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Equipe do Projeto Amazônia Colonial

Primeira reunião de balanço do Projeto Amazônia Colonial

Por Tayná Gonçalves Pinto

Entre os dias 29 a 31 de julho, o Projeto Amazônia Colonial realizou um evento com historiadores, arqueólogos e antropólogos, além de um estatístico e um geógrafo, para discutir uma publicação conjunta que será realizada ao fim do projeto, previsto para julho de 2028. Com uma dinâmica de debate interdisciplinar, o evento contou com apresentações e discussões de trabalhos, descrição do Atlas da Amazônia Colonial e expectativas para a finalização do projeto.

Na terça-feira (29), pesquisadores do grupo se reuniram para apresentar seus trabalhos uns para os outros e, também, para convidados. Foram onze trabalhos apresentados no total, que geraram discussões sobre questões metodológicas, discursivas e políticas. Esses debates se mostraram imprescindíveis para uma pesquisa que propõe repensar a História Colonial da Amazônia a partir de diferentes perspectivas, que incluem conhecimentos históricos, antropológicos, arqueológicos e, também, dos povos indígenas.

O Atlas da Amazônia Colonial e uma série experimental de mapas foram apresentados na quarta-feira(30). Como explicou a historiadora e coordenadora do projeto, Camila Loureiro Dias, o Atlas está sendo construído a partir da adaptação de bancos de dados, como o Vilas Indígenas Pombalinas (VIP), Amazon Arch e outros elaborados por pesquisadores que participam do projeto. É o caso dos  bancos de dados desenvolvidos por Laura Furquim (USP), Fernanda Bombardi (USP) e Tiago Gil (UnB). O projeto também está montando seu próprio banco de dados, a partir de relatos de viajantes entre os séculos XVI e XVIII, um trabalho que conta com o apoio do arqueólogo Rafael de Almeida Lopes (USP) e estudantes que participam da equipe.

O grupo se surpreendeu com a empreitada do projeto e, a partir de uma apresentação de uma série experimental de mapas, o geógrafo Lucas da Silva Isidorio (Unicamp) argumentou que o Atlas da Amazônia Colonial pode auxiliar na elaboração de novos problemas de pesquisa em diferentes áreas do conhecimento. A expectativa é de que até a finalização do projeto, o Atlas esteja disponível em uma plataforma digital, que poderá será cessada por qualquer pessoa interessada.

Com o encerramento da reunião, na quinta-feira (31), Camila Loureiro Dias contou que “a reunião foi intensa e confirmou que temos um grupo bom e engajado. Com 40% do projeto concluído, produzimos vários materiais e durante esses dias refletimos sobre eles, selecionando quais iniciativas vamos levar adiante. A partir daqui, vamos organizar as tarefas e elaborar um cronograma que nos permita entregar um resultado que seja original e contribua para o avanço dos estudos em torno do tema”.


Os trabalhos apresentados
1. Dinâmicas populacionais indígenas no período colonial, Camila Loureiro Dias, Fernanda Bombardi e Eliardo Costa

2. Demografia indígena na longa duração Camila Loureiro Dias e Rafael Lopes

3. Circuitos de trocas indígenas durante o período colonial, Fernanda Bombardi

4. Sociedades, culturas e territórios, Mark Harris

5. Espaço e agricultura colonial, Rafael Chambouleyron

6. Manejo de plantas. entre evidências arqueológicas e históricas, Laura Furquim

7. Cultivo da mandioca em perspectiva antropológica e histórica, Joana Cabral

8. Produção de mandioca no período colonial, Talles Manoel da Silva

9. Trabalho indígena colonial, Marcela Fonseca

10. Objetos indígenas no período colonial, Rafael de Almeida Lopes

11. Coleções e colecionismo colonial: questões metodológicas. Mariana Françozo e Neil Safier. Comentadores: Eduardo Tamanaha, Marta Amoroso, Vania Losada