O assassinato do jornalista Vladimir Herzog em outubro de 1975 gerou uma onda de protestos e acontecimentos que tornou o caso um símbolo na luta pelo fim da repressão política no Brasil. O cerco dos militares aos jornalistas culminou neste assassinato e ganhou destaque nos jornais. O caso levou milhares de pessoas às ruas, mas em silêncio. Herzog tinha origem judaica, e seu corpo deveria passar pelo complexo ritual judaico de sepultamento. Porém, o suicídio, versão dada pelos militares como causa da morte, é tido como um dos piores crimes no judaísmo e seu sepultamento tem um ritual particular. É objetivo desta pesquisa etnografar os eventos que cercaram estes episódios, buscando se aproximar da influência da política nos rituais religiosos, e do impacto do caso em uma comunidade traumatizada por perseguições. As opiniões sobre a postura do Rabino Henry Sobel, que optou por enfrentar o regime ao seguir o sepultamento judaico “comum”, não eram uníssonas. Para contextualizar este cenário, a pesquisa aborda o destino dos corpos de outros judeus que foram vítimas do regime antes de Herzog. A relação com os outros casos e o cuidado com o corpo humano no ritual judaico abrem caminho para um estudo sobre a tortura e a violência de estado no Brasil.
De Zweig a Herzog: sobre a violência do Estado, o Suicídio e a Religião
Data da defesa:
sexta-feira, 28 Junho, 2024 - 14:00
Membros da Banca:
Prof. Dr. Omar Ribeiro Thomaz - Presidente (UNICAMP)
Prof. Dr. Michel Gherman (UFRJ)
Profa. Dr. Susana Soares Branco Durão (UNICAMP)
Profa. Dra. Misha Klein (University of Oklahoma)
Profa. Dra. Guita Grin Debert
Programa:
Nome do Aluno:
David Creimer Reichhardt
Sala da defesa:
Sala de Teses