MATERNIDADE E CIÊNCIA: COMO O CONFLITO DE DEMANDAS CASA-TRABALHO INFLUENCIAM A DECISÃO DE TER FILHOS? REFLEXÕES A PARTIR DA PNAD CONTÍNUA 2019
Resumo
O Brasil vem experimentando uma queda da taxa de fecundidade nas últimas décadas, chegando a 1,7 filhos por mulher no último Censo Demográfico, em 2010. Dentre diversos fatores, os diferenciais educacionais e o adiamento da fecundidade e/ou ausência de filhos no Brasil estão fortemente relacionados, impactando tanto a fecundidade de coorte quanto a de período. Na carreira acadêmica, uma área em que a lógica produtivista é determinante para avançar na carreira, e onde as mulheres ainda são minoria, a decisão de ter ou não ter filhos e de quando tê-los pode mudar completamente as trajetórias profissionais de mulheres pesquisadoras. Dessa forma, a desigualdade nas carreiras científicas afeta a fecundidade das mulheres cientistas, tanto em termos da decisão de ter ou não filhos e o tamanho ideal de família, quanto no adiamento do nascimento do primeiro filho. Dessa forma, é interessante analisar como se dá a distribuição do trabalho doméstico entre homens e mulheres cientistas no Brasil, buscando refletir sobre como essa relação conflituosa casa-trabalho impacta a decisão de fecundidade dessas mulheres.
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