Entre 1911 e 1925, três jornais escritos por homens negros são-tomenses e republicanos circularam pelo arquipélago de São Tomé e Príncipe e geraram reações entre as autoridades coloniais. Folha de Annuncios (que mudou de nome para a A Verdade em seu terceiro número), A Liberdade e O Combate, diante de um cenário mundial de produção intelectual de sujeitos negros e negros africanos, expunham as insatisfações desse grupo negro e letrado com o regime colonial. Seus textos criticavam o governo republicano recém-proclamado e a sociedade são-tomense local. Além disso, propunham caminhos, candidatos eleitorais e projetos de colonização, que se alinhavam, por um lado, aos seus interesses de manutenção de certo status social e, por outro, às ideologias produzidas por pessoas negras na Europa, na África e nas Américas. O presente trabalho busca analisar as populações envolvidas na publicação de tais jornais, entendidos aqui como parte de uma produção intelectual local. Também objetiva entender com quais teorias, ideais e movimentos tais textos dialogavam. O objetivo é uma leitura que entenda São Tomé e Príncipe como parte de um movimento global de produção intelectual e ideológica negra, cujas ideias e ações não são irrelevantes nem para o Movimento Negro que se estabelece na Europa nas primeiras décadas do século XX, nem para as populações do arquipélago do período, para as quais esse grupo negro e letrado tinha projetos bastante evidentes.
A VERDADE, A LIBERDADE E O COMBATE: CIDADANIA E IDENTIDADE EM SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE (1911-1925)
Data da defesa:
quarta-feira, 26 Março, 2025 - 10:00
Membros da Banca:
Lucilene Reginaldo - Presidente (UNICAMP)
Raquel Gryszczenko Alves Gomes (UNICAMP)
Karl Gerhard Seibert (Centro de Estudos Internacionais/Lisboa)
Programa:
Nome do Aluno:
Jéssica Cristina Rosa
Sala da defesa:
Sala de Defesa de Teses - IFCH/UNICAMP