2005 e 2010. A variável resposta foi o tempo entre o ingresso na universidade e a evasão/trancamento. As variáveis explicativas foram: sexo, turno das aulas, raça/cor, áreas de estudo, educação dos pais, contribuição para a renda familiar, número de membros na família, tipo de administração da escola de ensino médio, ano de admissão e semestre de admissão. Cerca de 25% (6.117) dos estudantes evadiram dos cursos de graduação (ou trancaram os cursos) na UFMG. Aproximadamente 12% dos estudantes evadiram/trancaram em até 24 meses. Entre os fatores mais fortemente relacionados ao risco de evasão/trancamento da universidade, destacamos: o fato de trabalhar e contribuir para a renda familiar, o sexo do estudante, o turno das aulas e a educação dos pais. Quem trabalha, mas não contribui e quem trabalha e contribui tem um risco 53% e 48%, respectivamente, maior de evadir/trancar em relação aos estudantes que não trabalham. As mulheres têm um risco 44% maior em relação aos homens. O turno das aulas e a educação dos pais se mostrou como fatores protetores de evasão/trancamento. O turno noturno possui um risco 17% maior de evasão/trancamento comparativamente ao diurno. Por fim, embora mais investigação seja necessária, ter ao menos um dos pais com curso superior parece reduzir o risco evasão/trancamento dos estudantes.
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