Deslocamentos de migrantes nortistas: agência, memórias e cotidiano
Resumo
Considerando que os deslocamentos são constituintes das identidades dos migrantes, propomos, nesse trabalho, mobilizar a noção de agência para analisar como eles se constroem enquanto sujeitos. O artigo se fundamentará nas memórias de um casal de migrantes nortistas que se deslocaram para São Paulo na década de 1960, observando as narrativas diferenciadas do homem e da mulher. Levando em consideração a questão da agência como ponto de articulação no cotidiano do casal e de sua família, propomos a reflexão que ela não deve ser compreendida somente como resistência, mas como uma capacidade de ação, negociada a partir de contextos econômicos, sociais e culturais e também, de seus saberes e práticas apropriados e construídos nos deslocamentos socioespaciais. Analisaremos as mudanças nas suas trajetórias, sobretudo no campo das diferenças, seja de uma estética do deslocado/migrante, seja das relações sociais no arranjo de novos grupos, sujeitos e identidades. No ato de rememorar, as personagens – mulher, de 90 anos e homem, de 85 anos narram como construíram suas vidas em um campo de possibilidades. Assim, as possibilidades aqui interpretadas são sobretudo caracterizadas por meio de suas trajetórias revelando particularidades e mudanças dos sujeitos como migrantes.
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