ORIGEM É DESTINO? UMA ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE EDUCAÇÃO, OCUPAÇÃO E ORIGEM SOCIAL DOS JOVENS NO BRASIL
Resumo
O objetivo deste estudo é descrever em que medida a origem social dos jovens influi no nível educacional alcançado, bem como se há diferenças entre o tipo de inserção laboral de jovens com o mesmo nível educacional, mas com origens sociais distintas. Como proxies de origem social, são utilizadas as informações sobre nível educacional e classe ocupacional da mãe. O presente estudo parte do pressuposto de que a pressão por qualificação e exigências meritocráticas desconsideram os diferenciais socioeconômicos e de origem social presentes no processo de transição da escola para o mercado de trabalho. Assume-se que em sociedades democráticas, a educação tem o poder de funcionar como um equalizador social, ou seja, a posição que um indivíduo ocupa na pirâmide ocupacional depende estritamente de suas qualificações e méritos. Contudo, essa afirmação seria válida para uma sociedade com os níveis de desigualdade encontrados no Brasil? Para responder a esse questionamento, utilizamos dados provenientes do School-to-work Transition Survey (SWTS), elaborado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), e aplicado no Brasil em 2013. O método utilizado fundamenta-se na construção de dois modelos de regressão logística multinomial múltipla. No primeiro modelo, a variável dependente refere-se ao nível educacional alcançado pelo jovem, enquanto o segundo, centra-se em explicar o tipo de inserção laboral do jovem registrado no momento da pesquisa. Os resultados indicam que o nível educacional do jovem é o fator mais fortemente relacionado com o seu destino ocupacional. Contudo, tanto a origem social, quanto sexo e raça/cor do jovem influem significativamente sobre o seu nível educacional e ocupação Jovens procedentes de grupos socialmente desprivilegiados seguem encontrando maiores dificuldades para ocuparem posições de destaque no mercado de trabalho.
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