As escritoras Délia, Emília Freitas, Júlia Lopes de Almeida e Chrysanthème se destacam pela publicação de obras que tematizam a transgressão feminina, entre o final do século XIX e início do século XX, no Brasil. Proponho analisar seus escritos na perspectiva da crítica feminista da cultura patriarcal, fundamentando-me na epistemologia feminista, bem como nas reflexões de Michel Foucault sobre a loucura e em sua analítica do poder e das práticas de liberdade, com maior ênfase nos conceitos de “dispositivo da sexualidade” e de “heterotopia”. Destaco como os escritos dessas literatas permitem uma releitura de aspectos da experiência humana associados historicamente ao feminino, como as emoções e o corpo, subvertendo o imaginário social masculino. Para tanto, trago à tona o conceito de “poética feminista”, desenvolvido por Lúcia Helena Vianna, e focalizo três temas nas obras dessas autoras: a ironia e o humor como contestação dos comportamentos sociais femininos normativos; a loucura e o corpo rebelde diante das formações discursivas científicas hegemônicas; e a criação de utopias e/ou heterotopias feministas.
VENENO NAS COMPOTAS DE CAJU: A LITERATURA FEMINISTA DE DÉLIA, EMÍLIA FREITAS, JÚLIA LOPES DE ALMEIDA E CHRYSANTHÈME
Data da defesa:
quinta-feira, 28 Agosto, 2025 - 09:00
Membros da Banca:
Luzia Margareth Rago - Orientadora (UNICAMP)
Raquel Gryszczenko Alves Gomes (UNICAMP)
Anna Faedrich Martins Lopez (UFF)
Priscila Piazentini Vieira (UFPR)
Stella Maris Scatena Franco (USP)
Programa:
Nome do Aluno:
Gabriela Simonetti Trevisan
Sala da defesa:
Sala de Defesa de Teses - IFCH/UNICAMP